Coleção pessoal de MarcioAAC
Como o perigo de desagradar provém principalmente da dificuldade em avaliar quais as coisas que se notam e quais as que não são notadas, pelo menos por prudência nunca deveria a gente falar de si mesmo, pois esse é um tema em que seguramente a nossa visão e a alheia não coincidem nunca.
Ao mau costume de falar de si mesmo e dos próprios defeitos, cumpre acrescentar, como formando bloco com o mesmo, esse outro hábito de denunciar nos carácteres alheios defeitos análogos aos nossos. E constantemente estamos a falar nos referidos defeitos, como se fora uma espécie de rodeio para falar de nós mesmos, em que se juntam o prazer de confessar e o de absolvermo-nos.
A natureza parece quase incapaz de produzir doenças que não sejam curtas. Mas a medicina encarrega-se da arte de prolongá-las.
A sabedoria não se transmite, é preciso que nós a descubramos fazendo uma caminhada que ninguém pode fazer em nosso lugar e que ninguém nos pode evitar, porque a sabedoria é uma maneira de ver as coisas.
Sob um governo que prende qualquer homem injustamente, o único lugar digno para um homem justo é também a prisão.
Que é a maioria? A maioria é tolice.
O bom senso sempre tem sido de poucos.
Convém pesar os votos e não contá-los.
O homem que se domina a si mesmo, liberta-se de um poder que o acorrenta, e que escraviza quase todas as pessoas.
Ninguém deve ser igual ao outro, e sim igual ao mais alto!
Como realizar isto? Que cada um seja completo em si.
O amigo é-me querido, o inimigo é-me necessário. O amigo mostra-me o que posso fazer, o inimigo, o que tenho de fazer.
O mundo tornou-se perigoso, porque os homens aprenderam a dominar a natureza antes de se dominarem a si mesmos.
Você merece o melhor, porque você é uma das poucas pessoas neste mundo ruim que são honestas consigo mesmas, e isso é a única coisa que realmente conta.
Eu não sei qual é o motivo dessa supervalorização da racionalidade. Os pássaros só são livres porque podem voar. A liberdade é, justamente, a incapacidade de se perceber as limitações. Nós, humanos, aprisionamo-nos em caixas de ferro, casas de cimento e mil e uma desculpas. Tornamo-nos prisioneiros de nós mesmos porque podemos racionalizar os riscos, porque sabemos calcular velocidade média quando vamos atravessar as ruas, porque sabemos que se saltarmos de um precipício iremos encontrar a solidez do chão.
Se você não tem força para impor seus próprios termos à vida, você deve aceitar os termos que ela lhe oferece.
