Coleção pessoal de nicolegarrett

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Quero ficar no teu corpo feito tatuagem
Que é pra te dar coragem
Pra seguir viagem
Quando a noite vem
E também pra me perpetuar em tua escrava
Que você pega, esfrega, nega
Mas não lava

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu

Vou colecionar mais um soneto
Outro retrato em branco e preto
A maltratar meu coração

DESENCONTRO

A sua lembrança me dói tanto
Eu canto pra ver
Se espanto esse mal
Mas só sei dizer
Um verso banal
Fala em você
Canta você
É sempre igual

Sobrou desse nosso desencontro
Um conto de amor
Sem ponto final
Retrato sem cor
Jogado aos meus pés
E saudades fúteis
Saudades frágeis
Meros papéis


Não sei se você ainda é a mesma
Ou se cortou os cabelos
Rasgou o que é meu
Se ainda tem saudades
E sofre como eu
Ou tudo já passou
Já tem um novo amor
Já me esquece

De todas as maneiras
Que há de amar
Nós já nos amamos
Com todas as palavras feitas pra sangrar
Já nos cortamos
Agora já passa da hora
Tá lindo lá fora
Larga a minha mão
Solta as unhas do meu coração
Que ele está apressado
E desanda a bater desvairado
Quando entra o verão

A felicidade
Morava tão vizinha
Que, de tolo
Até pensei que fosse minha.

Que saudade é o pior tormento, é pior do que o esquecimento, é pior do que se entrevar...

Sem preferências físicas ou de números. Não está faltando homem, está faltando amor.

Dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca.

Capitu, isto é, uma criatura mui particular, mais mulher do que eu era homem.

Capitu, apesar daqueles olhos que o diabo lhe deu... Você já reparou nos olhos dela? São assim de cigana oblíqua e dissimulada. Pois apesar deles, poderia passar, se não fosse a vaidade e a adulação.

Não tive filhos, não colaborei para a propagação da miséria humana.

Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente.

Passado, presente e futuro devem coexistir harmonicamente na mente humana. Quando um deles é priorizado e os demais são totalmente esquecidos surge alguma espécie de desequilíbrio, ou, no mínimo, a hipótese de que algo não está correto, não está bem.

Viva cada dia de uma vez, não deixe de viver bem o hoje em prol de um futuro que pode nem chegar, se está infeliz no presente, busque motivos para se contentar com o que tem nele, não viva sonhando com o que terá num tempo incerto que ainda nem chegou e, quiçá, nem chegará.

O tempo corre, e as nossas sensações com ele se modificam.

E nossos olhos transmitiam coisas indizíveis e infinitas, que nossas bocas não podiam falar.

O coração, meio desenganado, agitou-se outra vez.

Será mesmo digna em todas as manhãs esta estranha sensação de estar-se perdendo a cada noite de sono?

É muito melhor cair das nuvens que de um terceiro andar!

Mas é tempo de tornar aquela tarde de novembro, uma tarde clara e fresca, sossegada como a nossa casa.

Era homem como os outros; outros Aquiles andam por aí que são da cabeça aos pés um imenso calcanhar.

Eu que meditava ir ter com a morte, não ousei fitá-la quando ela veio ter comigo.