Coleção pessoal de PlinioColares

Encontrados 14 pensamentos na coleção de PlinioColares

⁠Dia de Ano


Barco branco no mar
no dia de ano sonhar
sorrir, fotografias na areia
brincar, nadar sereia.

Com conchas ouço o vento soprar
venta agora em algum lugar,
e lembranças na mala e no peito,
tudo junto com sonhos, desejos...


No PARALELEPÍPEDO
PARALELEPIPEDEI com os braços ABERTOS
para não cair, SONHEI que CHOVIA
GUARDA CHUVA aberto
e não tinha ninguém por PERTO


Sozinho CONTINUEI
do dia à noite passei,
Ano entra E sai
NINGUÉM VÊ MAIS...
a VIDA VOA
mas a vida ainda é MUITO BOA.


No PARALELEPÍPEDO
PARALELEPIPEDEI com os braços ABERTOS
para não cair, SONHEI que CHOVIA
GUARDA CHUVA aberto
e não tinha ninguém por PERTO

Sozinho CONTINUEI
do dia à noite passei,
Ano entra E sai
NINGUÉM VÊ MAIS...
a VIDA VOA
mas a vida ainda é MUITO BOA.

⁠Seu presente eu não precisei comprar


Bom dia
Deixa eu te contar
Parabéns!
Já tenho algo pra te dar
Já tenho o seu presente
Não precisei comprar
Pois é um pedaço de mim
Uma vontade, coragem
Sei lá.

Coisa linda é a simplicidade
Tu me mostra todo dia
Simplesmente se doar
Gentileza e coragem
Como lema diário
É o querer servir
Ser bom antes de mais nada
Saber que não somos, apenas estamos
e a partir disso buscar estar sempre
Estar puro
Estar bom
Estar simples
Estar gentil

Eu quero estar com você
Minhas atitudes e escolhas também

⁠O CANTO

Sentei, para poder ver melhor ela passar
seu caminho sempre é esse
mas nunca estou no seu campo de vista.
Mas meu contentamento faz ainda olhar.

Aqui, num canto, jazida a esperança
de que sua face, nem que seja em parte
se volte à mim.
Mas nem sempre a musica toca pro's mesmos

Se o brilho fosse meu
eu tinha luz.
O sol seria eu.
Tô mais pra vela
quase sem ar, a um fio de brio
ficando escuro.

Apaguem de vez a luz,
aproveite e feche a janela,
o frio incomoda quem não tem agasalho.
Feche a porta também,
não quero barulho,
e já está incomodando meu sereno.

Amanhã vou voltar pro canto de lá,
talvez na última vez, ela possa olhar.
Um último paradigma à quebrar.
De quem não vá nem mesmo lembrar...

⁠TODO DOMINGO É ASSIM

No domingo
Zé acorda cedo,
no relógio nem sete
por certo,
faz tempo,
Maria se aprumou.
Sentar a mesa,
sinal da cruz, a prece
e tomar o café que Maria passou.

[Maria da cozinha grita]:
Anda logo Zé,
"cê" embora!
padre vai começar a rezar. [e continuou]
Vamos à missa
"precisamo rezá!
Calma Maria, deixa me aprumar.[retruca, um tanto preguiçoso Zé]

[Maria esbraveja]
Mas Zé, hoje é domingo
tem missa e tem feira
"num pudemo atrasá"
ainda preciso de verdura e tempero
pro almoço aprontar!

[Zé resmunga baixinho]:
Ave Maria que desespero,
o mundo "num" vai acabar!
[Maria então indaga]
Oi ZÉ?! O que disse??
Oi?! [de olho arregalado faz dissimulado Zé]
Ué... Eu disse...
Ah Maria, amor que zelo,
deixa logo me "apressá".

​O Recomeçar

Quando se erra
Quando se perde
Quando se desespera
Quando se deve

Eis que sabemos das escolhas ruins
Do que nos fez cair
Do que nos fez permanecer ali
E como é difícil o recomeçar

Quando tu percebes que os lugares que frequentas, não tem ninguém que gosta legitimamente de você,
É alegria,
É triste primeiro, é claro
Mas é alegria depois (por ter percebido).

Pois o que te fez perder tanto tempo ali?
Por que não ouviu quem te ama?
Por que insistiu em perder?
A tristeza não é com os outros,
Mas sim contigo mesmo...
Fechou os olhos e não quis ver
Caiu e não quis levantar
Ficou ao lado de quem zombava de ti
E ficou muito tempo
Infelizmente tempo demais.

Mas algo que te ocorre
Sangue que ainda pulsa na veia
Algo que diz:
Ainda dá tempo!

Pegue as pedras que te tacaram
Empilhe-as e saia do buraco
Há luz do outro lado e você ainda vê
Use as lágrimas e limpe as chagas e feridas abertas.
Não espere por alguém
Você escolheu estar onde está
E precisa escolher sair
Sozinho tu entrou
Sozinho tu sairás
Mas lembre-se que antes tu não estavas só.
Tu escolhestes caminhar assim
Então não olhe para o lado buscando um olhar de compreensão e auxílio
Pegue esse momento
Mantenha a força

Ponha em tua cabeça
Que serás difícil

Iniciar e recomeçar
são coisas distintas
O início tem muita gente, muito barulho,
muita fumaça, cega os sentidos
Te deixa extasiado
O recomeço
Bem menos gente, se não sozinho.
Tudo está claro, você do lado errado.
Tu ouves o teu pulsar
E entre cada pulso, silêncio.
Tu vê, mas está diferente agora
Queria voltar do início
Mas é o recomeço que te esperas
Queria ao fim receber louros, aplausos
Mas é apenas o alívio que te esperas

Confie que mesmo parecendo pouco (apenas o alívio)
Serás muito, serás diferente
Se sentirás melhor do que quando começou
Terás mais perspicácia e sabedoria
Não aceitarás alguns conselhos e nem se permitirás andar ao lado de certas companhias.
Estarás com cicatrizes
E saibas que as levarás para o resto de sua vida
Mas lembre-se que onde são cicatrizes
Ainda poderiam ser feridas abertas

Cicatrizes não doem,
mas te lembram das terras em que andaras, o que é importante.
As nossas escolhas nos deixam marcas,
mas feridas nos mostram que ainda estamos doentes
Então se vale de consolo,
que bom que já são cicatrizes.

E se ainda possui feridas abertas
O caminho que tu tens andado
não é bom pra ti
Tem espinhos, malefícios diversos
Que te fere, machuca e faz sangrar
Para cicatrizar
Precisa estar em terras calmas
Com ar puro
Sem ruindades para o corpo e para alma
Precisa manter-se fértil
Que do resto o tempo se encarrega.

⁠Fio de cabelo

E me pego retirando mais um fio de cabelo
seu da minha pele, da minha roupa;
e do meu próprio cabelo.
E teu cheiro que não sai da minha pele,
esse adentra minhas narinas
e invadindo meu peito,
pousa leve bem no meio do meu coração;
que em cada batida bombeia ao cérebro emoção, ativando as memórias mais longínquas,
lembranças de momentos que experimentamos juntos, lembranças de momentos em que desejei que o tempo, dá-se um tempo.
E em meio à isso tudo, percebo
que uma porção do tempo já passou,
e que continuará infindas vezes mais,
e que só não me preocuparei mais com isso, quando,
e somente quando,
você estiver passando o seu tempo no meu.

⁠Eternofinito

Eu perdi,
quando deixei de ver o sol.

Eu ganhei,
quando a virtude transbordou.

Eu achei,
as belezas dos dias cinzas.

Eu chorei,
quando o espaço se acabou.

Eu senti,
como é o medo quando se está só.

Eu toquei,
o silêncio de dias ruins.

Eu vou ser feliz ainda,
vou reformar minhas ruínas.

Beber versos de Drummond,
reconquistar minha menina.

⁠Me olhe com calma

Por favor,
quando fores me olhar
não te apresses
não tenha pressa para me descrever
não tenha pressa para me julgar
me olhe com calma
há de veres algo bom.
E se me deres a oportunidade de mostrar quem eu sou
não só verás algo bom como o terás!

Adoção


⁠Geralmente somos egoístas
Egocêntricos, e
facetados a querer o que nos dá prazer
Um filho é abdicar de si
Abnegar-se
É escolher dar do que receber
É amar profundo,
mesmo que às vezes sem querer
É chorar com seu choro,
É chorar com seu sorriso,
Padecer no paraíso
É dar de cara
com o antônimo de nosso egoísmo
Mas, e adoção?
Somos capazes de adotar uma criança?
Uma criança,
que não seja uma bebê recém-nascida?
Uma criança que não seja branca?
Temos coragem de adotar
uma criança a mais tempo?
Um adolescente, púbere,
rapaz, jovem, mancebo?
E se for melânico, crioulo,
de pele escura, um negro?
E uma criança especial?
Com alguma privação,
falta ou carência,
Lacuna, míngua,
deficiência?


"Esse foi um dia que me fiz essas perguntas...
Pois tenho muito mais do que preciso,
mas ainda preciso de coragem para ser tudo que posso"​

⁠Avisa que eu volto amanhã.

​​
Avisa que eu volto amanhã
Que eu pego as crianças no colégio
Que trago muitas coisas na bagagem
Das tantas,
a maior é a saudade.
Quando o sol ameaçar depois do monte
Estarei no primeiro trem
As fotos??
beijo-as todos os dias
O cheiro??
Esse eu conheço
Me espera no mesmo canto.
Avisa que eu quero o abraço mais apertado
O beijo mais amado
E se eu não segurar as lágrimas
Não se preocupe
As lágrimas serão de alegria
As outras (lágrimas) eu vinha soltando-as todos os dias.
Avisa...

⁠Medo

O medo é uma forma até que interessante,
sentimento este não é;
é angustia mesmo.

Mas é bom ter um pouco,
contanto, nem tanto.
Pois angustia de mais vira pranto

Então o medo é uma forma até que interessante,
de ficar ressabiado, ou
desconfiado.
Por isso um pouco é bom
contanto, nem tanto.

⁠De Pai para Filho


Um dia tu vai entumescer,
ficar vetusto.
Vai até se esforçar, se desvelar
mas num momento
não tem jeito,
me deslembrar

Sempre que a escolha for minha
não haverá hiato ou lacuna.
Vou estar por perto,
confiante que a presença
será nossa fortuna

Não posso lhe dar muito,
mas do que tenho, tudo.
Te ensinarei o prosaico,
o corriqueiro, o ordinário
para que o caráter e a índole
em ti não seja anômalo, extraordinário.

Um dia tu vai entumescer,
ficar vetusto.
Vai até se esforçar, se desvelar
mas num momento,
não tem jeito (e tudo bem filho)
me deslembrar.

⁠Falar é muito fácil
ouvir é complicado
explicar é muito fácil
entender é complicado
pensar é muito fácil
agir é complicado
querer é muito fácil
poder é complicado
sorrir é muito fácil
chorar é complicado
pedir desculpas é muito fácil
perdoar é complicado
morrer é muito fácil
viver é complicado
odiar é...
amar é...

⁠Derrepentementíssimo

Te amei de repente
Não houve planos
Foi assim
"Pá pum"
Derrepentementíssimo
Assim mesmo
Sem superlativo pra descrever