Coleção pessoal de MiriamMorata
"E assim eu aprendi que não é só o Alzheimer que devasta a imagem bondosa que fazemos de nós mesmos. É a vida.
Não somos tão bons quanto gostaríamos; não somos tão corretos e justos como queremos que o mundo acredite; não somos tão fortes quando imaginamos.
Somos humanos -A vastidão dessa condição me causa vertigem.
É nessa humanidade que reside a incoerência, o medo de não sermos aceitos ou amados; a vontade inexplicável de agradar a todos, mesmo que não nos incluamos nesse público ambicionado.
Descobri que compaixão não é pena, mas responsabilidade profunda e respeito pelo outro, ainda que ele não saiba quem eu sou, ou não tenha nenhum gesto de gratidão ou amor por mim."
"Olho ao redor e sinto espanto e perplexidade, diante da assustadora impotência humana.
Quantas vezes, as rédeas da Vida foram arrancadas das minhas mãos, deixei de ser protagonista, para me transformar em mero espectador, da minha própria história?
Onde está a mão de Deus?
Até onde ela me permite traçar meus próprios caminhos?
Haverá algum momento, em que a vontade humana sobrepujou os desígnios de Deus?
Somos meros fantoches, representando um drama que está pronto, desde o início dos tempos?
Para quê?"