Coleção pessoal de NyckMaftum
Nasci numa era digital.
Cresci num mundo virtual.
Não faço ideia o que é real.
Só me sobra o artificial.
"Foto" aquele registro temporal e marginal. Um prisioneiro do momento. Um movimento contra o ritmo acelerado atual.
Celeridade vital.
Quem "decide" a urgência que você deve reagir as coisas? Queria falar com Einstein sobre a relatividade do tempo/velocidade, porque a sociedade não escolhe minha tranquilidade, meu ciclo e minha identidade.
Mais uma foto no feed*
Em época de algoritmo onde as redes viraram vilões, vi uma matéria que discutia sobre o problema das mídias, e o problema não era a mídia em si e sim o que as pessoas compartilhavam nelas, você nunca via as coisas mundanas, as inseguranças, as falhas, as tentativas... Você vê apenas o resultado final, quando positivo.
As "mídias sociais" não tão sociais, são apenas uma vitrine de realizações, onde o indivíduo precisa estar bem, mas o que é estar bem? Qual a necessidade? Esse imediatismo é que causa a ansiedade, e como num episódio de "The good Place" o ambiente é criado para torturar uns aos outros. Durante essa semana eu não estava bem, e advinha, "tá tudo bem" não estar bem haha.
Era feliz e não sabia... Aquele texto que todo mundo pensa e não tira da cabeca, não é novidade que só valorizamos as coisas boas quando somos apresentados as ruins. Não existe a sombra sem a luz. Todos estão vivendo o mesmo dilema, mas infelizmente precisamos de mais um vírus para cairmos na real. Será suficiente? Ou voltaremos aos mesmos problemas. Quantas mais manifestações naturais são necessárias para nós "caímos na real"? Questionarmos nosso sistema e nossas relações? Nessas épocas de quarentena, me forço para reconhecer as coisas boas. E lutar para sair desse período transformado, por que eu era feliz e não sabia.
Por aqui não sou mais que pixel, sinal e algoritmo. Uma interpretação digital de quem eu realmente sou. O que chamamos de alma não pode ser visto ou sentido.
É engraçado como a tecnologia que tanto nos conecta e interliga também nos separa.
Talvez eu não seja desse tempo, um viajante intergalático parado na estação retro do metro*. Mas aqui é tão bom, apesar dos conflitos constantes não sei se gostaria de seguir adiante*. Construo pontes mas não castelos, cada dia é uma fase deste caminho na estação, onde eu torço para o metrô se atrasar e eu não embarcar.
Não possuo atalhos, voltas ou desvios. Meu caminho é sempre reto, sigo o que acredito e não tenho medo desse trajeto, ele me trouxe aqui e me guiará até o fim.
Jean-Jacques Rousseau disse que o homem é bom por natureza o meio que o corrompe, acredito que o problema não é do sistema e sim do próprio homem que o criou.
De repente era o fim.
Eu transbordando não conseguia segurar tudo e deixei vários sentimentos escaparem, uns criaram novos caminhos outros destruíram os antigos. Decidi mudar.
Na minha mala estava tudo que eu acreditava, mas não tinha espaço para nada novo.
Resolvi soltar crenças antigas e traçar caminhos novos, talvez eu me arrependa. Porém eu sinto que é o certo, e vou lutar por isso.
O caos faz parte do equilíbrio.
De repente é só o começo.
E a tempestade estava só começando.
Ela revirou o mar, destruiu casas e alagou várias ruas.
Ninguém lembra que ali não chovia fazia muito tempo, a natureza estava morrendo e a escassez de água acabaria com tudo.
A tempestade era um recomeço.
Sentir as gotas de chuva e o som do trovão me fazia lembrar que boas coisas estavam prestes a acontecer.
Somos observadores e transmissores da realidade, contar histórias é nossa única maneira de ensinar nossas futuras gerações.
É necessário sempre estar entusiasmado para realizar tarefas, o que destrói o talento é a falta de vontade. É preciso estar amando o que se faz, só assim fará mais e melhor.