Coleção pessoal de Romulo1981

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"A seara do escarnecedor é regada com motejos; e, o fruto de sua sega é a eterna ignomínia."

Não Caibo

Não caibo na terra de inversões;
Da ladrona dos valores éticos;
De costumes e modos céticos;
E da moral dos charlatães.

Não caibo no mundo do Direito
Onde sépticos tiram proveito;
Anistiando os grandes vilões;
Desaprovando os homens bons.

Não caibo na pátria de prevaricações;
Onde Têmis está desamparada;
Clamando por nobres ações;
De uma sociedade desesperada.

Não caibo onde uma flebóclise;
Injeta estrume nos padrões;
Onde abraçam os grandes ladrões;
E ainda acabam com a mesóclise.

O cintilar da estrela matinal em tua face habita;
Qual frescor primaveril tua pele nas manhãs;
Exala na respiração a fragrância das maçãs;
E o imo do poeta, por ti estremece e palpita.

Vem dos céus, musa, formosa e mui altiva;
É a gotícula do leite, que a via láctea formou;
A que faz brotar a lótus, esculpida por artista;
É aquela bela dona que Da Vinci enamorou.

Desmedida é Eulália em ternura;
E não há em toda terra ser com mais candura;
Inspirados por ti foram os do renascimento...

Ao fitar a pele tua, a essência da brancura;
E imaginar teu corpo nu a luz da lua;
Donde busca a poesia todo seu alento.

Tange a lira o querubim mavioso,
E vibrantemente o Altíssimo entoou.
Canto a plenitude do Poderoso,
A graciosidade primaveril,
E a beleza de Eulália.

Quão belo nascem os lírios campestres,
E os colibris enamorados os cortejam.
Surgiu ó musa impetuosa a relampejar,
Fulgurante cintila os firmamentos
Teu semblante brilhante.

Tal sopro Divino adentrou
Em majestosa escultura.
Lei foi de Javé, Oleiro-Criador
Que terno e preciso adornou
Supra obra de esplendor inigualável.

Imponente bradou: "Ouvi ó céus!
Todo clarão diurno e tudo que cintila!
Toda Via Láctea!
Pois a vida, em seus termos, se esculpirá.
Todas minhas letras far-se-ão carne.
Aquela que diante de mim assiste
Tornar-se-á mulher vivente.
Qual reina a primavera entre às estações,
Reinará entre as damas a rosa por mim concebida!"

Quão formosas as sedas
Que compõe tuas madeixas douradas.
Pétalas alvas é tua tez
Juntamente com fragrância de balsamo,
Exalam sutilmente ao ar.

Bruma na orla as fluctissonantes ondas
Ansiando por banhar-te os pés singelos.

Sopra o vento sul,
Para refrescar vossa pele.
Vem, pois caiu à noite, ó lua cheia!
Ilumina aquela que cede à Terra colorido.
Pisamos as uvas das melhores vinhas
E celebremos com o vinho novo,
Pois enamorada está a essência do poeta,
Não por ouro, prata ou pérola...
Mas sim pelo anjo em mulher, Eulália.

Louvo o Altíssimo por notar tal poema;
Pois só o Criador de inspiração suprema;
Molda essa arte com precisão;
E presenteia a Terra com sublime visão.

Flui dos olhos tua bela escultura;
Ninfa, diva, musa e inspiração...
Qual nascer de sol no dia de verão;
Traz luz ao mundo a toda criatura.

Fonte melifica replena ternura;
E toda formosura reside no teu ser;
Algo em quimera que a meu ver...

Faz primavera todo alvorecer.
E o nascer das rosas vem de ti, Eulália.
Como dália num gentil florescer.

Límpido céu a oscular o mar azul,
E as ondas ouriçadas bramam na areia,
Tal o meu ser ao beijá-la anseia,
Como a água a tocar teu corpo nu.

Nunca almejei algo assim como tu,
Toda tua boca, como morango ou cereja,
Donde minha boca instigada viceja,
Como viceja as aves o céu azul.

As nuvens moldam teu rosto aquarela,
As flores exalam constante teu olor,
A primavera criou Eulália singela.

E em meu ser despertou o amor,
Deus em toda sua plena Auréola,
Pôs-te em minha vida felicidade em flor

Canto ao Supremo com glória singela;
Pois da terra moldaste ente sem igual;
A multiforme graça em dom magistral;
Fez perfeição, buganvília, donzela.

Em nenhuma das musas tal inspiração há;
Que faça a pena do poeta desabrochar;
Apenas a diva graciosa e brilhante;
Reside toda arte em sinfonia exuberante.

Imagino que estou em quimera;
Porquanto tua alma, tua essência, tua flor;
Abotoa em mim a alegre primavera;

Tão-somente despertou-me o louvor;
Deidade excelente pintada em aquarela;
Minha Eulália, noiva, verdadeiro amor.