Coleção pessoal de RafaelaPerius15

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⁠A “porta” da Sabedoria

Pela porta da sabedoria
Muitos entraram,
Muitos cruzaram,
Muitos fugiram,
E muitos rejeitaram.

Pela porta da sabedoria
Muitos espiaram,
Muitos criticaram,
Muitos falaram,
E muitos esperaram.

Pela porta da sabedoria
Muitos riram,
Sentiram,
Dormiram,
E se afligiram.

Pela porta da sabedoria
Muitos olharão,
Perguntarão,
Indagarão,
E fugirão.

Pela porta da sabedoria
O paraíso lhe espera.
Aguardando sua chegada
Para cumprir sua missão na Terra.

Pela porta da sabedoria
Um mundo inteiro lhe aguarda.
Para se sentir bem e amado,
Seguido pelo seu Anjo da Guarda.

Esta porta da sabedoria
Não é uma “porta”, não!
É apenas o seu estado de espírito,
Que evoluirá então.

Quem passa por essa “porta”
Já pode se dizer mais evoluído.
Pois a sabedoria é aliada do aprendizado,
E quem é sábio, nunca está perdido.

A sabedoria vem com o estudo.
E do estudo, se tira o aprendizado.
O aprendizado vem com o tempo
E com o tempo vem a verdadeira sabedoria!

⁠Antes que vá

Já era um costume diário levantar-me todas as madrugadas e sentir sua falta.
E na maioria desses dias, eu precisava de você.
De seus abraços,
Seus beijos,
E seu sorriso que me fazia sentir como se estivesse no paraíso...

Sei que posso olhar pela janela da varanda da minha casa, e te ver deitado no sofá da sua sala.
Sei também que sua casa fica ao lado da minha.
Apenas não sei por quanto tempo você ainda vai continuar ali.

Vai chegar um dia em que, mesmo que tenhamos conversado por 5 longas horas no whatsapp, no décimo segundo depois do "tchau", sentirei sua falta.
Vai chegar um dia em que de tanto te ver dormir pela janela da varanda, vou cansar.
Vai chegar um dia em que não verei mais as luzes de sua casa acesa.
Vai chegar um dia em que, por mais que eu tente te chamar, você não irá me ouvir.

Mas antes que vá, e antes que este dia chegue: Eu te amo!

⁠Coffee Square

Atravesso a rua, em frente à minha casa, e sigo em direção à cafeteria da esquina.
Time Square, movimentada como sempre. Olho em volta e vejo mais estrangeiros do que estadunidenses.
Povo mais recatado, com seu orgulho pulsando nas veias; basta apenas um olhar indiscreto para sentir sua pressão sobre nós.
E sob os enormes telões nos edifícios, vemos as mais belas modelos, com sorrisos radiantes e corpos perfeitos.
Mas vendo aquele povo, em minha volta na rua, vejo que aquele padrão é raro por aqui; e muitas vezes ele se torna insuportável para com os que não o possuem.

Coffee Square: assim chama-se a cafeteria mais famosa da Time Square, a que frequento.
Um ambiente muito aconchegante com decoração retro.
O cheiro de café expresso é o que prenomina no local.
Vejo que hoje está lotado. E muitas pessoas estão me encarando...
Novamente sinto seus olhares pesados sobre mim.
Os sorrisos às vezes desaparecem de seus rostos. E naqueles momentos a impaciência toma forma e invade seus corações.

O mais estranho naquela cafeteria, que me chamou a atenção, foi um rapaz.
Ele tomava seu cappuccino tranquilamente. Só que seus olhos emanavam uma escuridão que nunca tinha visto antes.
Era como se aquele fosse seu último café, seu último dia, sua última lembrança...
Essa escuridão que vi nele não era apenas nos olhos –em seu coração-.
E assim como ele, muitos são compostos por apenas uma luz escura, indecifrável.
Sabe quando você olha aquele maravilhoso céu estrelado? Bem, o coração dessas pessoas é igual aquele céu, só que sem as estrelas e constelações –apenas uma escuridão-.
Porém, mesmo aquele rapaz sendo estranho, me parecia ser uma boa pessoas. Ele sorria para todos; e quando saiu da cafeteria o vi dar um sorriso imenso para um garotinho, que parecia ser seu filho.

O café, para alguns pode ser um refúgio, e para outros apenas um prazer. Para certos, um delírio incondicional, e para outros uma bebida fatal.

⁠Confie em mim

Minha mão sempre esteve aí,
À seu alcance.
Você até, antes, não podia vê-la
Mas ela estava lá.

Confie em mim
Quando eu disser que irei te ajudar,
Quando eu disser que você não está sozinho,
Confie em mim...

Você tem seus dias ruins,
Você muitas vezes esteve prestes a cair em um abismo,
Você já esteve em um buraco sem fim, eu sei.
Mas você, melhor do que ninguém,
Sabe o quão forte é.
Sabe o quão invencível é.

Você já chorou noites em claro,
Já madrugou noites por insônia,
Já quis “ir embora”,
Mas também já experimentou o prazer que é viver.

Permita-se recomeçar,
Você precisa recomeçar,
Aquela luz quase imperceptível no fim do túnel existe, amigo. E ela salva vidas.
Me permita ser essa luz em sua vida! Me permita ser a pessoa à te guiar por esse túnel, à busca de sua luz...

⁠Depois de 1.000 vidas!

Lembra quando falei que te amava? Naquela época era apenas uma coisa boba de adolescente. Era um sentimento estanho; mas mesmo assim eu sabia que não era amor. Sabia que podia viver tranquilamente sem você.
Mas esse sentimento foi evoluindo. E com o tempo só fui gostando mais e mais de você.
E essa merda de distância foi acabando com a nossa relação. Era ruim não poder ver você todos os dias...
Mas nós dois já sabíamos que isso um dia iria acontecer. Que você iria fazer faculdade em outra cidade, e eu também.
Cada vez foi ficando mais difícil de mantermos contato. Mas eu ainda gostava de você...
Quando terminei a faculdade ainda me perguntava: Será que algum dia vou vê-lo novamente?
E a resposta? Bem... não tinha respostas. Nunca as tive. Porque você nunca esteve aí para responde-las.
Aquilo não era apenas um romance bobo de colegial que se tornou impossível por causa da distância. Era algo a mais.
Eu realmente gostava de você. E ainda gosto, e não sei quando deixarei de gostar.
Quem sabe depois de 1000 vidas eu ainda continuarei gostando de ti.
Não sei se seus sentimentos por mim ainda existem. Mas saiba que os meus ainda estão vivos, aqui dentro do peito. E dói saber que talvez nunca mais nos veremos...
Mas todos nossos momentos juntos, nossas risadas, brigas, olhares, beijos, momentos e sensações ainda estão aqui na minha memória, hoje e sempre!

⁠Desconhecidos desamparados

Que brilho estranho é esse que há em teus olhos?
Brilho esse que me permite um convite tão tentador,
Para visitar seu mundo?
Para desfrutar de novos ares,
Novas formas de vida,
Novas ligações?

Que brilho em teus olhos que me causa calafrios
Cada vez que os encaro!
Mas ao mesmo tempo me faz querer vê-los mais de perto,
De tocá-los
De saber todos os mais profundos segredos que eles escondem!

Medo já não é mais uma circunstância
E minhas mãos sabem disso
Que, a cada segundo, aproximam-se mais e mais do seu rosto
Como se quisessem tê-lo,
Tocá-lo,
Necessitá-lo.

Mas tu insistes em esconder-te atrás de todas as máscaras possíveis
Recuando a cada olhar meu
A cada movimento
Como se cada movida brusca fosse fazer-te desmoronar,
Perder a vida
Perder as coisas
Perder até as coisas de mísera importância.

A frase “confie em mim” não faz mais sentido para você?
Não é tão convincente a ideia de ajudar-te?
Mesmo sendo esse completo desconhecido,
Creio que não importa.
Posso ter conhecido alguém há cinco minutos,
Ou há cinco anos,
Você nunca saberá todos os segredos, medos, dúvidas de alguém
Nunca saberá se ela está sendo sincera contigo,
Se pretende continuar ao seu lado por muito tempo.
Então...
Porque não ajuda-la?

⁠Entre mo(e)das

Moda vem,
Moda passa,
O dinheiro se perde
Ou se repassa?

Entre notas de 100,
200 e 500.
Sua honra vale tudo isso?
Ou trocaria por 600?

Achando sempre uma coisa nova pra comprar,
É necessário ou só quer esnobar?

Dólar, won,
Euro e real
Não importa o país
O desejo de gastar é natural.

O que me preocupa é o consumismo
Que cada vez mais anda crescendo.
Os preços vão subindo
E o desejo de comprar vai surgindo.

Implorando para os pais,
Aquele tênis novo ganhar.
Ele é a "sensação do momento"
E por isso você quer testar.

Pena que custa 300 reais,
Sua mãe o olho da cara não quer pagar.
"Mas todo mundo usa ele"
Você tenta explicar.

Mas como moda vem, moda passa;
A limitação do consumismo não deixa de ser como uma discriminação econômica.
Em que comprar ou não comprar,
É apenas uma saída icônica.

⁠Êxtase

Pego um livro velho e empoeirado, na estante da varanda;
Sento-me no fundo do quarto, e começo a ler:

“Nunca pensei que estaria aqui, no interior do Rio Grande do Sul,
Lugar onde você sente o cheiro de pão fresquinho, na padaria da esquina,
Onde tem mais natureza do que pessoas,
Lugar onde pode-se viver em paz –sem roubos, assaltos e injustiças- no calor de um cobertor em dias frios, lendo um bom livro [...]”

Livro, que me encantaste à 20 anos atrás,
E que hoje não mexe mais comigo.
Já o li tantas vezes, que a magia foi-se embora...

Mas não pego-o para degustar de uma boa leitura,
Somente para recordar de minha adolescência.
Porque depois que completa-se 40 anos, um desejo de retornar no tempo volta...

Ah! Que tempo bom era aquele,
Em que minha obrigação era apenas estudar
E mesmo assim só vivia para brincar.
Correr ruas, jogar bola,
Era o que fazia depois da escola.

São tantas lembranças que não voltam mais,
Só queria um pouco poder voltar atrás.
Mas não me arrependo do que fazia,
Porque mesmo sendo criança, sabia da mulher que me tornaria.

O mundo me apresentou os livros,
E os livros me apresentaram o verdadeira mundo.
Os livros me ensinam como viver,
E eu aprendo com eles como ter várias vidas!

⁠Madrugadas Melancólicas

Às 5h30min, o despertador é acionado.
Ela, como de costume, levanta e vai preparar seu café expresso.
Aquele era seu melhor –e único- passatempo nessa vida. Sentar-se na cadeira de balanço, no segundo piso do apartamento com uma cobertura incrível do jardim místico de sua casa, e deliciar-se de uma boa xícara de café.

Para ela, o café era muito mais do que uma simples bebida. Era o seu retiro matinal, sua fonte de inspirações, seu melhor vício.
O aroma fresco, à lembrava das mais impactantes reminiscências de sua vida.
O gosto, levemente adocicado, estava relacionado às lembranças mais saborosas; como aquele bolo de morango que sua mãe fazia todos os domingos, ou o cheiro de terra molhada que tinha na sua cidade...
O peso da xícara em suas mãos, à lembrava do peso das palavras que carregava todo santo dia em suas costas, o peso das lágrimas, angústias, dores, e principalmente o peso do que deveria ter dito para alguém, no momento certo, e não disse.
A fina espessura da xícara, lembra-a de quão frágil aquela xícara –e ela- é. Que aquela xícara poderia quebrar a qualquer momento, da mesma forma que a garota poderia desabar, repentinamente.
E por fim, quando segurava a alça da xícara, se recordava das vezes que seus amigos a seguraram, e não a deixaram cair por nada nesse mundo.
E, naquela milésima fração de tempo, ela sorria.

⁠Mundo de Julgamentos

Foram tantas as vezes que pensei em desistir, em simplesmente abandonar tudo.
Tantas as vezes em que o café era a única coisa que me salvava desse labirinto de sofrimento...
Se eu tiver que contar quantas vezes caíram pedras em minha cabeça, em uma floresta de cactos, diria que o tempo nunca foi relativo e tão proporcional quanto àquilo que minha alma já vi, sentiu, e que todo o remorso fez esse tempo desacelerar.
Minhas dores sempre foram instantâneas, porém nunca passageiras. Sempre soube O QUE esperar, mas nunca QUANDO, e esse era o meu problema: saber que, cedo ou tarde, uma nova decepção chegaria no momento mais inesperado.

Hoje já não sei mais se são meus olhos que são vermelhos, ou se é apenas o reflexo do que vejo!
Não sei se é a lâmina que me machuca, ou se eu que machuco as pessoas!
É como se cada dia eu fosse embora, aos poucos. E chegará um dia em que muitos perguntarão-se “Para onde ela foi?”; e a verdade é que ela nunca existiu. ELA não era uma pessoa, era uma dor em forma humana. Uma dor que quanto mais crescia, mas se afastava.

E com o tempo eu sumi –disposta a não voltar-, e fui para o Paraíso das Dores, um lugar onde ninguém podia me julgar (porque todos lá já foram julgados o suficiente para saber tamanha carga que o julgamento carrega).
Mas, de repente, acordo e percebo que tudo não passou de um sonho. Um sonho em que, o Paraíso das Dores, não existe no mundo humano; e que eu continuaria vivendo no mesmo mundinho, um Mundo de Julgamentos.

⁠O mundo dá voltas

Hoje, pela manhã, abri a janela.
Os pássaros que lá ficavam, haviam sumido.
Não estavam mais cantando.
Me arrumei e fui à padaria.
As torradas que lá vendiam, não eram mais as mesmas.
Elas estavam pretas, queimadas;
E o gosto delas também não era o mesmo.

Mais tarde, fui para o meu trabalho.
As almofadas da minha cadeira eram tão duras quanto o trabalho que tinha a fazer.

O meu dia estava péssimo.
Era como se todos estivessem me tratando mal,
E aí conclui: eles estavam me tratando da mesma forma como eu os tratava.

O que é ser poeta?

É achar uma rima em cada esquina,
Uma ação em cada beco sem saída,
Um sentimento,
Um momento,
Um movimento,
Para sequer deixar de escrever
Para sequer deixar de sentir.

É saber lidar com suas palavras
E saber tamanho peso que possam ter,
Tamanha carga para ferir alguém.

É saber transformar choros em sentimentos esculpidos,
Sorrisos em êxtases no tempo,
Olhares difamados ao vento.

É retirar de pequenas caixas de papelão, lembranças, sorrisos, dores, emoções, presentes e tudo aquilo que já causou impacto em alguém, e colocar em pequenas caixas de cristal.

Estas, por vez, que deverão ser lapidadas, esculpidas, aperfeiçoadas. Pois, se não perfeitas, poderão acabar com inocentes leitores. Leitores que encontrarão emoções inversas das que procuram.

Caixinha de cristal:
Bonita, porém frágil.
Reluzente, porém obscura, em determinados aspectos.
Fácil de quebrar, porém impossível de consertar.

Ser poeta engloba tudo e todas as coisas.
É pegar aquela pequena flor desabrochada, uma flor morta que todos rejeitaram, e dar um novo recomeço a ela.
E então, inicia-se uma nova fase.
Fase esta em que a flor ganha uma nova vida, o poeta uma nova experiência, e o leitor uma nova poesia para compartilhar.

Reflexos inalcançáveis

Vejo sua mão, em meio a tanta escuridão.
Tento alcançá-la através de meu reflexo.

Presa à um espelho, vendo o tempo passar. À procura de um amigo, de um aconchego.

E no sótão de minha casa, afundo-me em lágrimas. Lágrimas que criam vida e me deixam deprimida.

Necessito de meu reflexo, necessito de minha ajuda.
Mas meu corpo não me permite; não me permite poder alcançá-lo.
Necessito de meu reflexo, necessito que aquela mão estranhamente amigável, saia do espelho.
Mas meu corpo não permite; não me permite ser feliz outra vez.

Será necessário quebrar o espelho?
Será necessário procurar meu reflexo?

Meu corpo quer que continue como estou. Mas minha mente precisa ser ajudada.

Será necessário quebrar barreiras?
Escalar picos, descer geleiras?
Somente quero encontrá-lo, e ter a chance de ser feliz outra vez.

⁠Síndrome do Apunhalamento

Mascaradamente,
Discretamente,
Ele pega sua arma,
E direciona na minha frente.

Em um beco sem saída,
Corro para uma diagonal,
Tenho que escapar,
Porque sua arma é letal.

E o amor que estava dentro de você?
E a paz que se perdeu?
Todas suas conquistas...
Cadê tudo que era seu?!

Não me engane,
Não me deixe na pior.
Minha vida não é um jogo
Digo isso pro seu melhor.

E lentamente,
A síndrome te consome.
Vai te transformando aos poucos
E te deixando com mais fome.

Essa fome é o apunhalamento,
Uma síndrome que há de julgar.
Você acaba apunhalando os outros pelas costas,
E depois ai de negar.

Para os pobres, a síndrome vai embora com ensinamentos.
Para os ricos, tirando-lhes seus agrados.
Para os racionais basta ensinar-lhes pouco
Porque esses já sabem o que é sagrado.

⁠Sombras

Aquelas sombras que pintava todas as noites, não eram apenas sombras...
Eram meus sentimentos.
Eram meus piores sentimentos.
Trazia para uma tela tudo aquilo que sentia,
E com um giz pastel cinza, desenhava meus pensamentos.
Eu era uma “mente aberta”.
Deixava transparecer em meu rosto e minha alma
Tudo aquilo que me incomodava,
Que me afetava,
Que me fazia mal.
E todos que olhassem para meus mais singelos desenhos, indagavam-se: “Por que suas mais belas artes são pintadas com as mais sombrias cores?”
E eu respondia: “De que beleza seriam essas obras se não fossem pintadas com as cores de meus sentimentos?! Suas cores são como as sombras dá mesma forma que minhas emoções são como o pó: se perdido, não é encontrado nunca mais!”.

⁠As cicatrizes que vivem em nós

Cicatrizes? Todos temos!
Dores? Todos sentimos!
Dificuldades? Todos passamos!
Todos nós temos marcas do passado que nos ferem.
Cicatrizes que preferimos esconder com maquiagem do que tratar. Afinal, sempre achamos mais fácil fugir do que encarar um problema de frente.
Só que o problema não é ter cicatrizes –todos temos-; é o que vamos fazer com elas.
Esquecê-la? Isso será simplesmente impossível. Pois se uma decepção foi tão grande ao ponto de causar um buraquinho em seu coração e deixar uma cicatriz interna nele, não será esquecida...
Ocupá-la? Você até pode substituir essa dor por outra, mas não será por isso que ela será esquecida. Substituir uma dor por outra não é nada mais do que tirá-la por um tempo do seu consciente, sabendo que a mesma, no seu inconsciente habitando, ressurgirá algum dia, novamente.
Mudá-la? Como se pode mudar uma dor do passado? Isso é uma coisa que só VOCÊ pode saber! Porque a dor é sua; um dia ela já foi SUA. Então somente você é a pessoa que te entende. E você, melhor do que ninguém, é quem pode mudá-la, e transformar todas suas angústias, medos e decepções, em algo que te remeta a um sentimento bom.
Sabe aquele sábado ensolarado? Pois é! Você acordou toda bem feliz e animada. Se arrumou e colocou sua melhor roupa. E, diferente dos demais dias, afirmou: Hoje ninguém vai estragar meu dia!
Seu dia estava correndo perfeitamente. Você sorriu como sempre, viu as mesmas pessoas se sempre, mas aquele dia era diferente dos de sempre... E às 3 da tarde você resolveu dar um passeio no parque, afinal, o dia estava perfeito e nada iria acontecer.
Mas então, você senta naquele banco do parque, e como num flashback, vem muitas lembranças em sua memória. Desde sua infância – quando sua mãe te trazia aqui- até os dias de hoje – passeios com as ex-amigas, ex-namorado-, e você começa a se sentir mal. Um sentimento que não presenciava a muito tempo.
E o tempo, como se estivesse sentindo o mesmo que você, se arma, e aquele maravilhoso sol que reinava no céu a poucos segundos, some, deixando apenas nuvens escuras e sombrias.
Depois daquele dia, você resolve não voltar mais ao parque, para não ter novamente aquelas lembranças ruins. E isso segue por vários e vários dias.
Até que chega um dia em que você olha para o céu – prestes a chover- e resolve mudar. Você precisa mudar. O céu precisa ficar ensolarado, assim como seu coração. Então você retorna àquele parque. E, com todas suas forças, você fica em paz. Pela primeira vez em muito tempo você se sente bem naquele parque.
Todo aquele tempo sombrio, sumiu. E agora, você não precisa mais se preocupar com seus sentimentos ruins em relação ao parque. Porque cada vez que você voltar lá, não vai lembrar daquele dia feio, das suas amizades que não deram certo, muito menos das suas decepções; se lembrará do maravilhoso dia que se formou só por você ter ficado em paz!
Se você esteve bem o dia inteiro, não determina se o seu dia acabará bem ou não. O que determina isso é a sua sintonia. Se você está pensando em coisas boas, o seu dia será bom!

⁠Partir

Como é difícil ir embora e deixar um pedaço seu em outro lugar
Uma parte de sua alma que continuará lá, mesmo que você não continue
Pode dois dias ser tempo suficiente para nunca mais querer ir embora?
Pode algo te prender tanto assim em uma cidade?

Sempre tive um único lugar para chamar de casa
Um lugar que, por vezes, eu não queria estar
Mas, pela primeira vez, tem um lugar que eu quero chamar assim

Parti hoje para um lugar que eu não queria voltar
Fui embora querendo ficar, e fiquei querendo não ir
Lutei internamente comigo mesma, tentando me convencer de que era o melhor
Mas sabe o que é melhor? Estar num lugar e se sentir amada

Sonharei com lembranças ainda não vividas, mas que já dão saudades
Saudades das pessoas, dos animais, e da região "merecedora".
Sonharei até que o sonho se torne realidade, por mais que demore
Eu vou esperar e prometo não acordar,
Até que partir não seja mais uma opção