Coleção pessoal de PauloTsuchiya

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Adeus

Essa noite não consegui dormir.

Fiquei imaginando seu abraço, seu sorriso, seu calor.

E que falta eu senti de sentir seu corpo sobre o meu nessa manhã, a luz do sol atravessava a janela, mas seus olhos não estava ali, seus dedos não estavam acariciando minha pele.

E foi então que me senti sozinho.

Não sei se vou aguentar mais uma noite fria assim, sei que não o verei de novo, pois no lugar em que se encontra a minha alma não atravessa, só após o além da morte posso encontrá-lo.

AMÉLIA

O mundo girou mais uma vez, senti a minha pele queimar, mas não era calor, senti todos os meus ossos trincar e quebrar como se fossem feitos de graveto de uma árvore velha que não suportou o inverno rígido.

E como um meteoro uma dor tomava meu peito e resgava todo meu interior, sentindo meu sangue percorrer por onde não devia. Acho que estou morrendo, e estou deixando você aqui sozinho e sem resposta. Perdoe-me de não ter aceito os seus carinhos, os seus olhares, os seus toques, mas não posso mais permanecer em sua presença meu amado.

Senti tuas asas essa noite. Tua plumagem áspera não me deixou dormir, teu abraço frio e seco me deixou melancólico. Pedi que fosse embora, mas só colocou seu dedo ossudo e gélido na minha boca em forma de silencio. Será que vira todas as noites agora? Eis que me resta é sua companhia até o fim dos dias

Fragmentado está, fragmentado sempre foi, cada parte com a sua história, cada parte se desmembrou por um motivo. Motivos que não sei explicar, e como explicar um sentimento frágil? Que quando toca só sangra e dói?

Canção que se tornou silencio na sala,
feito visita indesejada.
Um silencio de abraço frio e tristonho
que se fez parasita da pouca vida que me resta,
e mesmo assim me torno prisioneiro
de um abraço que não quero soltar

Deixei escapar meu ultimo suspiro quando cheguei ao fundo mar, e não senti medo e nem frio, senti apenas a vontade de permanecer ali e fugir do caos que se encontra na terra.

SANTUÁRIO
Durma sobre os meus pés essa noite, pequena criança.
Teu santuário esta caído, nem portas e nem janelas restaram em meio as ruínas. Destroços machucaram seus calcanhares até aqui, vejo a dor em tuas lágrimas caídas, mas elas um dia secarão. O santuário estava frágil demais para se cometer erros e não aguentou tuas atitudes, chore, chore até não aguentar mais. E então assumirá teus erros diante de ti mesmo.
Venha criança, deixe que minhas asas negras te proteja de seu próprio caos.

Diga me, como tu ousa invadir meus sentimentos com teus gemidos e anseios? Segura te teu corpo contra o linho branco desse lençol enquanto toco tua alma com meus lábios.

"Minhas mão querem te encontrar essa noite,
te levar por onde a lua se esconde e estrelas dormem.
Deixar tua alma ligada a minha,
esse unico fio nos une, e nesse fino quero permanecer.
Ou deixado no caos a perecer."

Que a nova era comece. Anjos tragam o sol de volta que me ofuscou um dia, e me derrame a energia de uma estrela, pois nesse novo capitulo quero ser tão intenso quanto meus pensamentos.

Quero que a lua brilhe em teu caminho, ilumine a viela escura de tua mente. Assim me verá sem carne e sem pele. Somente a minha alma.

Escondido nas serras longe de meus olhos se esconde seu sorriso. Sua barba áspera seu cheiro amadeirado. Enquanto meus pensamentos feito Ícaro voa essa noite, sobre a neblina fria tentando encontrar alguma estrela que lembre seus olhos. Vá meu anjo de ferro, sobrevoe essa noite e volte de manha sem um arranhão.

Eis que o sol quer romper minha neblina negra. Mas não quero ver esse brilho lúdico o qual me decepcionou. Prefiro ficar aqui no escuro com meus pensamentos.

Só Restou o silêncio.

Me encontro perdido no deserto dos meus sonhos, ondo só vejo um horizonte de dunas de areia um céu infinito sem nuvens. Onde não consigo encontrar meu norte, nem encontro uma direção a seguir, não enxergo nada além do azul do céu e o dourado do chão.
Um calor esquenta uma pele que não existe e o vento congela um coração que não tem. Já não me sobra forças pra continuar, uma trilha sem fim me aguarda e espero a chuva vim, dia após dia eu a aguardo.

Já tive um belo jardim.

Nesse jardim plantava as mais diferente flores, tinha as mais coloridas e cheirosas até as mais exóticas e estranhas.
E nos últimos tempos só cuidei das mais bonitas e perfumadas e não dei atenção as outras. Reparando no jardim pela janela, percebi que tudo estava preto e cinza. Somente um ponto colorido no meio.
Vai ser difícil recuperar o jardim, mas com o tempo tudo volta a ter vida.

Como um anjo caído ainda não tenho respostas que gostaria, mas tenho pedaços de asas que não me deixam esquecer as perguntas.

O JOGO
Toda razão foi retirada, todo encanto colocado no centro do jogo. No qual o vencedor fica com o coração do outro. Bem-vindo ao jogo da vida. Hoje os jogadores ganhadores são os que mostram menos os sentimentos, e se afastam sem sentido ou por pura vergonha de demonstrar o que realmente sentem.
Queria ter vivido o tempo dos poetas, onde só importava mostrar para o outro o quanto vulnerável estava, com declarações em praça pública, não tendo o receio do medo. Infelizmente vivemos num mundo apático e efêmero ao ser tratado de relacionamento.

Posso ser o que eu quiser, sua percepção vai codificar e processar o que ver da minha imagem.

Talvez não queira o perfume, mas o cheiro das pétalas me agrade.



Demorei mas cheguei onde eu queria. Longe da futilidade e casualidade, sem paciência para ter um contrato social e distante de pessoas tão efêmeras, cegas com sua própria imagem e faz de teu ego companhia. Hoje escolhi ficar sozinho ao invés de investir em algo que não seja reciproco. Tão pouco ficar competindo em quem ganha o jogo de desinteresse, onde o ganhador é aquele que chora escondido no banho, se confessar com o travesseiro, passar noites imaginando uma vida onde só ocorre na "seção da tarde", fui romântico um dia, mas não tenho o interesse de voltar. Viver em meu santuário, viver em meu templo. Sentir a chuva de minhas dúvidas e encharcar minhas marionetes de incerteza.