Coleção pessoal de roberto5costa

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Palavras são apenas detalhes da vida de um poeta. Detalhes ínfimos de sentimentos profundos e secretos que não querem se conter, mas que saem em porções calculadas.

A incerteza de um único instante é capaz de aprisionar-nos em instantes intermináveis.

DE PONTA CABEÇA

Deitei cabeça combinando
Com a cabeceira da cama
Na madrugada acordando
Pensando em quem me ama.

Vi tudo diferente
Um pensamento encaixo
Algo muito atraente
E eu de cabeça pra baixo.

Era ainda uma hora
E quarenta e quatro minutos.
O sono me foi embora
E aqui relato os assuntos.

Fico a pensar, reprimido
No sentimento, o afeto
Deixo o amor escondido
E os olhos bem abertos.

Pois eu perdi o meu sono
Também perdi uma chance
Fui inconsequente, insano.
Não dominei um romance.

Na vida eu tive perdas
A madrugada é prova
Dores e amores de cedas
O peito transformo em cova.

Enterro coisas bem lindas
Para nascer coisa nova
Pessoas amadas, infindas
Que em nosso ser se renova.

Autoria própria

O poder das palavras não está em seu som imediato, mas em seu eco.

Quando você guarda um segredo, possui um tesouro composto por palavras, sentimentos e vidas.

Não idolatre um poeta por suas belas palavras. Ele também é capaz de usar palavras ruins.

Sou um poeta que compreende o poder das palavras, mas é incapaz de dominá-las.

Um poço escondido é o coração de uma mulher. E quando esse poço é encontrado, quanto mais profundamente nele se desce, mais água cristalina nele se encontra.

Pessoas não são descartáveis, são uma parte de nós que continua viva.

A TRISTEZA ROUBOU MINHA RIMA

Ao chegar em casa
E ir para o banho
Olhei para o espelho
Com muita decepção.

Lancei um olhar de condenação
Para a pessoa que ali estava.
Frustração, arrependimento,
Com um profundo desgosto.

Ao entrar debaixo do chuveiro
Deixei a água cair em meu corpo
Para que talvez lavasse
Toda a tristeza, toda decepção.

Mas a água gostosa e fria
De um fim de tarde quente,
Mesmo que refrescante,
Não lava por dentro.

Mas essa mesma água,
Que não lava por dentro,
Começou a se misturar
Com as lágrimas.

Por algum tempo o pranto
Me dominou, lavou a alma,
Saiu em forma de lágrimas
Mais um pouco da dor.

E que dor! A dor da alma
Não pela ofensa de outro
Mas pela que eu causei
A tantas pessoas amadas.

Me senti um lixo, fraco
Impotente, me faltam
Palavras para dizer
O que pensei de mim.

O vazio me dominou
De tal forma, intensa,
Que as lágrimas foram
Apenas detalhes do pranto.

Detalhes imperceptíveis
Ao se misturarem com
A água do chuveiro
A molhar meu corpo fraco.

Detalhes pequenos diante
Do soluço e pranto incontrolável
Inconsolável, solitário, doloroso.
De uma alma incapaz de amar.

E enquanto escrevo
As lágrimas insistem
Em querer sair,
Mais contidas.

Mas não menos tristes
Pela impotência de um
Ser que quer ser melhor
Não pra si, mas pro outro.

12/01/2015 (18h36)

O calvário de um poeta é ser crucificado por suas próprias palavras.

Não sobrevivo da poesia, mas a poesia me ajuda a sobreviver.

O perdão é um remédio desejado por quem o pede e um veneno para quem não o concede.

O que você significa para uma pessoa pode não refletir a sua realidade, apenas a dela.

A maior dificuldade em se relacionar com as pessoas é o que pensamos delas e não de nós mesmos.

Aquele homem ideal existe no seu pensamento, mas aquele monstro também. Qual deles você vai despertar?

Confiamos no que queremos acreditar, independente se isso é real ou imaginário.

Temos o poder de refletir nos outros nossas piores mazelas e querer sugar deles nossas maiores ambições.

A frieza de um ser humano, ou não tão humano assim, pode gelar seu próprio coração, e prendê-lo em um vazio de insegurança e medo.

Os mudos não agridem com palavras
Os surdos não são por elas feridos.
Por isso ambos estão protegidos,
Contra o escorregão de dizeres irrefletidos.