Coleção pessoal de raquelromano

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A Salvação é de graça, mas o discipulado custa tudo o que temos.

Amor?


Eu sempre sonhei com meu primeiro amor. Eu via nos filmes, lia nos livros. Nas novelas, nos desenhos animados. Nos outdoors, nas revistas. Comerciais de tv, catálogos de lojas. Em toda parte eu via um homem e uma mulher andando de mãos dadas. De um lado da rua um casal discutindo a plenos pulmões sem se importar com quem via, do outro, lá no final sentados num banquinho outro casal aos beijos e abraços. E eu achava aquilo de certa forma bonito, instigante, criativo. Serem tantos seres humanos se amando de formas completamente diferentes. E eu queria aquilo pra mim. Dai eu comecei a criar o homem ideal. Em várias características. Época ele tinha que ser moreno, outra de olhos verdes. Uma época magrelo, na outra bem forte. Época carinhoso e meloso, na outra eu queria ter que fazer o papel do homem e correr atrás. E minha busca pelo cara estava cada vez mais impossível. Injusto não terem me falado do amor, não terem me alertado do perigo que é amar. Causa até mortes. E eu, na minha inocência, no inicio da minha adolescência achava que era aquele mar de rosas, mas espera, eu nem gosto de rosas. Quando comecei a perceber o que realmente se passava ao meu redor minha ficha caiu. Amor? Sem dor dizem que não é amor.

Sonhar pode, né?

Onde já se viu? Ele achar que só de me olhar daquele jeito iria me conquistar? Qual foi? Pareço ser tão fácil assim? Não sou não, está bem? Mas era raro alguém conseguir me hipnotizar daquele jeito. Onde eu parava, meu olhar procurava o dele. Eu mal ficava parada, rodeava tudo pra encontrar ele. O que foi? Eu não posso criar uma história de amor na minha cabeça? Não posso sonhar? Posso sim. Eu me autorizo a isso. E continuando, eu só estou sonhando, que mal há nisso? Nenhum né. Você deve me estar achando uma louca. Mas eu apenas estou um pouco entusiasmada com a descoberta que eu fiz. Eu descobri um olhar, que me passava um desejo de conhecer ele cada vez mais. Mas a gente nunca tinha se falado. Eu mal sabia o nome dele. Igual naquela música "se não é eu quem vai fazer você feliz?". Será que ele ainda não percebeu que eu sou o amor da vida dele? Alguém se disponibiliza a contar pra ele? Tá, parei. É que eu gosto de criar romances impossíveis, sabe? É meio que uma lei. Quando alguma coisa me encanta num garoto, eu pego aquela coisa e faço ela de inspiração pra mim durante um tempo. Provavelmente você, menino, que está lendo isso, já deve ter estado em um dos meus textos. É que eu me apaixonar é muito difícil, então eu crio romances. Talvez. Mas pensa comigo... Ele fica me olhando, dá um jeito de aparecer onde eu estou. É até engraçado, ele sempre aparece onde eu estou. Tirando a parte que a gente estuda na mesma escola, e a sala dele é do lado da minha. Mas me leve a sério. Não é infantilidade, é só uma hipótese, vai que ele pensa o mesmo que eu. Mas eu li num livro um dia que as pessoas gostam de quem não gosta delas. Só que eu mal conheço ele e já gosto tanto do olhar dele. E li também que primeiro você tem que mostrar interesse, e depois sumir, ainda mais que ele estuda na mesma escola que eu. Eu só queria que alguém no mundo me passasse a segurança que o olhar daquele garoto me passa. Mesmo que seja tudo uma farsa.

Eu me lembro como tudo começou. Me lembro mesmo, mesmo que eu não tenha te dito isso. Eu me lembro também como tudo acabou, mesmo eu não sabendo o porque de você ter ido tão rapidamente. Clichê, é isso que ouço o tempo todo e em todo o tempo. E eu sou sim. A simplicidade me ganha. De que adianta um circo espetacular, se o palhaço está triste? De que adianta as coisas te encantarem, e depois irem embora? Não adianta de nada. Não adianta ser bonito, pra depois não existir mais. E é isso. Eu preferi viver, e relembrar todos os nossos momentos bons, mesmo com todo o mal que você me fez, porque a simplicidade do que existiu em nós. Foi o que me fez deixar de sentir.

O que sinto por você é como uma gota de chuva. É como uma nuvem no céu. É como uma corda num violão. É como um ator atuando e um cantor cantando. É como uma flor num jardim. É como o escuro na noite e a luz no dia. É como a cama no quarto e o fogão na cozinha. Como o professor dando aula e o aluno no mundo da lua. Meio óbvio sabe. Que até quem é cego, enxerga.

Eu te esperei. Te esperei durante uma semana, um mês, dois meses. E nada aconteceu. De primeira eu acreditei que você fosse voltar. Que você ia olhar pra ela e pensar no quão sem graça ela era, que os meus olhos ficavam mais bonitos enquanto eu sorria, do que os ela. Mas não. De segunda eu cheguei a pensar que ela tinha uma doença mortal, e que você estava com ela apenas durante o tempo que ela viveria e que quando ela morresse você correria para os meus braços. Novamente não aconteceu. Depois de tantas suposições, tantas criações, de o porque você se foi, e de como voltaria... eu tive que aceitar. Que você não voltaria e que aquele tchau que você nunca dizia, foi o que você disse no dia da sua partida.

Me perdoa?
Eu não quis me afastar, não quis te deixar de lado, não quis não mais falar com você. É que as vezes temos que escolher algumas coisas, algumas pessoas, umas prioridades sabe. E eu tive que escolher entre o meu Deus e você. Eu não me arrependo de ter escolhido meu Deus, e Ele me ensinou a viver sem você. Eu não vivo mais pra mim, se é que me entende.
-E é por isso que eu sumi.

São sentimentos tão fortes, que eu nem sei demonstrar.

Quem disse que a história terminou meu filho? Se prepara. Ainda tem muito pra sofrer, muito pra chorar. Ainda tem muito pra se humilhar, pra ser humilhado. Tem muitas lutas, muitas dificuldades pela frente. Mas você passará por todas elas, com a paz no coração, com a fé, e com Deus segurando a sua mão, ou então, te levando no colo.

O tempo passa, e ele não desiste de voltar. Ele some por semanas, e volta querendo encontrar tudo do jeito que deixou. Eu explico pra ele que não é assim, que amor não é assim, que amizade não é assim. Mas é inexplicável, porque ele vai e volta, e sempre tem o mesmo espaço ocupado dentro se mim.

Eu cansei daquelas frases clichês que vem pra dizer que alguém é importante, ou que alguém é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. Deus me deu de presente. Mesmo sendo frases totalmente usáveis, acredito que isso não é aceitável. Pelo menos não mais, não agora. Pois, não precisamos de palavras, temos que ter as atitudes. O olhar fala mais, o abraço fala mais, a presença fala mais. E o sorriso, trás paz.

E aí fica difícil esquecer quando ele ainda ocupa o topo do seu bate papo. Quando ele fica declarando a berros e gritos o amor por ela, aquele amor, aquelas palavras que deveriam ser pra você, e você não pode fazer nada pra mudar. Fica complicado quando tudo que te dizem te faz lembrar do que ele te disse um dia, e todas as afirmações te fazem duvidar, e não acreditar. Fica pior, ou melhor a cada dia, dependendo do ponto de vista. Clichê, infantil, sonhadora, podem me chamar do que quiser. Do que não quiser também. Mas não acho justo te dar esse ibope de desacreditar no amor por tua causa, já passaram por aqui tantos que não tiveram esse poder, não será você. Eu acredito sim no amor verdadeiro, naquele que será sim, pra sempre. Acredito que ele exista, sinto lhe informar. Pois ainda vai demorar um tempo, ainda vou me lembrar muito, e mesmo, só que não vai me impedir de amar e acreditar outra vez.

Será ironia, enquanto o coração chora, sorrir?