Coleção pessoal de M2810

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Agosto já vai embora sem deixar o tal gosto. Gosto do choro dos céus. Já andamos à muito tempo nesta arte de desgosto e renovação das águas e da esperança viva e fogo. Que venha o Setembro sem guerra. Que encha cada barragem pressa nos olhos de quem já não chora, de quem perdeu o curso do rio da vida. Que venha com a única coisa nesses dias. A chuva. de resto manteremos a mão estendida. A Deus e aos homens de arado, aqueles de gravata e da terra que desgasta.

Preciso de acertos. Ultimamente tenho esquecido de ir aos shows, comprar cd's, comprar quadros (mesmo que a prestação), comprar livros, assistir palestras e lançamentos de outras coisas como a morte da idiotice. Eles que criam coisas com esforço e as vezes com linguagem por detrás da palavra. Pessoas que passam tempo a criar arte, a pensar. Sobretudo a inventar concertos do grande público. Eles não dão concerto. Dão acertos na alma.

É muito pesaroso e aflitivo saber que se perdeu alguém, ainda que muito jovem, ainda que há muito não se sabia dela, no meu caso, porque a vida separa e amara as pessoas nas coisas fora de algumas explicações, depois, é a própria vida que nos trás de volta, de volta às antigas imagens.
Eu tenho essa imagem dela desde a escola primária no tempo de chuva e o fintar das pedras na rua em direcção a escola. Como os adolescentes, pescava o silêncio e falava com amigos, colegas e talvez até com ela mesma.
Pessoas que falam daquele jeito simples e depois recolhe no seu silêncio não deveriam morrer, nem nas nossas falas e nem nas nossas memórias e palavras. Agora! Valerá a pena essas minhas palavras? Por agora não, eles já não vem. Até sempre, ou até logo.

Saudade é uma chateação, chantagem em viagem na razão, meio ferida e quase cicatrizes por sarar no interior e corredor da distância.

Reagia a tudo o que era elucidado, pronunciado, feito e executado, de repente começaram a me acusar de usar o silêncio a favor de coisas que eram necessárias no meu ponto de vista. Tentei responder a algumas pessoas que me rotularam de ter desistido, de se situar a parte de tudo o que tinha dado a grande contribuição. Não, não é preconceito sobre os políticos e os fazedores das coisas boas e más. Eu passei a observar, olhar mais, sentir de boca fechada eu aprendi a duvidar do próprio do homem sobretudo aqueles que o mínimo de poder passa a corrompe-lo.

Tem dia ki bu ta perdi vontade di sta li. Bu ka sabi pa undi bu ta bai. Talves bu sta na storia ke ka di bo. Bu ta kre pa tudu muda. Mas bu ka sabi kuze ki bu podi fazi. Dja bu perdi vontadi vive. Nada ki sa kontice bu ka pide. Bu ta xinte fraku pa supera es momento. Vontade ta dau pa bu deziste di tudu. Gana di txora. Bu ta fika sem sabi kuze ki bu ta faze. Bu ta fla ma bu ka tem poder pa resolve... obi ku mi, poi na mo di pai.
Nka sabi si é ta konsigue mas nka podi duvida. So el ki podi. Poi força na tudu ki bu kre, si bu ka konsigue, poi fé. ten un garantia infalivel, senpri ten manhan pó fasi diferenti.

Olha temos tudo pela frente. A vida, os pés, as mãos, os lábios, e a própria tensão que também só terá sentido se for para frente.

ao contrario do que pensas, eu quero ser nada contigo, por isso, quero tudo de nós, saber tudo de si, se for numa manha sem aviso dos dias ti cantarei ao clarão do dia. tu me tens inspirado, única, somente única, você inteira a transpiração.

-Poesia?
poesia é mal de alma, corrupção de espirito, o caminho contrario do dedo indicador, uma contra prudencia. poesia é para os homens, homens mal intencionados.

ontem a noite estava a passear com a minha maquina fotográfica na calma noite da cidade. ouvi a alguma distancia uma musica ao tom do calmo vento que fazia e pus-me a pensar na possibilidade do som, a sua velocidade até mim, fotografei tempo e as ondas do som, ficou o momento e o som continuou nas suas ondas, eu continuei a andar. vi duas passarinhas a andarem abraçadas com asas no ar, mas com indícios de já terem habituados ao mundo dos homens, eles ao me virem choraram, por terem sentido os sentimentos. fotografei o choro. alguma coisa daquele momento tinha a ver comigo. ao lavar a foto descobri a mesma doença. sofríamos da doença de saudade e do mal da distancia de casa.

Menina tu não fazes a ideia de quanto eu te quero, andar de mãos dadas contigo. Sentir ciúmes do condutor de autocarro. Ti irritar por ter lavado mal os pratos, limpar as lagrimas porque sorriu além da conta. Menina eu quero me habituar às tuas chatices, raivas, nudez rostos dos nossos filhos. Ainda mais quero-te sem te querer longe das minhas mãos e braços ao longo dos anos por vir.

legalizem o pensamento, já.

Hoje é dia da cidade da praia. Confesso que tenho saudades daqueles taxes velhos, piratas apaixonados, carteirista simpáticos que planeavam actos na próxima gamboa. Eu olhava com atenção para aquela senhora boa. De terceira idade. O pessoal da ilha do fogo a diversificar na língua, antiga estrada de buracos que sugava os nervos dos pedestres e sonhos de chofer. Hoje a actual rua pedonal com calor e diversidade de corres que tem feito a capital ser cidade. Ainda que menina de costa voltada para o atlântico. Parabéns praia e as suas gentes.

Enquanto a África morre de fome, o resto do mundo enche a barriga da África.

Nfasi download di munti grasiosa dentu di mi, até oxi nka konsigui larga és txon di tarrafal a pedra i kal. Tinda nsta ketu, nta deta ku barudju di bentu, rekadu na ton baxu, na denunsias a paisana. Mas ami kada bes mas n' ata ntendi silênciu di grasiosa dentul mi i na boka di kes paisagem kaminhanti.

Quando vai ser a segunda descoberta de Cabo Verde, sem garantias de mastros e ventos arrogantes, e marés traiçoeiras, é preciso descobrir este país. Mais uma vez.

Há alguma lentidão na cabeça do director administrativo e do senhor assessor metafisico deste Mundo. Deus de certeza é um secretario Geral de Tarrafal, controla tudo na cara do maior duque do céu, nuvens falam de artérias e dinâmicas das fulanas e fulanos lá no corredor dos despachos, quem manda são as influencias e as chantagens dos mosquitos recém nascidos

As vezes me parece que a verdade é tudo aquilo que precisamos para mentir com razão.

Essas moças que dão despacho já não são frias, simplesmente deixaram de esquentar a favor dos compromissos candente que os bastidores da fibra óptica não pode saber, enquanto os satélites andam de orelhas em pé.

A felicidade está nas pontas dos dedos, muitos não a sente porque é uma coisa tão simples que nos passa na frente da cara e não notamos, mas é na simplicidade de um toque da ponta dos dedos é que está a felicidade.