Coleção pessoal de pscheunemann

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O que mais engrandece uma pessoa é o amor, essa palavra para qual não há significado, verdade ou mentira, é coisa pura, acima de nós, e que por nós só faz passagem, não se retêm em nós, cai-se em chuva torrencial sobre nossas cabeças, e transbordamos, restando somente a quantidade que cada coração se permite entender. Usássemos todas as palavras disponíveis não poderíamos dimensioná-lo, é a razão pela qual o mundo existe e não desaba em si mesmo.

Continuar sem saber que se existe é o mesmo que não existir.

É a morte que nos vivifica, dá-nos desprendimento, é dádiva divina, não digo a morte como demarcação fronteiriça, está que tanto se teme, velha e enrugada aproximando-se vagarosa. Digo a morte como a vida em si, sombra da vida, ambas da mesma substância que dá-nos latitude e profundeza. A morte como consciência daquilo que realmente sou.

Nada é mais limitado que viver somente, viver é ser limitado, num corpo que se formou por si só, numa história que já parece escrita quando se escreve, ou nos limitamos, desenhando nosso contorno no vazio, ou enlouquecemos.

Porque então contestar a verdade que já possuo de tão frágil, guardada sob vários selos blindados do pensamento? Para antecipar essa desilusão maior, não da morte, mas da vida; na morte há respostas, enquanto na vida perguntas, e, o medo pungente, o medo da resposta da morte.

Imaginar-se não-nascido, está além da nossa intelecção, o que vemos é escuridão caindo grossa, e isso ainda é existir!

Se a loucura é encerrar-se em si mesmo, então, somente aqui e nunca mais seria minha verdade de fato única e incontestável. O mundo é maior em mim do que fora de mim, Tudo que existe, existe porque o todo se percebe em nós, mesmo o desconhecido, fonte de toda religião, provém da nossa carência por entendimento, e então se mistifica.

Tudo que temos não nos pertence, pegamos sem permissão ao longo da vida, formando, de camada a camada uma crosta caiada pra embaçar esse instrumento dissecante que chamamos de olhos. Os olhos são a torre ruída da nossa fortaleza, através deles vislumbramos a escuridão que somos, por isso é dolorido se entreolhar por muito tempo, o ser revela-se nu pelo oco entre as pálpebras; e nudez arrepia aqueles que se vestem, e nos vestimos... tão espessamente.

Evito a mim mesmo, ter amigos é evadir-se de si mesmo, é espargir-se nas outras pessoas.

Espalhamos nossas verdades pelo espaço, forçando um coro semelhante a quem nos rodeia, talvez para dar concretude e maior certeza ao que sabemos não ter certeza? Sim, creio que sim, sinto que sim, eu mesmo o faço e me deixo acreditar.

Limitar é a nossa forma de entender.

Como posso me surpreender com aquilo que em mim plantei e negligenciei o constante crescimento? Certamente tudo que se semeia cresce e dá frutos ao seu tempo, e a chuva cai sem acepção moral, vigorando tanto o bem quanto o mal que se produz na alma.

Sei, pois o silêncio diz;

Diz a solidão.

Fala da escura e densa falta

Que soa do meio da fronte,

Em tom grave e díssono;

Que se ouve só ouvindo

De olhos quase fechados.

Preciso assimilar a proporção entre o silêncio e a confiança; quanto menos falo, menos carência tenho de confiar...Falar menos do que não preciso dizer; a confiança plena esta na solidão, é mudez de espírito.

Somos a consciência do universo que vemos

Pensar é mudar, criar, ampliar o nosso universo interno de ideias; enquanto repetir, organizar, explicar, seriam meros acessórios do pensamento.

Até mesmo o passado é mutável; modifica-se quando nele pensamos a partir de um novo ponto de vista, extraindo novas lições para o futuro.

A mudança é a máxima da vida, tal é sua força, que mesmo a inflexibilidade do passado altera-se diante uma nova percepção do presente.

Não sabemos da alma senão da nossa;
As dos outros são olhares,
são gestos, são palavras,
com a suposição
de qualquer semelhança
no fundo.

Se perder um amor... não se perca!
Se o achar... segure-o!

Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala.
O mais... é nada.