Coleção pessoal de MIssias

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⁠⁠Veneno, placebo ou remedio;
Se desalenta ou exorta,
Tudo pouco importa,
Se os versos são de amor
ou contemplação,
Todos Alimentam o coração,
Até curar o seu tédio

⁠A Pedra Bruta
Vindo das trevas mortais
Despojando seus metais,
Em que todo profano nasce e precisa ser saciado,
Esta pedra e disforme e aparentemente inerte,
Buscando sempre a Luz
Onde ela se converte ;
Por três golpes se fez a luz, como deste modo lhe foi dada;
Modificando o áspero mineral
como prelúdio de uma obra adiantada .
Aprendendo os ensinamentos da Iniciação,
Absorvendo conhecimentos de todos os irmãos,
É depois de purificada,
Ganha e esplendor de uma
de uma pedra negra que hora foi calcinada;
Um fulgor de alvura e pureza,
Jamais visto na natureza,
Pronto para conhecer simbolos devagar com tolerância e calma,
Renascendo a partir de agora um irmão com nova alma.
Missias.’.

Banco do meu Jardim

Num banco ao lado de um toco,
Que um dia foi jatobá,
Esta era de muita idade,
Dela ficou saudade,
acabou -se em uma tempestade,
Deu lugar a um lindo e florido manacá
Sentados naquela
Bancada
Em noites de lua cheia,
ofuscada pela nuvem branda que a margeia
Quase a gente não a via,
Lá tinha muita magia
Eu e minha amada,
Para que falar de vida alheia.

⁠Mãe
Um choro no ventre surgia
Buscando a primeira carência
Na busca pela sobrevivência
No âmago ainda sorria

Um segundo choro então veio
Um grito de dor enlouquecia
Alimentado com o leite do seio
O sustento eu agradecia

Com seu carinho e doçura
Ensinou-me a educação
Controlei minha loucura
Aliviei o coração

Um castigo por meu engano
Fui muito orientado
Mudei meu cotidiano
Fez-me um afortunado

Seu esforço me incentivava
Por onde quer que andava
Sua ira me causava dor

Percorri vários caminhos
Machuquei em vários espinhos
Criei um Imo de Amor

Obrigado minha mãe

⁠Remédio da vida

Vencer a relva da mata
Carregue o triunfo na manga
Ambular na corda bamba
Procure ser um acrobata

Matar a saudade do beijo
E curar a sua sede
Descanse numa rede
Espere passar o desejo

Lapidar a pedra bruta
Persistência, força e luta
Arroste na escuridão

Vasculhe o remédio da vida
Abolir a dor da ferida
Deixada no coração!

Ademir Missias jan/21

⁠Botina amarela

Na fazenda espinilho
Num lindo salpicado rosilho
Como regalo de criança
Guardarei essa linda lembrança

Uma boina de gaiteiro
Com seis anos muito faceiro
Um Galdério bem pilchado
Naquele corcel sem alguém do meu lado

Sorriso de jacaré esparramado
Um piá mais que arretado
Ganhei essa prenda singela

Trotando com estilo num embalo
Controlando o pomposo cavalo
Uma vistosa botina amarela

⁠Explicação

Ó linda que nasce da terra que sai das ranhuras com tanta bravura do pé desta serra,
Pedi tanto para não perder sua formosura, teu cheiro, sua textura.
Pedi para juntar-se uma a uma formando um montão, caminhar mais um pouco formando turbilhão
Pedi para guanandi, sanca d'água, imbaúba, pinhão do brejo, agarrar-te aos teus pés, para dar-te firmeza até chegar ao seu destino
Ó bebida amarga que provo todo dia
Em dias de calor e em noites frias
Quero uma explicação !
Porque tornaste tão amarga ?Levando nossas casas, meu arreio, meu cavalo
Minha tralha de montaria
Destruiu tanta beleza
Carregou nossa esperança
Nossos sonhos de criança
Ainda estamos de pé
Não levará jamais a nossa FÉ.
Leve o que no caminho achar
E não se esqueça do abraço, mas deixe minhas lágrimas no mar.

⁠Tragédia

Que barulho assustador
Que grande explosão
Que fumaça que tragédia,
Grande destruição,
Quantas mortes, quanta dor
Cidade fantasma
Terra arrasada
Casas derrubadas
E até edifícios
Um terremoto, tremor de terra,
Fogos de artifício;
Vidas que lá se encerram
Coisa de demonio;
Nitrato de amônio,
Tragédia anunciada,
Estava ali armazenada.

⁠Amor Verdadeiro

Um amor de verdade
Não tem segredo nem distância
Tem carinho em abundância
Não tem vaidade !

Um amor sem vaidade
Não tem tristeza e amargura
Tem delicadeza e doçura
É muita sinceridade

Um amor pra ser verdadeiro
Tem que ser gentil cavalheiro
É ter solidariedade

O amor gentil e cavalheiro
Não necessita de muito dinheiro
Pra durar uma eternidade.


Missias

⁠Quero arrancar as grades da minha janela,
Tocar as flores! sentir a brisa singela,
Dormir com a porta aberta
nas noites de verão!
Quero a honestidade meu irmão!
Ainda que seja rara
Quero a vergonha na cara,
Mas pra dizer a verdade,
Quero a solidariedade
Quero a esperanca,
a alegria e confiança!
Onde exista amor a fraternidade.

⁠Soneto Vida


O grande mistério da vida
Com toda a docilidade
Uma conduta mais atrevida
Nos oferece a crueldade;

A criança alegria e liberdade,
Juventude um encanto e doçura,
Nos brinda com amargura
A sua tão fragilidade,

Ensina - nos a ser forte,
Entendemos que não é sorte,
A felicidade com trabalho merecido;

Dores aprendemos a suportar.
A velhice o amargo esperar,
Num canto talvez esquecido.

Set/01/10
Missias

Se⁠mentes levadas pelos pássaros, não caem a sombra de suas árvores mas distantes de onde esperavam ser semeadas, que germinam e crescem.

Sala de reflexão

Uma vela reinando como uma luz,
Mesa, caneta,
papel tinta e pena,
Uns escritos que rouba a cena,
Retira-te! se curiosidade te conduz ! ;

Entraremos no teu coração!
Clama-te pelo ingresso,
Seus defeitos serão descoberto
Se fores capaz de dissimulação,

Conte os teus segredos l
Se tua alma sentiu medo,
Desista e vá embora!

Senão, serás purificado
Sem abismo com luz e acrisolado,
Renascerás a partir de agora.

⁠Nenhum sonho se concretizará se não tiver esforços e Deus não permitir.


Ó linda que brota da terra
Que sai das ranhuras,
Com muita bravura,
Do pé desta Serra,
Bem precioso, sustenta-te primeiro!
Não perca sua formosura,
E tampouco o teu cheiro,, Mantenha o seu cristalino,
Até chegar ao seu destino,
Junte-se uma a uma e serás um montão,
Caminha-te mais um pouco e formarás um turbilhão,
Encontrarás muita beleza
Mas também muita tristeza;

Ó Sanca D'água protejei-a,
Segura-a com teus pés!
Mantenha-se firme, junte se a
Guanandi, Embaúva,
Mulungu, Pinha do Brejo,
Despeça -te da tua amiga,
Que viajará muito até outra saida,
Seu caminho será longo, verás pedras e penhascos,
Tempestades, e até dejetos,
Não desista da sua missão
Por todo o seu trajeto.
E quando lá chegar
Não esqueça que mandei um abraço pro mar!

Missias.

Rainha dos Lagos


Entre montanhas e rochas grandes,
Das pedras no fundo do rio,
O Grande Arquiteto esculpiu
Os Canyons mais lindo que os Andes;

Um feitiço escondido,
Suas águas cristalinas,
Chamado de mar de Minas
Um paraíso perdido;

Da comida e da cachaça,
Do badalo do sino da praça,
Do queijo das terças-feiras,

Capitólio urbe discreta,
Encanta sem ser poeta,
Suas lindas cachoeiras.

Missias

⁠Se assim fosse fácil

⁠A primeira martelada na pedra bruta tão sofrida
Tão importante quanto a última que a transforma em polida. Disciplina, e determinação
Iniciamos e concluimos a nossa transformação.
Substituamos o ódio e o rancor
Transformando tudo em amor
Amar o que nos rodeia
De corpo e alma
Livre foi a semeadura
Solidarizar com dor alheia.
Respeito e educação
Na luta sempre perdura
Resiliência nessa transformação

Na primeira martelada
A pedra bruta fosse ajustada,
Não e existiria perseverança
Padecida estaria a esperança.

No primeiro golpe tudo fosse resolvido
Assim eramos convencido
Não teríamos mais a dor;

Se persiste disciplina e paciência
A tolerância vence a resiliência
A furia perde para o amor.

⁠Assim sou

Com beleza e encanto
Liberdade lindo canto
Cada um tem o seu ninho
Assim se fez o passarinho

Fez a noite fez o dia
Com poder de dominância
Deveras ignorância
O homem com sabedoria

A sabedoria roubou-lhe a identidade
Perdeu sua liberdade,
Não pode mais voar

Justiça dos animais
O homem que sabe mais
Caca-se onde morar.


Amanhecer
E assim amanheceu:
Depois de uma noite fria;
O manto fino da neblina,
Que descia da colina
E do orvalho que caia,
Formando uma alegoria,
Sobre moreias encantadoras,
Se fez assim aliciadora;
Seu corpo verde capim,
Seu brilho parece não ter fim,
O branco de longe aparecer,
Esperando o sol nascer,
Anunciando a primavera,
Alimentando enfim minha quimera.

Estradas por onde andei
Pisando por entre espinhos,
Lembranças que lá deixei,
Guardo com muito carinho:
A rosa que não plantei,
A pedra que não lapidei,
O desperdicio do encanto;
O dia que a encontrar
Tal pedra a esculpir,
Tudo pode recomeçar,
A rosa plantarei,
Avivarei acalanto,
Deixar de enxugar pranto,
De lágrimas deixado tantos,
Uma vez mais a sorrir.

Ademir Missias