Coleção pessoal de ManGalvao

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Fui criado no mato e aprendi a gostar das coisinhas do chão.

Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas
mais que a dos mísseis.
Tenho em mim
esse atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância
de ser feliz por isso.
Meu quintal
É maior do que o mundo.

A tarde está verde no olho das garças.

No retrato que me faço
- traço a traço -
Às vezes me pinto nuvem
Às vezes me pinto árvore...

Passava os dias ali, quieto, no meio das coisas miúdas. E me encantei.

Quem anda no trilho é trem de ferro. Sou água que corre entre pedras - liberdade caça jeito.

Dentro da mata -
Até a queda da folha
Parece viva.

O vento é sempre o mesmo, mas sua resposta é diferente em cada folha. Somente a árvore seca fica imóvel entre borboletas e pássaros.

O vento é o mesmo.
Mas sua resposta é diferente em cada folha.
Aprendi com as Primaveras a me deixar cortar par poder voltar sempre inteira.

Um dia uma folha me bateu nos cílios. Achei Deus de uma grande delicadeza.

É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve.

Os livros são grandes presentes porque eles têm mundos inteiros dentro deles. E é muito mais barato comprar um livro para alguém do que comprar o mundo inteiro.

Ninguém realmente se parece por fora com o que de fato é por dentro!

Vivia nos livros mais que em qualquer outro lugar.

A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez.

Eu costumava ser o relâmpago, antes do trovão

Quando as aves falam com as pedras e as rãs com as águas - é de poesia que estão falando.

Em uma época em que os desejos duram o tempo de uma estação, amar virou coisa de gente corajosa.

Observo em mim mesma as mudanças de estação: eu claramente mudo com elas.

Ame como a chuva fina. Esta cai em silêncio, quase sem fazer notar, mas é capaz de transbordar rios.