Coleção pessoal de meuarmazem

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Velhice

Deixa dessa meninice,
que o amor é mesmo essa tolice
com traços de esquisitice
e não há maluquice
que cure essa burrice.

O canto

[...]
Que fazes aí?
Questionam-me as gargalhadas.
E como se soubesse,
sinto que vivo,
apenas observo.

Espero, não alguém que me leve, você
para acompanhar-me
num canto da sala,
num canto da vida.

O grande prazer dos sentidos é uma volúpia (im)perfeita e (in)completa por (in)compreensão das entrelinhas. Mas quem se detém a ler nestas tais entrelinhas?

Vale mais penar por perder os sentidos ou sentí-los com pena?

Não quero ter a alma doída nem as emoções calejadas. Já não me importo em parecer piegas. Quero de volta a pretensão maliciosa do olhar desconfiado e o desejo de sentir tudo de uma vez sem me preocupar se vai sobrar um pouco para mais tarde. Quero poder acreditar que “os teus olhos têm a cor dos meus sonhos”.

Quando eu te perdi, meu amigo...

Com o passar do tempo
fui substituindo, aos poucos, a tua presença.
Repousei meus beijos em outros lábios
e entreguei sorrisos e sentidos a novos abraços.

Quando te perdi, meu amigo,
preenchi toda a tua ausência
e aprendi a conviver com aquela antiga saudade,
mas a paz que a tua voz me trazia não consegui.

Até parece que a gente não sabe onde tudo vai dar,
que não se engana de propósito,
e que nao quer se enganar.

Até parece que não ia doer,
que a gente não ia sofrer,
e que ninguém ia perceber

Até parece que o tempo ia passar,
que a saudade ia acabar,
e que tudo ia ter um fim.

Se voltei foi pra sentir [de novo] o meu porto seguro trepidar
Cansei da sensatez de ser só
Voltei ao meu delírio de poder ser em você mais uma vez.

Poema de aniversário

(23:59)... Amanhã o que muda?
O que o faz diferente?

Não adianta querer o posposto,
nem há graça em contar as desgraças.
Há mais gosto no silêncio disposto
e no sonhar com as próprias asas.

Nenhum ano é igual ao outro,
nenhum outro é tão diferente assim.
O dia forja o velho encontro
entre o que julguei e o que fiz de mim.

Zera o relógio, mas não o tempo
quanto dura o agora?

(00:00)... Hoje o que mudou?
O que o fez diferente?

Na frágil eternidade dos momentos felizes,
acha-se o fio, faz-se a história
Não importa o que trazem as cicatrizes,
tudo agora está claro diante da memória.

Foi-se o ontem de ser dois
veio o hoje ser só meu
não sei o que vem depois
tudo é o que se perdeu.

Não enxergar a linha tênue entre o desejo do que sou e a ilusão do que és me torna comum
E esse misto de realidade e fantasia me confunde.

É que hoje eu queria um abraço
que me pegasse num sopapo
e me sentisse sorrir como quem chora de saudade.