Coleção pessoal de mylenacorrea

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Hoje eu acordei numa casa diferente, num quarto diferente, sem nenhuma muleta, sem nenhuma maquiagem, meus amigos estão ocupados, meus pais não podem sofrer por mim. Hoje eu acordei sem nada no estômago, sem nada no coração, sem ter para onde correr, sem colo, sem peito, sem ter onde encostar, sem ter quem culpar. Hoje eu acordei sem ter quem amar, mas aí eu olhei no espelho e vi, pela primeira vez na vida, a única pessoa que pode realmente me fazer feliz.

Tudo bem, descansa. Faz parte não conseguir.

A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mas só pode ser vivida olhando-se para a frente.

Era a primeira vez que se separava de Luísa; e perdia-se já em saudades daquela salinha, que ele mesmo ajudara a forrar de papel novo nas vésperas do seu casamento, e onde, depois das felicidades da noite, os seus almoços se prolongavam em tão suaves preguiças!

Quero apenas cinco coisas...
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.

Leonina

E se eu insisto no querer
esquecendo da razão
Não pense que é falta de amor-próprio
é que eu sou de leão.

Se por onde eu passo me mostro
Voltando toda atenção
Não é só vaidade
Eu nasci de leão.

Se eu morro de amores
mês sim e outro também
Não se espante com minha vontade
Eu sou leonina, meu bem.

Se eu exagero no ciúme
causando confusão
É só o lado inseguro
De uma pessoa de leão.

Quando anoitece, eu ardo
Se amanhece, ardo mais ainda
Não é que eu seja insaciável
É intensidade de leonina

Outras melhores existem, sim.
Mas não te culpo se depois
Ainda vai preferir a mim
É que por ser de leão deixo marcas sem fim.

Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...
Ou toca, ou não toca.

Talvez eu tenha falhado sim... Na estúpida missão de ser igual aos outros.

Tu Que Me Deste o Teu Cuidado...

Tu que me deste o teu carinho
E que me deste o teu cuidado,
Acolhe ao peito, como o ninho
Acolhe ao pássaro cansado,
O meu desejo incontentado.

Há longos anos ele arqueja
Em aflitiva escuridão.
Sê compassiva e benfazeja.
Dá-lhe o melhor que ele deseja:
Teu grave e meigo coração.

Sê compassiva. Se algum dia
Te vier do pobre agravo e mágoa,
Atende à sua dor sombria:
Perdoa o mal que desvaria
E traz os olhos rasos de água.

Não te retires ofendida.
Pensa que nesse grito vem
O mal de toda a sua vida:
Ternura inquieta e malferida
Que, antes, não dei nunca a ninguém.

E foi melhor nunca ter dado:
Em te pungido algum espinho,
Cinge-a ao teu peito angustiado.
E sentirás o meu carinho.
E setirás o meu cuidado.

O que o mundo chama de mérito e valor / são ídolos que têm apenas nome, mas nenhuma essência. / A fama que vos encanta, vós altivos mortais, / com um doce som, e que parece tão bela / é um eco, um sonho, melhor que um sonho, uma sombra, / que a cada sopro de vento se dispersa e desaparece.

Elimine a causa e o efeito cessa.

A ausência cura o amor.

Ah, memória, inimiga mortal do meu repouso!

Sim, estarei atento. Mas não sou mais eu que vivo, e sim o seu amor que vive em mim.

Viva a tua maneira
Não perca a estribeira
Saiba do teu valor
E amanheça brilhando mais forte
Que a estrela do norte
Que a noite entregou

Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar

O que a ação revela sobre a pessoa?
Ouça um bom conselho
que lhe dou de graça
Inútil dormir
Que a dor não passa
Espera sentado ou você se cansa
Está provado
Quem espera nunca alcança

Venha, meu amigo. Deixe esse regaço. Brinque com meu fogo. Venha se queimar. Faça como eu digo. Faça como eu faço. Aja duas vezes antes de pensar... Eu semeio o vento. Na minha cidade. Vou pra rua e bebo a tempestade.

E minha alma, sem luz nem tenda,
passa errante, na noite má,
à procura de quem me entenda
e de quem me consolará...

Como se morre de velhice
ou de acidente ou de doença,
morro, Senhor, de indiferença.

Da indiferença deste mundo
onde o que se sente e se pensa
não tem eco, na ausência imensa.

Na ausência, areia movediça
onde se escreve igual sentença
para o que é vencido e o que vença.

Salva-me, Senhor, do horizonte
sem estímulo ou recompensa
onde o amor equivale à ofensa.

De boca amarga e de alma triste
sinto a minha própria presença
num céu de loucura suspensa.

(Já não se morre de velhice
nem de acidente nem de doença,
mas, Senhor, só de indiferença.)