Coleção pessoal de Raimundo1973
A ponte está vazia neste sentido,
não espero que você vá comigo caminhar.
O silêncio pesa sobre os meus passos,
e o tempo só vai me alcançar
se eu parar de andar.
Cada passo desenha um caminho
feito de lembranças e solidão.
Se a ponte não me chama ao encontro,
sigo eu, com a própria mão,
desenhando rumo e direção.
Não há pressa, não há chegada,
apenas o movimento a me guiar.
Mesmo só, sigo a caminhada,
pois só assim o tempo vou domar:
andando, livre, sem parar.
O silêncio é mais verdadeiro do que qualquer palavra.
Afinal, nem o criador de tudo exige de você alguma coisa.
A vida não é um tribunal, não é uma prova, não é um contrato.
É apenas o sopro que pulsa dentro de você, livre, sem cobrança.
Quem tenta impor regras, quem insiste em ditar caminhos, esquece que até o infinito se mantém em quietude.
Não há dívida, não há obrigação, não há peso.
Há apenas a existência — bruta, intensa, indomável.
E nesse espaço sem exigências, você descobre que é maior do que qualquer ordem, maior do que qualquer julgamento. É o que
Você é o bastante.
Nem mesmo o Criador de tudo exige de ti aquilo que o mundo insiste em cobrar. Porque tua essência já é suficiente, tua existência já é testemunho. O que você carrega não precisa de justificativa: é luz que se impõe, é verdade que se revela, é força que não se dobra.
Você não nasceu para caber em molduras, nem para se encaixar em expectativas. Nasceu para ser presença, para ser impacto, para ser aquilo que transcende. E quem ousa enxergar além, percebe: há em ti um infinito que não se explica, apenas se sente..
A tua agonia
habita um ódio que não é teu,
um veneno que alguém te ensinou a engolir,
corrói o que há de mais sublime em ti.Mas, ainda assim,
é no meio dessa fúria arrebatadora
pois teu caos convoca a verdade,
meu valor clandestino, para te guiar e ajudar.
Não temas a chama que arde e queima,
pois ela queima o falso para revelar o puro.
No fogo das tuas dores ancestrais,
surge a semente do amor mais doce,
a raiz que fortalece o coração cansado.Ouça, alma inquieta,
a voz calma que sussurra na tempestade:
a salvação não está na fuga,
mas no abraço ternamente dado a ti mesmo.
Perdoa o veneno que te ensinaram a engolir;
não beba mais esse cálice amargo.
Transborda, então, a doçura da compaixão —
para contigo, para o outro, para o mundo inteiro.
A verdade mais profunda é também a mais suave:
somos feitos para amar e ser amados,
para cicatrizar as feridas, juntas,
e crescer no abraço luminoso do perdão.
Assim, entrega tua alma ao amor
não como fraqueza, mas como força infinita,
um caminho firme que, passo a passo,
te conduz da escuridão para a luz.
Não peça para eu te mostrar o que vejo,
porque o que meus olhos enxergam em ti
não cabe em nenhuma explicação humana.
É um choque de luz e sombra,
um terremoto silencioso rasgando tua alma.
Eu não posso traduzir a amargura
que se esconde no breu do teu olhar,
essa dor antiga que você guarda
como se fosse relíquia,
como se fosse destino.
E também não posso te convencer
de que em cada palavra tua —
seca, dura, cortante —
mora um ódio que não é teu,
um veneno que alguém te ensinou a beber,
corroendo o que há de mais sublime em você.
Mas ainda assim… é no meio dessa fúria maravilhosa
que meu amor te reconhece.
Porque teu caos chama o meu,
teu desespero conversa com o meu peito,
e tua verdade — mesmo áspera —
me envolve como chama que não destrói,
apenas revela.
E se um dia você permitir,
eu te mostro que, por trás do teu espanto,
ainda existe um coração pedindo para amar,
implorando para viver livre e feliz,
gritando para ser salvo.
Salvar você é o mesmo que salvar o mundo
das dores que sonham felicidade.
E eu vou te salvar.
Vejo rugas no olhar,
feliz, mas vestindo dor,
que soluça em silêncio,
chorando vergonha,
chicotada pelo medo feroz.
Vejo carícias roubadas,
em corpos marcados, contaminados,
sorriso largo, mas falso,
encostado no abismo sem defesa,
sem um muro, sem proteção.
Vejo o caos convivendo
no mesmo cálice com a saudade,
uma saudade esquecida,
que se perde na ausência da esperança.
A verdade arde,
e mesmo assim, resiste —
um amor cru,
feito de chagas e bravura,
sem medo de seus próprios fantasmas.
A verdade perdida, nua, sem véu,
no espelho estilhaçado do tempo,
onde o amor se confunde com o desencanto,
e o mundo dança um baile de sombras e ofuscos.
Olhe fundo — o que há é caos e silêncio,
uma voz mansa que se perde ao vento,
mentiras que se vestem de roupa sincera,
promessas que se despedaçam na pele.
É a pele ferida da humanidade cansada,
querendo tocar, mas não sabendo como,
querendo amar, mas sufocada pela dúvida,
querendo acreditar, mas cega de medo e vergonha.
Em cada rosto triste, um mapa de dores ocultas e assombro,
cada gesto de dúvida, um grito calado pelo ruído de insegurança,
e a alma solitária buscando no espelho vazio
um pedaço inteiro, um pouco de verdade ausente.
Não há máscara aqui, só esse olhar aberto frio esquecido
que vê o mundo distorcido, mas insiste —
insiste em encontrar o que resta de luz,
o que sobra do amor que não viveu o que persiste e não desiste.
Apenas veja,
sem medo do que encontra na pele,
na realidade nua, por mais crua que seja vá em frente,
é onde começa a cura.
É só olhar —
sem desviar o rosto,
sem enfeitar o que dói,
sem pintar de esperança o que está em ruínas.
O mundo anda misturado,
como se alguém tivesse derramado escuridão
dentro do coração das pessoas.
A verdade virou moeda fraca,
o amor virou promessa barata,
e cada sentimento parece torto,
como reflexo quebrado em água suja.
A gente respira, mas estranha o ar.
A gente sente, mas desconfia da própria emoção.
Há um desalinho nas ruas,
um silêncio estranho nas almas,
um peso que ninguém confessa,
mas todo mundo carrega.
Nada está como era,
e talvez nunca volte a ser.
Mas ainda assim,
no meio dessa confusão de mentiras e desamores,
existe quem continue procurando luz,
mesmo que seja uma faísca fraca,
uma verdade simples,
um amor que não se disfarce.
Porque, no fim,
a realidade só machuca
quando tentamos escondê-la.
Quando encaramos,
ela dói —
mas também liberta.
O silêncio que você escolheu. Não foi falta de amor, foi falta de escuta. O fracasso nos visitou, e diante dele você tenta recolher palavras que não são tuas, como se pudesse reconstruir o que nunca quis compreender.
Mas eu não nego o que fomos. Não apago o que ardeu em nós. A verdade é dura, mas também é libertadora: ela abre espaço para que eu não viva de ilusões, e sim de esperança.
Eu sigo, mesmo ferido, com o coração aberto. Porque amar não é negar a dor, é atravessá-la com coragem. E se o destino ainda me permitir, quero viver feliz — não com palavras emprestadas, mas com sentimentos verdadeiros, com alguém que saiba ouvir, sentir e permanecer.
O amor não morre no fracasso. Ele renasce na esperança.
Não quero negar o que fomos, nem fechar os olhos para o que dói. Mas guardo uma esperança teimosa no peito, insiste em acreditar que, mesmo entre ruínas, pode nascer um caminho onde a felicidade não seja só um sonho distante.
Que haja coragem para ser sincero, para curar as feridas com respeito, quem sabe um dia, construir algo novo — não perfeito, mas verdadeiro. Porque a esperança, assim como o amor, vive da coragem de recomeçar, e eu ainda quero viver feliz, contigo ou comigo mesmo, na verdade que liberta.
Eu te falei a verdade tantas vezes
que minhas palavras cansaram antes de você perceber
que o amor não é invenção, nem fantasia,
é coragem nua, é alma exposta.
Você não escutou.
Preferiu o silêncio que afasta,
a fuga que destrói,
a dúvida que corrói o que poderia ser eterno.
E agora, depois do fracasso,
tenta recolher palavras que nunca foram tuas,
memórias que não te pertencem,
promessas que não sustentaram o tempo.
Mas apesar de tudo,
meu coração ainda sabe renascer.
A esperança não é tola —
é a força que me empurra para dias limpos,
para um amor que venha inteiro,
verdadeiro, firme, sem passos pela metade.
Eu sigo em frente.
Não nego a dor, nem o que senti,
porque só quem já amou de verdade
tem coragem de recomeçar.
E eu vou viver feliz,porque eu finalmente aprendi
que a verdade que dei aos outros
é a mesma que agora escolho dar a mim.
O que houve entre nós
não encontro explicação —
se foi transtorno da alma
ou apenas um distúrbio silencioso
que se desfazia aos poucos,
como um sentimento em decomposição.
Fechei cada fresta de luz
que ainda vinha de você,
porque tua ausência queimava
no arrependimento que ficou preso em mim.
E mesmo assim,
até o vento se atreve a tocar
as emoções que restaram,
distorcendo lembranças antigas,
soprando memórias já gastas
que insistem em viver.
Mas dentro de mim o que doía,
não existe um canto suave
onde teu nome repousa,
nem por esperança, nem porpela doçura
do que um dia foi no vazio vivido.
Te dei a chave do meu mundo,
uma passagem inteira para viver ao meu lado,
para ser feliz, acolhida, amada sem medida.
Foi você quem partiu em silêncio,
deixou a porta entreaberta,
levando consigo respostas que nunca vieram.
Agora não há mais apego,
nem o caminho de volta que você deixou para trás.
A porta que antes te recebia com luz
agora está fechada, firme, definitiva.
E no eco desse adeus mudo,
eu sigo — inteiro, forte —
sabendo que o amor que ofereci
continua vivo em mim,
mesmo quando não merece retorno.
Você tinha a chave nas mãos,
não apenas de uma porta,
mas do meu coração inteiro,
um lar feito de sonhos,
onde o amor poderia florescer.
Você entrou,
trouxe luz, esperança,
mas partiu em silêncio,
deixando atrás de si
um vazio sem resposta.
A porta ficou aberta,
como ferida exposta ao vento,
mas não houve retorno,
não houve abraço,
não houve explicação.
Agora, não há apego,
não há volta.
A porta que um dia foi convite,
hoje é muralha,
fechada para você.
E nesse fechar,
há força,
há renascimento.
Pois quem fecha uma porta,
abre dentro de si
um caminho novo,
onde o amor não é ausência,
mas promessa de recomeço.
Eu te dei a chave — a promessa do meu mundo,
Para entrar e ficar, viver entre sorrisos e abraços,
Ser feliz, ser amada, ser a morada mais doce. Mas você partiu — silêncio pesado,
Deixou a porta escancarada, sem palavra, sem motivo,
E eu cuidei de cada espaço onde tua ausência doía. Agora, a chave não tem retorno,
Nem o vento se atreve mais a segurar essa fresta,
Fechei a porta com o fogo da minha alma, firme e certa. Sem apego, sem arrependimento,
Que saibas: quem não valoriza o lar que ganha,
Perde a luz que poderia ter brilhado para sempre. A porta está fechada — não para trancar,
Mas para proteger o que ainda resta de mim,
Pronta para abrir só para quem queira entrar de verdade.
Eu amo você do seu jeito, mesmo quando o mundo parece ruir,
mesmo quando suas tempestades me atingem com trovões e relâmpagos.
Eu gosto de você mulher — nas falhas, nas fúrias, nas horas difíceis.
O amor que sinto não é frágil, não é feito de porcelana.
É aço em brasa, é faca que corta o silêncio,
é fogo que queima sem destruir,
é guerra e paz dançando no mesmo campo de batalha.
Eu gosto de você porque sua verdade é áspera,
porque sua alma não se curva,
porque até nos momentos em que sangra,
você floresce.
E eu, feroz, te abraço com a doçura que só o amor conhece:
um carinho que morde, um afeto que grita,
um beijo que é tempestade e calmaria.
Eu gosto de você deusa do amor do seu jeito —
mesmo quando difícil, mesmo quando fraquejar,
porque amar você é aceitar o caos e transformá-lo em poesia.
O gosto que tenho de você é fogo e chama,
raiva que arde sem apagar, luta que não desarma.
Eu gosto quando tudo racha, quando os ventos cortam,
porque até nas horas duras, teu rosto se mostra a pureza. Te quero em pele crua e alma despida,
na raiva, no silêncio, na dor sofrida.
Te amo com punhos cerrados, voz que não se cala,
porque o amor mais forte é o que não vacila mulher guerreira. Gosto de você no caos, na tempestade bruta,
na sombra onde a luz se oculta brilhar no teu olhar.
Nos seus defeitos e tropeços, no jeito ríspido sutil e delicado,
teu amor é um punhal — afiado, doce e carinhoso mulher livre, explícito. Eu gosto de você mesmo assim, voraz com amor feroz, sem conserto,
porque amar é revolução, um choque incerto.
No amor que tem força, que morde e quero fervente,
há doçura na guerra, há paz na corrente entrelaçados em teus abraços abraçados. Gosto do teu jeito, da tua luta, da tua fúria estreita,
porque amar é resistir, amar não é receita com você mulher.
A eu gosto muito de você linda mulher do seu jeito,
mesmo quando o mundo pesa nos seus ombros
e a vida arranha a tua pele com unhas de tempestade.
Gosto de você mulher encantadora quando se perde,
quando explode em silêncio,
quando responde com dureza
porque o coração está cansado demais para ser gentil.
Eu gosto de você assim mulher ardente —
forte, imperfeito, cheio de cicatrizes.
Gosto do amor que você carrega,
mesmo quando parece áspero,
mesmo quando chega quebrado.
Há ela é uma doçura feroz em você,
um tipo de amor que não se curva,
que enfrenta, que morde a dor e continua.
E eu fico.
Fico feliz por conhecer você, porque sei que por trás da tua fúria
existe um abraço quente que o tempo não apaga.
Fico porque teu amor, mesmo bruto,
tem a delicadeza que a vida não ensinou a ninguém.
Eu gosto de você deusa do amor —
simples, real, verdadeira —
até nas horas difíceis
em que amar você parece guerra…
e ainda assim é o lugar mais doce onde posso estar.
Gosto do seu jeito áspero, rachado,
da tempestade que escurece seus olhos,
das feridas que o silêncio não cicatrizou.
Gosto da sua luta, do seu grito preso,
da força crua que se esconde na vulnerabilidade,
da coragem que sangra por debaixo da pele.
Mesmo quando o mundo desaba,
mesmo quando parece que tudo vai rasgar,
gosto de você — mulher, com suas rachaduras,
com sua fúria misturada à doçura insistente do amor.
Porque amar é resistir,
é abraçar o caos sem perder a ternura,
é escolher ficar quando todos fogem,
é ser abrigo e tempestade ao mesmo tempo.
Eu gosto de você — desse jeito real,
dessa pele que queima e acalma,
desse amor que não se esconde atrás da delicadeza,
mas se mostra forte,
feroz — e, ainda assim, doce.
Gosto de você, até nas horas difíceis.
Eu sei a dor que insiste em se espalhar pelo corpo cansado, há uma chama que não se apaga: a esperança. Cada lágrima que cai carrega consigo a força de quem resiste, de quem não se entrega ao peso da derrota. O sofrimento pode tentar nos dobrar, mas não consegue arrancar a coragem que pulsa dentro de nós.
Amanhã pode trazer a cura, pode trazer o alívio, pode trazer o renascimento. E mesmo que o hoje seja árduo, é nele que se constrói a vitória do amanhã. Dias melhores virão, não como promessa vazia, mas como certeza de quem luta, de quem acredita, de quem se recusa a desistir.
O corpo pode fraquejar, mas o espírito é indestrutível. A dor é passageira, mas a superação é eterna.
