Coleção pessoal de ricardo25vitti

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Foi pensando em lhe perder, que me contive no nada, mas se no nada, nada posso, posso tudo, por breve que sejas o amor...

Mantive-me calado por nada saber dizer, porém o silêncio de minhas palavras foram rabiscadas naquelas folhas, dando grito ao aquietar-me no amor á descrever...

Além do que possa entender

Hoje entre laçadas, disfarçam poemas ás portas,
são as rosas que se espremem,
beijos doces que envenenam,
palavras levadas aos porões,
onde o indeciso, em versos não se calá...

Sonhos resignados, lacrados em um frasco de vidro;
lá estarão restritos, no rogar ao pé-de-ouvido,
amor se vai pelas calçadas;
minha casinha já não mais abriga,
faz frio lá fora, porém fome nos fadiga,
em buscar aquelas andanças reprimidas;

... Cada passo que se dá, por fim se morre mais,
mais esse mundo em mim por se deixar matar,
naquelas lembranças, pinto e bordo esperanças,
dum dia essa paixão num remoçar voltar...

Encanto decantado

Por murros enlaçados, minha vida decretou,
entre florestas sólidas concretizou,
aqueles holofotes adentram corpo e alma,
no picadeiro da vida, graça escoou;

... entre espelhos quebrados, que me formou,
aqueles cacos pequenos,
minha velhice num curto canto eternizou;
sábias palavras no fim, por fim compraram;

dum soluçar por abrigo, gemidos por envolto,
faz um expressar em lágrimas;
despes o rosto de tal dor enrustida,
por promessas boas, duma vida mal vivida...

Rabiscadas calçadas

... Vai se indo solitário, derramado em lágrimas,
resfriado, rígido e indecifrável;
levado á sério por ser tão escasso,
se empareda e envenenava...

Sólido cabível e cabisbaixo,
esmurado entre chutes, beijos e abraços,
sou aquele quarto, vazio no reluzente me opaco;
solúvel e encerrado, num beijo;

dentre as janelas me relembro, sós,
aquelas ruas e calçadas,
onde em restritos pensamentos,
eu e você, amávamos perdidos entre meio o pó...

Furtivo aflorar

Enfeitam-se as flores de tamanha exuberância,
puseram-se á cantar os pássaros,
tinha disto revoada,
vai longe, incessante e não se calá...

Meneias as pétalas num russo florir;
desenfreada paixão rotineira e romeira,
daquelas estradas cansadas invadas,
por meio á poeira me virão tais lágrimas;

me apequeno, porém sou incessante,
no labutado amor por derradeiras se ajeitas;
entre o dorir milagre do amor,
sou entre as rosas espinhos, candeando vigor...

Conduz-me alento

Reconheço meu recomeço no recochetear,
das palavras impressas nas pedras,
talvez lá o durar da vida engesso,
nas plurais da minha permanência...

Naqueles poemas lhe levo,
numa literal promessa vinda de nossos sonhos,
primitivos fizera-se realidade dos tempos,
onde qual tremulam pensamentos;

... essa paixão racional,
por fracional se estendem;
aqueles passos que em vão não se vão,
lhe seguirei adentro minha pura razão...

Foi aquela dor quem me caçou, derradeiro amor em falsas juras me expurgou, pela vidraça da janela estilhaçada vejo os restos da minha paixão que relutou...

Vai voando pensamento, além do céu é seu lugar, eis o perito discernimento, aquele que nos guia mesmo nas noites mais escuras e frias...

Entre mil és única

Quantas vizinhas estrelas,
não se apagaram nos olhos,
por serem desejadas,
lembranças dum louvar;

benditas correntezas,
distintas sobre o tempo,
de um grave cataclísmica,
relutarem ao luar;

se encenam entre as mesmas,
dourar lembranças terrenas,
despem á natureza,
lacrimejam sobre as telhas...

Serás essa serena,
perene serenata,
sondada sobre o turvo,
se faz hoje em relutar;

aqueles mesmos lemas,
formam ás tais tristezas,
lágrimas em cadeia,
hoje livres por poder amar...

Não me dou por poeta,
por escrever tais letras,
pois mais sou um velho ambulante,
que jamais deixara de sonhar.

Ricardo Vitti

Essa meteórica sintonia dos apaixonados se estende além do infinito, opuseram claustros monumentos á repeli-los, porém se eternizaram em beijos roubados, não assassinados por malfazejos lábios...

Desconhecido homem de poucas palavras por fim fora entendido, num mundo desconhecido conheceu o amor, por tantos sobreviventes que ali residem, poucos fugitivos sem abrigo, então espaço concedeu aos velhos por tantos algarismos, cedeu ás horas rompendo-se de seu bifurcado paraíso...

Nunca me permiti ser amado, hoje vivo desolado, naqueles livros quais tenho lido, na lida disrítmica do meu coração, lancei aos quatro cantos aquelas histórias quais me apaixonei, mas não tivera me permitido viver...

Aquelas páginas rabiscadas não trouxeram você de volta, me aquietei em nosso amor, hoje por isso a solidão custa em me deixar...

Se fundiram nossos corações numa encruzilhada, pedregoso nosso caminho, por ciladas do destino, jornada essa dosada de lamúrias, por meio pranto ao encanto, sobre o pó das estradas desfila o pólen que das flores se perderam, por festejarem a morte daquele encanto decantado em lágrimas...

O sofrimento tornou-se rotineiro, quanto mais os anos se passam ele me solve, talvez por sua vez, tornam-se entre meio meu fim, em meu sim exaurido e compulsivo por desassossegar, se algum dia houver algo tão saboroso, espero minha maçã estar podre...

Desabotoam flores em minhas mãos, entrevado me vejo ao arrastar meus passos, tais sopros dos ventos vós levais mais longe que minhas desvendadoras poesias, além se vão, porém em mim se tornaram labirintos intermináveis, qual busco cada vez mais me perder...

Serei as sementes semeadas meio as planícies escuras, guardarei os momentos, por ventura não lhe acariciei quando tantos lhe maltrataram em rogares duros?!...

Volta para aquela cama, pois cansados vivemos meio aos desatinos, desses amotinadores levas o descaso, pois teu descanso serás alentado e raso...

Por novo em minhas doidices me tornei o mais experiente dos velhos, temia minha lucidez por vez, me encontrava entre trancos e barrancos o real motivo de minha timidez na minha escassa estadia...