Coleção pessoal de marcio_batista_3

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Ele Soma
⁠Trás a roupa,
Dá-lhe a boca,
Faz-te o que desejaria a si.
Te deixa no ponto,
Fala sobre os pesos,
Joga aquele penteado do poder no seu cabelo.
Cede o colo,
Deixa-lhe em foco,
E enche-se de prazer em te ver sair.

⁠ Líqui(dez)
Vai além do que pode ser vista.
Absorve, retorna, transmite.
transforma, Recria, evolui.
Ao toque se faz sentir.
Amansa, descansa e adormece.
Meio leve chega e quando percebe-se já é inteira.
Vezes tônica, outras nem com prece.
Uma gota do oceano ou uma brisa leve.
expande, encolhe, sacode, Alcança.
A'lma, dessalga, arrasta e muito faz.
destemida,
Fértil, tudo trás.
Por anos nos planos,
Um mundo esconde,
Para o homem um terreno real.

⁠ Oração ao Sol
Astro rei,
Que vertes todas as manhãs,
Para pobres e ricos, justos e malfeitores.
Tu és vitamina aos detentos,
Principio da vida, da luta, do equilíbrio.
Harmoniza cada amanhece e, nos fortalece no viver.

⁠ Confusão
Calo, penso, reflito e movimento.
Em meio a uma transe minha cabeça faz um ver(só).
Surgem questões inexplicáveis mais ausência de concentração.
Grande quantidade de embalo sentimental e a voz querendo explodir.
Busco um pretexto,
Um texto sem contexto pretendendo ir.
Então, deixo que vá (ufa).
E meus pensamentos continuam a voar como vem(Tho)(r).

⁠Hoje eu quero sair só,
Porque mistério sempre há de pintar por aí.
Ser sim amado e tudo acontecer.
Vestindo fantasias, tirando a roupa,
Depois de varar madrugadas.
Tudo é divino, tudo é maravilhoso.
Tomar banho de sol,
Beijos com sabor de mel,
E algum veneno anti-monotonia.

⁠Sem crer e nem saber,
Vieste arrebatadora.
Com uma alegria boba,
Causou-me emoção.
Vi, revi e me deliciei.
Vivi, revivi, até flutuei.
Essa SAUDADE...

⁠Valendo-me
Nasci num Vale.
Este vale chamava-se Baixa da Gia,
Sem rios ou geleiras, e
Com um processo geológico de origem que desconheço.
Reconheço, porém, que o nome da localidade foi dado pelo retrato:
Riachos que se tornaram esgoto não encanado.
As montanhas, eram morros de areia brancas e cascalho acrescentado pela mão humana.
Os habitantes, em sua maioria retirantes,
Vieram para essa área de restinga por aproximação ao fascínio litorâneo.
A rua, trazia nome de fruta,
Algo para representar o que tínhamos em abundância.
Chãos e tetos naquela época foram generosidade,
Um complexo de vários braços.
Canto de pássaros, cheiro das flores, sabor dos alimentos nativos...
Ôh... Saudades de Dn. Neguinha e de Sr. Chico.
De pés desnudos e em companhia das pulgas,
Tudo era a maior alegria,
Do mutirão para espalhar o barro nas ladeiras ao conserto das pontes de madeira que a chuva varria.
Artesãos, pescadores, quituteiras, ganhadeiras, pedreiros, agricultores, músicos, artistas, capoeiras...
Os ventos por aqui reluzem realezas.
Fico feliz em compor minha quebrada em versos.
É uma forma de dizer muito obrigado ao passado,
Me firmar no presente, sem deixar de acolher o novo e a vida futura,
Assim como diz a filosofia africana Sankofa.

⁠Teu cheiro em tudo fixou
Nas roupas
Nos lençóis,
Até mesmo no cheiro do suor que exala em mim.
Sinto-o ao acorda, ao banhar-me,
Na energia que me transformou, e
Na vida que tudo isso causa.
Passo bem,
Durmo melhor.
Inclusive, parei para escrever esses versos.
Versos de como teu cheiro me faz maior.

⁠Por aqui tudo é cultura.
As ruas, as luas, as disputas.
Digo sobre o folclore que há na vida deste povo,
Onde Tudo pode te trazer um sentido novo.
Porém, não se enrole, pois não se tolera deboche.
E sem dificuldade,
Por aqui, um sorriso abrir é sempre coisa fácil.
A labuta que sustenta toda essa proeminência,
Vem de uma galera que sobrevive a duras penas,
Que não esmorece e nem recua.
A cada dia agradece e volta pra luta.
Com sonhos que cultuam,
Nem sempre o desejo é querer conquistar a lua ou dominar o mundo.
Mas, ter paz e uma vida Ubuntu.

⁠Diz que não chora.
Foge, vai embora.
Dispensa o romântico.
Assume o mais vil sentimento dos mortais.
Pueril.
Nunca se fere,
Mas vivi em febre,
A beira do precipício bem tido por ditos iguais.
Na cólera
Desova
Toda certeza
De um mundo tenaz.
Aposta no passado
Sem permitir aflorar
Em si
O cuidar-se.
Maltrata,
Arrasa,
E destrata aquém
A partir do que convém.
Cria,
Recria,
Receita
E azuleja suas pelejas
Em troca da paz interior que a todo custo rejeita.

⁠A percepção da cura muitas vezes é confundida com o livrar-se do problema.
No entanto, a forma como nos libertamos é o mais significativo do livrar-se.
Eis que, então, nos surge o desapego e com ele mais uma maneira de libertação.
Quando o desapego é sobre algo tangível, tudo paira no ar.
Julga-se melhor, mais palatável, vezes necessário, e outras como a única saída.
Entretanto, quando o que quer deixar ir esta na esfera sentimental o desapego pode ser cruel, silencioso, desesperador, doloroso, desconfortante e até insuportável.
De uma forma ou de outra, ou de diversas outras formas, o que não devemos perder de vista são as reações que tudo isso nos trás.
O poder de sentir o caminho, saber quando vamos precisar segurar uns aos outros também é cura e exige paciência.
Curar a si mesmo em muitos momentos é a chave.
A partir dela compreende-se que faz parte do processo, consegui se encaixar.
Aprende-se que não é somente livrando-se do incomodo que a cura vem.
Para situações crônicas livrar-se é continuar seguindo ferido.

⁠Teu sorriso invadiu a janela da minha memória.
Lembranças daquele tempo bom...
Sonhar nosso beijo na chuva,
Idas ao Jardim para ver a noite... a rua.
Nossos momentos de caretas e gargalhadas soltas.
Preocupações nos dias que a febre te machucava.
Tudo era tão doce e temperado,
Uma conexão sem igual.
Tudo começou no escuro daquele beco.
Cabelos grandes e crespos,
Olhos castanhos que tudo refletem,
Pele macia e suave.
Toque de luz,
Hoje tudo se revela bom.
Me trás uma paz confortante.
A gente em história ficou emocionante.

⁠Quero mais que isso!
Quero você do meu lado,
jeitosinha da maneira que é.
Quero teu abraço, teu sussurro e teu fado;
quero-te feliz e vaidosa.
A mais bela das Rainhas,
a inspiração para todas as horas.

⁠Bom dia rosa bela!
Cheirosa como um pomar em plena primavera, e
Delicada ao ponto de alçar voo com o soprar do vento,
Está rosa é pura estratégia.
Viva e reluzente aos olhos famintos dos predadores,
Ela verdeja tranquila ao gotejar do orvalho.
Regida por sua realeza,
Essa rosa é a mais formosa criatura que me rega.

⁠Vai ter representatividade sim,
Nossa história não está começando daqui.
Irmão foi o primeiro,
O primo e a prima vieram logo em cheio,
Mano ali foi o terceiro.
E nunca mais perdemos o jeito.
Os menores terão novas virtudes.
E quando alguém perguntar: de onde veio?
Aí é cria de agricultores, pedreiros, advogados, árbitro, engenheiros...
Quem desbravou sem receio,
Sentiu a dor da fome e do caos da falta de dinheiro.
Repartiu, juntou, superou com alegria, e
Hoje o caos se tornou melodia.
Com os meus, com os seus, com os nossos.
Na quebrada, na universidade, nos negócios.
Na corrida, na telinha, nas revistas.
Na nasa, nas medalhas, na vida.
Tendo referências,
As possibilidades serão vastas.

⁠Vezes o fim é o começo.
O começo um tropeço.
O tropeço o despertar.
O Despertar um novo caminho a chegar.
Para chegar, nem sempre o caminho se revela.
Mas, decerto terá um começo, um novo tropeço e quem sabe outro(s) despertar(s).
E se o começo se tornar fim, aguarda que a caminhada te trará causas para onde seguir.

⁠Vontade de te beijar,
Milimetricamente, Preta.
Sentir nossas almas a procura do imponente amor,
Nossos olhos brilharem com uma sintonia magistral,
Ouvir da emoção que corpos juntos proporcionam,
Provar do sabor bom que esse momento tem.
Sem perder tudo o que se apresenta através dos sentidos,
E querer-te cada vez mais.
Como numa vitória,
Você bela e inteira.

⁠Populares(ando)

De onde vim
Desde mirim
Aprende-se sim
Com os ventos da oralidade
Muitas leis consagradas na realidade,
Sem muita agonia.
Tipo, quem chupa cana não assovia;
Claro, não adianta chorar pelo leite derramado;
De certeza, beleza não se põe em mesa;
Na Visão, quem vê cara não vê coração;
Pare de esperteza, pois orelha não passa cabeça;
Vai na bravura, porque quem madruga Deus ajuda;
Nada de fricote, saiba que perna de barata não é serrote.
E se te falta um sábio ao lado,
Aprende-se com o tempo que quem não ouve quieto ouve coitado;
Verá que é verdade verdadeira,
Não se tampa o céu com a peneira.
Para quem tá na pior,
Logo se atenta que quem ri por último ri melhor; e
Pra quem quer ser feliz,
Favor não descobrir um santo para o outro vestir.

⁠Se tivéssemos juntos agora,
Tu não escaparia dos meus desejos.
Te faria mil loucuras, e
Teríamos sensações nunca sentidas em um beijo.
Com o coração acelerado,
Sem saber como amenizar;
Te daria todo conforto que o afeto pode proporcionar.
Meu bem, se juntos tivéssemos agora...
O mundo iria parar para nos escutar,
Seria algo tão intenso que todos iriam vibrar.
Porque com o amor que você me ensinou,
Nunca mais saberei o que é ficar sem amar.

⁠Fissura(mó)

Naquele pique você me atinge,
Numa de boa você me povoa.
Na maior onda me conquista,
Daquele jeito me deixa louco.
Só vem para me fazer teu, e
Na melhor hora percebo que não sou mais meu.
Doideira esse lance,
Com vontade desejo tudo novamente.
No som que eu adoroo,
Daora que a pegação se inicia
Você me vicia, e
Toda hora o pensamento me provoca.
Fechadona no quesito amar,
Na visão não vacila.
É sim, você é de verdadezona.