Coleção pessoal de secretwindow

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Num duálogo negocial, a aceitação total das condições impostas por um dos interlocutores tem dois prováveis pressupostos: o outro nada sabe ou pouca importância dá ao teor do contendido.

É uma fraude que um amigo não deixe de ser o que quer parecer, para ser o que outro amigo precisa que ele seja.

Há coisas que dão. Há coisas que se pedem. Há coisas que se dão sem pedir ou se pedem sem dar. Há coisas que se emprestam, que se ganham, perdem ou desvanecem. E há as coisas que devem ser roubadas. Como o beijo.

Um beijo é um beijo. O beijo é tão melhor quanto mais criminoso e pecador for o seu beijar.

O verdadeiro beijo não se pede. E não se dá. Rouba-se.

Rouba-se ao tempo, ao infinito, à eternidade. Rouba-se ao olhar cúmplice que tenta esconder o grito sôfrego das palavras mudas. Rouba-se para se dar. Dá-se roubado a pedido.

Depois resgata-se à memória para nos lembrar que de todos os beijos, um foi especial: a explosão de uma galáxia, o solstício de Inverno, um Farol que dá esperança a uma embarcação.

O beijo é a recompensa de um crime tão egoísta como legítimo: o de querer todo o tempo do mundo num instante, e o infinito num gesto súbito.

O beijo, o verdadeiro beijo, não é o primeiro. Nem o último. É aquele cuja memória nos despenteia a pele, quando todos os outros parecem iguais.

O verdadeiro beijo não se pede. E não se dá. Rouba-se.

Rouba-se ao tempo, ao infinito, à eternidade. Rouba-se ao olhar cúmplice que tenta esconder o grito sôfrego das palavras mudas. Rouba-se para se dar. Dá-se roubado a pedido.