Coleção pessoal de Sepultome

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"E olhando-me no espelho,
Percebo que o que falta
É você.
Mas olhando-te nos olhos,
Percebo que o que falta
Não sou eu.

Dormindo em uma cama enorme,
percebo que o que falta
É você.
E, em meio ao desespero e à solidão,
Não sei se o que te falta
sou eu.

Logo pela manhã,

Torno à olhar-me no espelho.
E vejo que o que falta
Não é você.
Torno à olhar-te nos olhos,
E vejo que o que falta
É você.

O que falta em mim
Sou eu.
O que falta em ti
És tu.
O que falta em nós?
Amor!"

Hoje o céu amanheceu escuro,
e aqui dentro também.
Dores esquecidas resolveram voltar.
Saudades não lembradas quiseram se lembrar.
Estou do tamanho do universo,
me multipliquei em dores,
em saudades, em amores.
E aqui dentro chove tanto,
que me alaguei em flores mortas,
chamadas passado.
Sou frio,sou escuridão,
sou tempestade, sou decepção.
E se quer saber,
é isso que me mantem vivo.

Hoje resolvi pedir desculpas ao meu coração, por culpa-lo pelos meus desejos fúteis. Resolvi pedir desculpas à minha alma, por deixa-la vazia. E em mais um dia de escuridão, aprendi que bastava abrir um sorriso, para que a luz resplandecesse o meu interior. Sei que a felicidadeé passageira, assim como a tristeza. Mas cabe a mim, tirar ou não, proveito dela. Costumo falar tanto em amor próprio, e não pratica-lo. Mas hoje, hoje eu acordei sentindo uma necessidade imensa de mim. E eu acho que é aí que começa o amor próprio, quando sentimos necessidade de nós. Necessidade da nossa presença, da nossa alma, do nosso amor, do nosso ser. Quero me sentir assim sempre! Quero sempre sentir necessidade do meu eu. E assim, vou aprendendo, que preciso me amar, antes de qualquer outro.