Coleção pessoal de Renatinho

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O suicídio demonstra que na vida existem males maiores do que a morte.

A principal missão do homem, na vida, é dar luz a si mesmo e tornar-se aquilo que ele é potencialmente.

Enquanto protelamos a vida passa por nós a correr.

A vida é enfadonha como uma história contada duas vezes.

A vida de um homem culto deveria simplesmente alternar-se entre música e não música, como entre o sono e o despertar.

O Natal não é um momento nem uma estação, e sim um estado de espírito. Cultivar a paz e a boa vontade, ter misericórdia em abundância, isso sim é ter o verdadeiro espírito de Natal.

Ao longo da tua vida tem cuidado para não julgares as pessoas pelas aparências.

Só a arte permite a realização de tudo o que na realidade a vida recusa ao homem.

Há duas ocasiões na vida em que uma pessoa não deve jogar: quando não tiver posses para isso - e quando tiver.

Os desejos da vida formam uma corrente cujos elos são as esperanças.

A principal tarefa na vida de um homem é a de dar nascimento a si próprio.

Trinta anos é uma idade difícil. (...) A vida acaba, começa a existência.

A literatura antecipa sempre a vida. Não a copia, molda-a aos seus desígnios.

A vergonha, isso passa quando a vida é longa.

O homem chega inexperiente a cada idade da vida.

Na vida só há um modo de ser feliz. Viver para os outros.

Lira do amor romântico
Ou a eterna repetição

Atirei um limão n’água
e fiquei vendo na margem.
Os peixinhos responderam:
Quem tem amor tem coragem.

Atirei um limão n’água
e caiu enviesado.
Ouvi um peixe dizer:
Melhor é o beijo roubado.

Atirei um limão n’água,
como faço todo ano.
Senti que os peixes diziam:
Todo amor vive de engano.

Atirei um limão n’água,
como um vidro de perfume.
Em coro os peixes disseram:
Joga fora teu ciúme.

Atirei um limão n’água
mas perdi a direção.
Os peixes, rindo, notaram:
Quanto dói uma paixão!

Atirei um limão n’água,
ele afundou um barquinho.
Não se espantaram os peixes:
faltava-me o teu carinho.

Atirei um limão n’água,
o rio logo amargou.
Os peixinhos repetiram:
É dor de quem muito amou.

Atirei um limão n’água,
o rio ficou vermelho
e cada peixinho viu
meu coração num espelho.

Atirei um limão n’água
mas depois me arrependi.
Cada peixinho assustado
me lembra o que já sofri.

Atirei um limão n’água,
antes não tivesse feito.
Os peixinhos me acusaram
de amar com falta de jeito.

Atirei um limão n’água,
fez-se logo um burburinho.
Nenhum peixe me avisou
da pedra no meu caminho.

Atirei um limão n’água,
de tão baixo ele boiou.
Comenta o peixe mais velho:
Infeliz quem não amou.

Atirei um limão n’água,
antes atirasse a vida.
Iria viver com os peixes
a minh’alma dolorida.

Atirei um limão n’água,
pedindo à água que o arraste.
Até os peixes choraram
porque tu me abandonaste.

Atirei um limão n’água.
Foi tamanho o rebuliço
que os peixinhos protestaram:
Se é amor, deixa disso.

Atirei um limão n’água,
não fez o menor ruído.
Se os peixes nada disseram,
tu me terás esquecido?

Atirei um limão n’água,
caiu certeiro: zás-trás.
Bem me avisou um peixinho:
Fui passado pra trás.

Atirei um limão n’água,
de clara ficou escura.
Até os peixes já sabem:
você não ama: tortura.

Atirei um limão n’água
e caí n’água também,
pois os peixes me avisaram,
que lá estava meu bem.

Atirei um limão n’água,
foi levado na corrente.
Senti que os peixes diziam:
Hás de amar eternamente.

Do modo como a concebemos, a vida em família não é mais natural para nós do que uma gaiola é para um papagaio.

A alma que não se abate, que recebe indiferentemente tanto a tristeza como a alegria, vive na vida imortal.

Só engrandecemos o nosso direito à vida cumprindo o nosso dever de cidadãos do mundo.