Coleção pessoal de RosahyarahAlves
Entre o abismo e o sopro
Perdi-me em mim, num silêncio que ninguém ouve, num vazio que devora por dentro, numa dor inexplicável que não encontra tradução. Era como se o mundo me chamasse para fora dele, como se uma voz sussurrasse: “deixa ir, solta, termina…”. E eu, sem forças, só queria calar aquela angústia, só queria pular da ponte para escapar da ponte que havia em mim. Mas não era escolha, não era vontade, era um medo escondido, um segredo escuro, uma batalha sem testemunhas. Até hoje carrego essa luta constante: não cair nas armadilhas da vida, não ceder ao convite da desistência, não desejar apagar a própria luz. E quando sorrio, ninguém vê que por trás do riso há uma alma cansada, travando guerras invisíveis. A cada amanhecer, sou sobrevivente de um combate silencioso, uma rosa vermelha perfumada, com espinhos que perfuraram a alma. E ainda que doa, escrevo, choro, respiro… porque a vida insiste em mim, mesmo quando eu não consigo insistir para viver.
O Eco dos Que Se Fingem Cheios
Há pessoas que colecionam “amigos”
como quem coleciona vitrines. Abraçam todo mundo, beijam todo mundo, fazem questão de serem vistas em todos os lugares possíveis, como se presença fosse prova de valor.
Perguntam da sua família, do seu trabalho, até da loja onde você comprou a roupa, como se interesse fabricado fosse sinônimo de afeto.
Vivem famintas por rostos, forçando vínculos que parecem naturais, mas que sempre cheiram a mentira; manipulam com facilidade, moldando a própria imagem como quem esculpe uma versão vendável de si.
Mas basta olhar de perto, bem de perto pra enxergar o vazio. Um buraco fundo, frio, incômodo, de quem quer abraçar o mundo inteiro enão sustenta ninguém.
Gente que fala com todos pra não ter que conversar consigo. Gente que sorri demais para quem chega e pra esconder o silencio que dói. Gente que parece cheia, mas se desmonta quando fica só.
No fim, essas pessoas fazem parte de multidões ambulantes com almas desertas: muita festa por fora, nenhum lar por dentro.
Ainda Respiro
Às vezes a dor aperta tanto que nem sei dar nome a ela. E há momentos em que a vida pesa como se meu peito não coubesse mais nada.
Mas então lembro: mesmo no fundo do abismo, há um sopro que insiste, há uma luz que não se apaga, há um Deus que me segura quando eu já não consigo.
E entre o “quero desistir” e o “ainda estou aqui”, existe um milagre silencioso que me segura, me mantem viva: eu respiro e enquanto eu respiro, ainda há caminho.
Entre o Barulho e Deus
Pareço igual a todos, mas minha alma sempre soube: sou diferente. Carrego um silêncio pesado, uma mente que grita verdades que não posso dizer.
E foi nesse barulho secreto que Deus me encontrou.Ele ouve o que ninguém ouviu, cura o que ninguém vê e fez da minha diferença o meu chamado.
Por quê?
Porque onde o mundo vê estranheza,
Deus enxerga destino. Porque aquilo que me doeu era exatamente o que Deus usaria para curar outros.
Porque minha voz nasceu para alcançar
quem sofre no silêncio.
Por isso.
Escolhida para Cuidar
Para muitos eu era o ninguém que ninguém via,um rascunho torto perdido na vida. Carregava no peito o peso de ser diferente,e doía ser estrangeira até de mim mesma.
Mas Deus...aaah, Deus!!!! Viu onde ninguém enxergou, tocou onde ninguém ousou tocar, e chamou pelo nome quem o mundo não chamou.
Ele levantou pessoas ao meu redor
como faróis em noite sem lua, mãos que me enxergaram quando eu já duvidava de mim, e Deus soprou meu nome nos ouvidos dessas pessoas para que me escolhessem , mesmo sem me conhecer.
E quando Deus ordenou, tudo se alinhou. O que era fim virou começo,
o que era ferida virou caminho, o que era eu… virou propósito.
Hoje eu ainda curo o que um dia doeu em mim, toco vidas, escuto histórias,
sou voz onde antes havia silêncio.
Porque aos olhos de Deus, aquela que era “ninguém” sempre foi escolhida.
Carta aberta a todos!
No dia 18 de Agosto de 2025, eu decidir deixar o título de Pastor somente com
Jesus Cristo, por mais que eu seja desde 2007 "Pastor ortogado em diploma federal" isso pra mim é inútil em honra, o Único e Verdadeiro Pastor é Cristo!!! E não há outro!!!
João 10:11 ― Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.
Ninguém tem essa honra se não Ele.
1 Pedro 5:4
Quando se manifestar o Supremo Pastor, vocês receberão a imperecível coroa da glória.
Somente um morreu por suas ovelhas, somente um é o verdadeiro Pastor!
"Sigo com a sabedoria que me destes, e deixo nas mãos de Jesus a minha VIDA"
Ev. Raoney Amorim 🤗
Eu sou analítica, mas não fria. Sinto o que a maioria não percebe que nao sei como mas leio silêncios, interpreto entrelinhas e enxergo nuances que muitos ignoram. Vejo além dos gestos e questiono o que se cala. Carrego no peito um laboratório de dores que ninguém catalogou, feito de mapas mentais e cicatrizes emocionais, de hipóteses sobre o mundo e feridas que ainda não viraram tese.
Ser analítica não é uma escolha: é uma forma de existir, é medir a profundidade de um abismo com os olhos abertos e, mesmo assim, tentar atravessá-lo. Não se trata de falta de fé, mas de excesso de percepção, é saber que um sorriso pode mentir e que um toque pode calar, é doer no ponto exato onde os outros passam batido.
Ser analítica me custa noites mal dormidas, me leva a refletir sobre o que ninguém disse, me faz questionar até os próprios sentimentos, mas também me salva dos enganos que machucam sem nome, é viver entre o sentir e o pensar, entre o racional e o sensível, como quem caminha sobre uma linha fina entre dois mundos.
No fim, ser analítica é existir com lupa em um mundo que prefere o raso, é doer com consciência, é amar com profundidade. É viver mesmo que doa com verdade.
Os silêncios da minha alma
São feitos de ecos que se arrastam,
Com o peso do medo e da dor,
Que se enterram fundo no peito
E a voz se apaga antes de sair.
São silêncios de batalhas invisíveis,
Onde o corpo sorri, mas a alma sangra,
Onde os gritos não são ouvidos
E as palavras se perdem nas sombras do medo.
Na multidão, a solidão grita, em meio ao riso, o vazio se esconde,
A mente, uma tormenta constante,
Que nunca se aquieta, que nunca se rende.
São silêncios que falam muito mais
Do que qualquer palavra poderia dizer,
Dúvidas e certezas que dançam
Em um ciclo que não termina, mas insiste.
São silêncios de uma luta silenciosa,
Onde o corpo resiste, mas a mente se curva. E, no fim, talvez o silêncio seja apenas ogrito que nunca se permite ser ouvido.
Nos silêncios que ninguém viu.
Fui aquela que chorava baixinho, pra não acordar o coração da mãe.
Sorria ao sol do café da manhã, mesmo depois de noites travando guerras dentro de mim.
Fui irmã de dores ocultas, parecia feita de gelo e tempestade, mas era só medo de deixar cair o mundo que eu segurava sozinha.
Fui a menina que engolia gritos, que dizia “tá tudo certo” enquanto tudo desabava por dentro.Sem colo, por receio, me fiz abrigo.
Na infância fui também a estudante considerada burra, a que não entendia os números, tirava notas abaixo da média, que escrevia torto aos olhos da professora, porque ela nunca enxergou
que eu era maior do que seus moldes podiam conter.
Hoje entendo que minha mente era livre demais, minhas ideias corriam fora da linha e isso, pra ela, era erro,pra mim, era essência.
Aprendi a orar em silêncio, a fazer de Deus minha conversa mais sincera, nos dias em que a mente era caos e o coração, campo de batalha.
Foi Deus quem enxugou meu pranto escondido, me ensinou a caminhar, mesmo com feridas abertas.
Com cicatrizes que ninguém nota, sigo , talvez ainda sem saber direito o que é crescer.
Mas sei:
a força que me sustenta não é desta terra.
Vem do alto, o céu que me cobre, e da fé que, mesmo entre ruínas,caindo… Ele não soltou a minha mão.
Foi Deus quem não desistiu de mim.
Riquezas Invisíveis
Não me encante com ouro, nem com promessas brilhando na vitrine. O que me toca não se compra, se sente, sevive.
Quero o riso que escapa sem motivo, a conversa que cura sem receita, um abraço onde o mundo cabe inteiro sem precisar dizer nada.
Quero olhos que me olhem por dentro,
palavras simples com verdade imensa, silêncios cheios de presença e gestos que valem mais que jóias.
Prefiro o cheiro de café em manhã chuvosa ao barulho de um luxo vazio.
Prefiro carinho sem pressa, ao invés de presentes sem alma.
Porque o que me move não tem etiqueta, tem coração.
Minha alma não ri
Tenho o dom de acender salas
enquanto apago a mim mesma em silêncio Meu riso vem fácil, mas ninguém escuta o grito que mora atrás dos olhos.
Sou sol em dias nublados alheios, e noite cerrada quando volto pra mim.
Por dentro, uma alma que chora sem barulho, mas que nunca deixou de lutar pra existir.
É que ser luz pros outros às vezes custa a própria paz, mesmo assim,eu fico, eusinto, eu sigo.
Enquanto Tudo Silencia
O que me paralisa não é o medo
é o excesso. Excesso de sentir, de lembrar,de não caber em lugar nenhum.
Sou feita de silêncio cheio, de girar pra fugir, de tocar o chão gelado pra não sumir. Sou diferente porque sinto fundo, porque leio entre as dores, porque meu caos tem poesia.
E quando tudo pesa, e a voz some no escuro, a escrita me salva, me devolve
palavra por palavra e me volto a existir, nua e crua.
As Dores da Rosah
Rosah nunca foi comum, não encaixava nas molduras das outras meninas, nem seguia o compasso dos passos ensinados.
Preferia girar…
até que o mundo girasse com ela, até que tudo perdesse forma, e só restasse o silêncio rodando no peito.
Tinha dias em que ela deitava no chão frio,como quem pedia à terra um abraço. Amava o gelado ,era como se o frio dissesse:
"Você ainda sente, você ainda está aqui."
Carregava dores escondidas atrás dos olhos. Olhos que já viram demais, toques que não foram carinho, palavras que machucaram como faca.
Ela aprendeu a engolir o grito, a sorrir mesmo quando só queria desaparecer.
Mas não, Rosah não desapareceu.
Ela floresceu com cicatrizes, sim, mas flores ainda assim, fez da sua dor um jardim indomável, fez do seu silêncio um poema.
Hoje, ela ainda gira.
Gira como dança sagrada,
como ritual de libertação.
Gira porque o mundo tentou prendê-la, mas ela escolheu voar.
E quando toca o chão frio com os pés, não é fuga é reencontro. É ela dizendo pra si mesma:
"Estou viva. Estou aqui. E sou minha."
Rosah é feita de céu e abismo, de memórias duras e coragem suave.
Ela foi ferida, mas não foi vencida, é diferente, sim e ainda bem.
Porque no mundo de tantos iguais, ser Rosah…
é um milagre que ninguém pode apagar.
Rosahyarah no País das suas maravilhas
Dizem que Alice caiu na toca do coelho,
mas quem cai em Rosahyarah, perde o chão por inteiro.
Ela não segue relógios, ela dita o tempo com o olhar. Onde pisa, flores desobedecem as estações e corações aprendem a se desmanchar.
Rosahyarah não é uma menina-mulher comum, é encantamento em forma de pele, é sorriso que confunde realidade e sonho, é portal que leva pra dentro de si.
No chá das cinco, ela serve poesia,
com uma pitada de loucura elegante.
Chapeleiros se perdem no brilho dos olhos dela,e até o Gato Risonho para de sorrir pra tentar entender o enigma que ela é.
Ela é jardim e floresta encantada, tem dias de brisa, outros de tempestade.
Beijá-la é como beber da poção errada:
você nunca mais volta a ser quem era.
Quem a encontra, não quer partir; quem parte, leva um pedaço.Porque amar Rosahyarah é se perder com gosto, é cair no abismo da fantasia e não desejar retorno.
No País das Maravilhas,ela não é visitante,é rainha, é feitiço, é história que ninguém esquece, é realidade mais bonita que qualquer conto.
Entre o Riso e o Silêncio
Dizem que sou feito de risos soltos,de palavras que dançam sem medo,de uma leveza que não se aprende, de uma luz ímpar.
"Você tem um brilho no olhar", repetem, sem notar, o quanto arde, às vezes, esse brilho.
Eu me identifico com o Chapeleiro maluco, louco aos olhos do mundo, mas lúcido demais por dentro.
Veem loucura no meu sorriso,mas não enxergam a tristeza nos meus olhos.
E talvez nem queiram ver.
Carrego o riso como escudo,a piada como armadura, o exagero como alívio.
Porque mostrar a dor assusta, e calar é mais fácil do que explicar esse nó que a alma não desata.
Dentro de mim mora um vendaval, mas por fora... só o vento suave.
Sou tempestade em corpo de primavera torta.
E mesmo assim sigo,entre gargalhadas e silêncios, dançando com minhas sombras, abraçando minhas fendas, sendo loucura e lucidez, tudo ao mesmo tempo.
Victoria, Vitória da Vida
Victoria, menina-mulher decidida,
Caminha sozinha, enfrenta a vida.
Mãe solo, guerreira, pura bravura,
Carrega no peito uma alma madura.
Com passos firmes, enfrenta a dor,
Mas guarda no riso todo o amor.
Mesmo cansada, não perde a fé,
Levanta o rosto, se ergue de pé.
Ela chora, sim, quando a solidão
Aperta o peito e fere o coração.
Mas nunca se rende, nunca recua,
Tem luz nos olhos, tem força nua.
Quer mais que lutar, quer sentir a flor
Da vida nascendo no seu interior.
Quer dançar na chuva, sorrir ao sol,
Soltar os cabelos, sair do lençol.
Victoria só quer viver a vitória,
Escrever com coragem sua história.
Ser livre, ser plena, ser luz, ser mulher,
conquistar o que é seu, como bem quiser.
Ela é tempestade, é calmaria,
É noite escura e também o dia.
E mesmo que o mundo às vezes demore,
a vitória de Victoria logo floresce e floresce forte.
Professor que Não Lê
Professor que não é leitor, como pode, com amor, semear nos corações o gosto pelas palavras, o voo das imaginações?
Como guiar com firmeza se não cultiva a beleza de um bom livro aberto, de um mundo descoberto entre letras e emoção?
Ensinar a ler não é só decodificar, é fazer sonhar, refletir, questionar. É dar asas à mente, é tornar o aluno semente de pensamento e criação.
Mas como inspirar esse valor, se o mestre, por desamor, não lê, não se encanta, não vive o que um livro transmite, com sua alma tão viva?
Ser professor é missão, e formar leitor, vocação, mas só ensina a ler de verdade, quem lê com sinceridade, com paixão no coração.
Cicatrizes que sussurram
Estou em pé, mas não inteira, há frestas em mim onde a luz hesita, esquinas da alma onde o medo ainda mora, e a vergonha sussurra antigos nomes.
Carrego silêncios que pesam mais que gritos, feridas que não sangram, mas ardem baixinho.
Já quis fugir de mim,calar partes que doem só de existir.
Mas hoje aprendo a me sentar comigo,
a ouvir sem julgar, a tocar cada sombra com mãos de ternura, e chamar pelo nome o que antes eu escondia.
Porque há beleza também no imperfeito,
força no que um dia foi queda, e cura, talvez, em simplesmente não fugir mais.
Te habito em silêncio
Não fiz promessas,
nem toquei mais do que o acaso permite.
Foi só um sorrisoleve, como quem sabe o poder do quase.
Um abraço,simples,mas ficou em ti como perfume em pele quente,como vinho na lembrança de um beijo não dado.
Desde então, me habitas em pensamentos que nem ousas contar,
fantasias moldadas no escuro dos teus desejos, onde meu nome se desenha sem voz.
Eu sigo, distraída,mas sei… quando a noite cai e o mundo se cala, sou o motivo do teu silêncio inquieto, a imagem que volta, teima, insiste.
Não fiz nada ,e mesmo assim, te desordeno, me tornei a sua imaginação mais fértil e desejada em qualquer momento.
