Coleção pessoal de MartinKeni

Encontrados 7 pensamentos na coleção de MartinKeni

⁠Insônia

Deito-me para dormir
A carne cansada
O gato ecoando seu ronronar no breu do quarto.
E então, ele me foge
Se apaga como névoa ao ver sol.
A doce sensação do sono atrás das pálpebras, antes do cérebro, da lugar à
Remorso e amargura.

Não tem jeito.
Pego uma das cartelas cheias
Entre as vazias largadas pelo quarto.
Quando cai no estomago é como um abraço da mãe.

⁠Estripa-las
Estripa-los
Rasgar
Arrebentar.

A anatômia podre de suas almas

Arrancar as máscaras risonhas
Presas em tuas faces
Expondo o amargor
De teus ossos e carne.

Teu sangue jorraria
Como chafariz
As vísceras floresceriam
Das entranhas.

Eu arrancaria suas cordas vocais,
E como um luthier,
Encordoaria meu violino.
Suas palavras nunca feririam.

⁠Tristezas da vida

Jovens amores
Deixados na
Estrada da vida
Findam
Esquecidos pelo tempo.

⁠CONFORTO

Amo o conforto do seu peito
Mas o mundo mundano
Me chama lá fora.
Até quando
Seu peito continuará
Confortável?
Me pergunto se já não
Estou sendo sufocado

COMEDOR DE MIGALHAS

Me fartei em você
E você fartou-se em mim.

Gemi até
O vizinho do último andar escutar
E reclamar
Mas nós continuávamos
Absortos do mundo banal.
E seu corpo suava
Escorrendo como rio
Em cima de mim.
As minhas entranhas
Nunca sentiram
Tamanho prazer
Febril.

E agora

Esmolo
Por seu toque
Até mesmo seu olhar
De atenção.

Comedor de migalhas.

Fagocitose canibalística

⁠Quando eu me apaixono
Como todo animal arisco, com o tempo
Me deixo conquistar
Fico manso, e como fico!

Afundo na paixão
Afundo no desejo
Afundo no prazer
Até atingir a inércia
E o coração me fagocita
Como um canibal.

Aos que amam
Algum dia
Alguma hora
Alguma vez
Serão fagocitados
Pelos seus próprios corações.

Quero afundar em seu peito
Como quando a relva derrete nas folhas ao nascer do calor.
E serei seu calor, e você derreterá como relva em nossa cama.