Coleção pessoal de LinyBagatini

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Fico péssimo se uma mulher fumar um cigarro logo em seguida de fazer amor comigo, me sinto um cafézinho.

Eu... eu... nem eu mesmo sei, nesse momento... eu... enfim, sei quem eu era, quando me levantei hoje de manhã, mas acho que já me transformei várias vezes desde então.

Eu não me importo com o que os outros pensam sobre o que eu faço, mas eu me importo muito com o que eu penso sobre o que eu faço. Isso é caráter.

Ninguém tem o direito de me julgar a não ser eu mesmo. Eu me pertenço e de mim faço o que bem entender.

Já me falaram que pra ser interessante tem que ser bonito, que pra ser bonito tem que ser magro, que pra ser magro tem que passar fome.
Já me falaram que para ganhar dinheiro tem que trabalhar, mas que pra conseguir um bom trabalho tem que ter sorte e que sorte não se compra no mercadinho da esquina.
Já me falaram que ter sonhos é bobagem, que sonhar muito é ocupação de preguiçoso e que preguiça faz mal.
Que Papai Noel não existe e que só acredita nele quem é criança e que ser criança é tempo finito. Já me falaram que o bom é o preto no branco, que usar preto emagrece e que roupa branca se lava com água sanitária.
Que dormir oito horas é o certo, desde que se deite às 10h e se levante às 6h, passando disso te chamam de desocupado.
Já me falaram que ler é importante, mas que leitura boa é aquela de gente inteligente e que parecer inteligente ta na moda.
Que ser educada é falar baixo, cruzar as pernas quando se senta e que permanecer sentado muito tempo interfere na circulação.
Já me falaram que escrever é terapia e que terapia é coisa de maluco.
Que ser feminina é estar sempre cheirosa e arrumada, mas que mania de arrumação é irritante. Já me falaram que homem adora mulher de unhas pintadas de cor clara e sem celulite.
Que a vida de solteiro é vazia e que a vida de casado enche.
Já me falaram que homem não presta e que amor de verdade é estória de novela mexicana.
Que romantismo é coisa do passado, que pra se dar bem a gente tem que jogar.
Fingir ser.
Fingir sentir.
Fingir sorrir.
Fingir mentir.
Fingir fingir.
Mas, falaram-me tb da importância de ser fiel a mim, de fazer crescer a crença em minhas convicções.
Falaram-me: RODRIGO, seja a senhor das suas opiniões!
Que não existem verdades inexoráveis.
Então, descobri que beleza de verdade é que ta do lado de dentro, que pra ser bonito basta se sentir assim.
Descobri que comer além da conta às vezes não faz mal a ninguém e que dinheiro não é o mais importante.
Aprendi que sorte é materialização do esforço e que o trabalho dignifica qualquer conquista. Descobri que sonho é como o sangue que corre nas veias e que ter preguiça é natural.
Que permanecer criança é tão importante quanto se tornar adulto.
Aprendi que ao preto e ao branco podemos misturar cores e fazer do mundo um arco-íris. Aprendi que não importa dormir 8 min, 8 horas ou 80 anos, se o que vale é estar acordado para os sinais que a vida nos dá.
Aprendi que ser desocupado é um tipo de ocupação que estabelecemos com o nada e que fazer nada também cansa.
Que todo tipo de leitura alimenta desde que nos remexa por dentro.
Que a inteligência da moda é aquela que nos permite entender e aceitar o outro como nosso irmão.
Aprendi que ser educado é demonstrar respeito.
Que gritar limpa o espírito.
Que pra circulação é bom fazer caminhada e que é pra frente que se anda.
Aprendi que caneta e papel em mãos é arma contra a melancolia e que todo mundo precisa de terapia.
Que de médico e louco tb tenho um pouco.
Aprendi que felizes são os malucos, pois eles são livres.
Aprendi que o que irrita é necessário e que até o necessário é prescindível.
Que esmalte escuro fortalece as unhas e que celulite é feminino.
Aprendi que o que preenche a vida não é seu estado civil, mas o recheio que escolhemos para colocar dentro dela.
Aprendi que o sexo masculino é sofisma e, por isso, sempre inconclusivo e inconcluso.
Aprendi que ser antiquada é bacana e que tb posso ser atriz de novela mexicana.
Aprendi que ser mau jogadoro não me torna necessariamente um perdedor.
Aprendi que o amor tb pode vir de mãos dadas com a dor.
Aprendi que não adianta forjar sentimentos, ensaiar sorrisos, maquinar mentiras ou fingir ser fantoche dos acontecimentos.
Aprendi ser EU, com todas as cargas, todos os pesos, todas as dores, amores e dissabores que ser EU me traz. Mas, ser EU, é divertido. Isso, ninguém me falou.
Aprendi sozinho...

A palavra coragem é muito interessante. Ela vem da raiz latina cor, que significa "coração". Portanto, ser corajoso significa viver com o coração. E os fracos, somente os fracos, vivem com a cabeça; receosos, eles criam em torno deles uma segurança baseada na lógica. Com medo, fecham todas as janelas e portas – com teologia, conceitos, palavras, teorias – e do lado de dentro dessas portas e janelas, eles se escondem.

O caminho do coração é o caminho da coragem. É viver na insegurança, é viver no amor e confiar, é enfrentar o desconhecido. É deixar o passado para trás e deixar o futuro ser. Coragem é seguir trilhas perigosas. A vida é perigosa. E só os covardes podem evitar o perigo – mas aí já estão mortos. A pessoa que está viva, realmente viva, sempre enfrentará o desconhecido. O perigo está presente, mas ela assumirá o risco. O coração está sempre pronto para enfrentar riscos; o coração é um jogador. A cabeça é um homem de negócios. Ela sempre calcula – ela é astuta. O coração nunca calcula nada.

Onde estão as pessoas interessantes?

Não sei mais o que fazer das minhas noites durante a semana. Em relação aos finais de semana já desisti faz tempo: noites povoadas por pessoas com metade da minha idade e do meu bom senso. Nada contra adolescentes, muitos deles até são mais interessantes e vividos do que eu, mas to falando dos “fabricação em série”. Tô fora de dançar os hits das rádios e ter meu braço ou cabelo puxado por um garoto que fala tipo assim, gata, iradíssimo, tia.
Tinha me decidido a banir a palavra “balada” da minha vida e só sair de casa para jantar, ir ao cinema ou talvez um ou outro barzinho cult desses que tem aberto aos montes em bequinhos charmosos. Mas a verdade é que por mais que eu ame minhas amigas, a boa música e um bom filme, meus hormônios começaram a sentir falta de uma boa barba pra se esfregar.
Já tentei paquerar em cafés e livrarias, não deu muito certo, as pessoas olham sempre pra mim com aquela cara de “tô no meu mundo, fique no seu”. Tentei aquelas festinhas que amigos fazem e que sempre te animam a pensar “se são meus amigos, logo, devem ter amigos interessantes”. Infelizmente essas festinhas são cheias de casais e um ou outro esquisito desesperado pra achar alguém só porque os amigos estão todos acompanhados. To fora de gente desesperada, ainda que eu seja quase uma.
Baladas playbas com garotas prontas para um casamento e rapazes que exibem a chave do Audi to mais do que fora, baladas playbas com garotas praianas hippye-chique que falam com voz entre o fresco e o nasalado (elas misturam o desejo de serem meigas com o desejo de serem manos com o desejo de serem patos) e rapazes garoto propaganda Adidas com cabelinho playmobil também to fora.
O que sobra então? Barzinhos de MPB? Nem pensar. Até gosto da música, mas rapazes que fogem do trânsito para bares abarrotados, bebem discutindo a melhor bunda da firma e depois choram “tristeza não tem fim, felicidade sim” no ombro do amigo, têm grandes chances de ser aquele tipo que se acha super descolado só porque tirou a gravata e que fala tudo metade em inglês ao estilo “quero te levar pra casa, how does it sounds?” Foi então que descobri os muquifos eletrônicos alternativos, para dançar são uma maravilha, mas ainda que eu não seja preconceituosa com esse tipo, não estou a fim de beijar bissexuais sebosos, drogados e com brinco pelo corpo todo. To procurando o pai dos meus filhos, não uma transa bizarra.
Minha mais recente descoberta foram as baladinhas também alternativas de rock. Gente mais velha, mais bacana, roupas bacanas, jeito de falar bacana, estilo bacana, papo bacana… gente tão bacana que se basta e não acha ninguém bacana. Na praia quem é interessante além de se isolar acorda cedo, aí fica aquela sensação (verdadeira) de que só os idiotas vão à praia e às baladinhas praianas. Orkut, MSN, chats… me pergunto onde foi parar a única coisa que realmente importa e é de verdade nessa vida: a tal da química. Mas então onde Meu Deus? Onde vou encontrar gente interessante? O tempo está passando, meus ex já estão quase todos casados, minhas amigas já estão quase todas pensando no nome do bebê,… e eu? Até quando vou continuar
achando todo mundo idiota demais pra mim e me sentindo a mais idiota de todos?
Foi então que eu descobri. Ele está exatamente no mesmo lugar que eu agora, pensando as mesmas coisas, com preguiça de ir nos mesmos lugares furados e ver gente boba, com a mesma dúvida entre arriscar mais uma vez e voltar pra casa vazio ou continuar embaixo do edredon lendo mais algumas páginas do seu mundo perfeito.
A verdade é que as pessoas de verdade estão em casa. Não é triste pensar que quanto mais interessante uma pessoa é, menor a chance de você vê-la andando por aí?