Coleção pessoal de ricardo25vitti

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Litoral em memorial

Há navegar no mar a amar,
sem pressa por expressar os sentidos,
sentir a brisa do lamentar,
nas gélidas lágrimas da chuva,
em meu barco ao vento a rebocar,
cortando as ondas,
criando vida aos traçados a me levar,
esse foi o meu penoso caminho,
tortuoso em lhe buscar,
acanhadas ondas proferem ditosas,
contorno aos lençóis a profetizar,
aquele oceano desbocou meus horizontes,
fora azuis seus olhos a me ludibriar,
ofuscam-se meus medos,
daquelas terras um dia voltar,
por conhecer alguém,
aquela de quem eu possa junto estar.

Sujeito eu perfeito, somente no teu lamento a me buscar naquelas lápides, nossas, por minha história a sua por se romper...

De um abismo ao outro se encontra o amor, pelo mesmo porém que neles diferença não há, ao se tocar não serão pertinentes tais divisões, nada os subtrai, pois no encontro dos ventos tornar-se-á uma tempestade em grande paixão bonançosa...

Se encontrar meus erros lhe ensinarei a aprender com os mesmos, pois uma fé desviada por si na dor se encontra...

Por tua ingrata saudade, postes a me buscar naqueles poemas cravados, porá em pedras na minha ceifada vida, dentre os campos qual me buscaras, morte, porém fartar-se-á...

Não lhe pedirei desculpas, já que lhe causei dor por meu tanto amor, fostes minha mente doentia que lhe adoentou, hoje sou posto ao solo em meu gradativo esvair por teu perdão...

Corcoveia vento aos quatro cantos do mundo, vai levando nosso pranto, ao cabisbaixo em esmo momento, te vás involuntário a buscar tempestades que no gemer me calas...

Se não encontras beleza numa mariposa ao alvorecer, buscaras incessantemente num pranto ao travesseiro, posto moribundo ante morrer, pois na penante vida se descobre o sensível em nossa insensatez...

Sorridente fostes ao Sol nossos triunfos, voltas calado impetuosa noite, porém me lembras que és chegada a hora de morrer, voltas a nos cobrir no vosso longo manto púrpura entre mil rosas...

Cantigas de ninar

Semelhante ao pó me faço,
por um nó na garganta desato;
sobre a chuva fria fundem nossas canções,
decrescente coração ao peito,
se desata em linda brisa,
nessa tirania vivida cumprirá,
nossas histórias aos pés,
sabiá sabia, que num simples assovio,
em suas notas sábias poria á encantar,
porém me vou ao teu canto,
por qual em vida desencanto,
festa desarmônica enrustida há,
fostes breve teu gorjear,
que em minha lida postes a me encantar.

Custe o que custar, mas a vida não será tão amarga quanto o limão em sua ferida a rasgar...

Se em tuas lágrimas não podes ver a beleza das chuvas, busques nas flores ao orvalho dum resplandecer do novo dia, assim poderá ser um pouco mais humano e não viver se lamentando da causa de seu pranto...

Busquei me aprofundar nos poemas, o que a vida não pudera disfarçar em meus flagelos, porém, poesias, a mais bela morte em parcelas...

Por quanto tempo terei de vida, vanglorio-me, porém disfarço entre os punhos os anos, dum perdido eu em julgo a desfilar-me entre impiedosos olhares...

Cadente como as estrelas somos, nosso brilho desde o mais ofuscante um dia irá se apagar; por isso não sigamos o caminho dos mitos, sejas como muitos que hoje são poucos...

Se essa tua pena por mim se empenha, me empenharei a triste cena de teu olhar por me matar, e em tua volta nosso contrato se encena no tempo por tua morte velar, então serás por minha má sorte sobre teu legado...

Me atento a ti morte, no que me fizestes vir a esmo, por verdades a tudo na dor me desempenho, no teu falso, porém calmável lamentar...

Quando virá amor me matar, já que esse desamor só insiste em me rasgar no apego dessa tua desacelerada volta?...

Em notas cravadas

Galopeia pensamento,
foi aquelas andadas minha jornada,
neste solo semearão mil cavalgadas,
dum gélido e sólido covil,
inconsciente amor ao dorir,
sono em breve anseio faz florir;
nos meados dessa ceada,
fartar-me-ei nessa calada e pertinente dor,
sou terminante,
minhas promessas mausoléu cascalhas,
morte; abrigo por mal ao bem viestes,
serei a ida dessas ceifadas boas vindas.

Na escuridão se escondem nossos monstros, na luz sabemos observar os mesmos e rechaçá-los, pondo nossos audazes desejos com magnificência...