Coleção pessoal de Lupisilva

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Minha Língua Portuguesa

Se eu não te amasse tanto, eu deixaria de ser sua escrava. Quando me seduzes a abrir a boca , por muitas vezes me deixas em uma enrascada, pois não és isolada, e precisa sempre estar contextualizada, e o nossos contextos parecem se perder no hipertexto.

Compartilho contigo semânticas que pra mim fazem todo sentido, mas naturalmente te escapoles por entre os meus dedos e levas contigo as ideias que outrora me fizestes acreditar que eram minhas, e sai reproduzindo outros sentidos gerando grandes equívocos.

Quando me enganas dessa forma, o que parecia ser próprio à nossa intimidade, passa a ser do outro também, e o outro trata nosso relacionamento com outros pressupostos, e tu te permites.

Oh minha Língua Portuguesa! Se eu não te admirasse, correria para aquilo que é exato, mas sem você não saberia calcular aquilo que é (ou parece ser) certo.Fazes de mim o que queres: usa-me, abusa-me, acusa-me, julga-me, observa-me, absorve-me,condena-me...Depois te vendes e negocias novas interpretações.

O amor não anda sozinho, ele precisa do complemento que lhe faça companhia!

É simples: Eu amo você e Você me ama, e dessa forma vamos nos completando.

Amando, transformamos Períodos Simples e agradáveis em Períodos Compostos pelo prazer,
Coordenados pelos nossos planos e Subordinados à vontade testemunhada pelos anjos.

Só quem sabe amar é capaz de reconhecer os Termos Essenciais da nossa Oração que vão muito além do Sujeito eu e você.

Diante da complexidae desse sentimento nós somos no máximo sujeitos pacientes que sofrem a ação por amar excessivamente.

O amor pode ser sutil: começa agindo em pequenas doses, mas quando chega a ser apadrinhado pelos advérbios MUITO, LOUCAMENTE, PERDIDAMENTE, e outros, nenhum objeto é capaz de resistí-lo, e as sutilezas são dispensadas.

Falando do objeto, peço licença aos cultos para dizer que o padrão do amor verdadeiro é específico: precisa "do" complemento, e não "de um" complemento, pois ele não se relaciona de forma indefinida.
Por outro lado, ele não cansa de tentar mudar essa formato, antes vai lapidando minuciosamente suas bases e vai se esquadrinhando nos versos, nos contatos, nas risadas, no ombro, na música, nas lembranças,na confiança...na esperança.