Coleção pessoal de Leticia-Camargo

Encontrados 19 pensamentos na coleção de Leticia-Camargo

Esse é o problema da dor. Ela precisa ser sentida.

Se aceito que me queres
E te digo que lhe quero
Não deves recear pelo afeto

Se te digo que te amo
E se me dizes que é recíproco
Não deves fugir dos sentimentos

Se te falo que te necessito
E responde-me que estarás lá
Não deves mentir e ir embora

Se te peço que não me machuques
E diz-me que não irá
Não deves fazê-lo

Se pergunto-te quando fostes sincero
E fala-me que sempre o fora
O que devo esperar de ti agora?

No começo era descrença
Ainda mais que isso, era indiferença
Não havia aceitação nem vontade
Por mais que houvesse melancolia

Durante era descrença
Que se tornou surpresa e medo
Apareceu a vontade e a excitação
Por mais que houvese medo

Depois era descrença
Regada por muita dor física e sentimental
Ocorreram as lágrimas derramadas e um sorriso
Por mais que houvesse o fim

Agora é descrença
Com muitas dores de tristeza e lembrança
Existindo coisas nunca contadas mas sentidas
Por mais que haja esperança

Sabe, quando você sofre uma perda, quando nós perdemos alguém independente de como aconteceu, a dor é quase física. Não, a dor é mais que física, ela se transforma em algo capaz de afetar mais que só você, ela afeta a todo mundo. E dói, dói como se não fosse real, como se não pudesse ser suportado nem esquecido, mas ela é partilhada entre todos os afetados. Esse machucado terrível não tem a dimensão que teria se fosse colocado sobre apenas uma pessoa. Você não sabe como é fazer uma pessoa sumir com suas PRÓPRIAS MÃOS, afastar ela de você. Então por favor, não me diga que seu sofrimento compartilhado é grande demais a ponto de te fazer cair, pois você e mais um grupo de pessoas perdeu alguém muito importante, mas ela, ela fez isso sozinha e não teve escolha e nem nada que pudesse fazer contra isso. Se você não consegue compreender, então não se sinta no direito de opinar, porque você não pode.

A dor de inúmeras dores
Latente e sobrepujante na vida
Sempre presente e onipresente
Inesquecível e viva
Que vai e vem no mesmo período
Que vai e vem você

Não há explicação mais óbvia e absoluta
Para aqueles que não vivem
Existência de loucura da alma
Daqueles que não as tem
Pois são os que vivem

Injusto julgar da maneira julgada
Situação seja qual for
Pessoa que se atreva a gritar "VIDA!"
Que peça que a tirem de si
Se nunca se viveu

Pode aquele defunto
Morto antes de viver
Agora morto em vida
Matar alguém?

Pode ele destruir o sólido
Manchar relações
Acabar consigo mesmo
Estando morto?

Pode este indivíduo
De existência deplorável
Após inúmeras mortes
Querer morrer
Ainda vivo?

Impossível amar aquele defeituoso
Nem por completo nem por metade
Assassino de oportunidades e virtudes
Vítima da própria mentira e fantasia
Culpado das situações e mazelas
Destinado consciente a ruína
E que agora vive
Dos restos dos restos

No mais profundo do pensamento
Renascido após momento de desamor
Pensamento sobre amar
Morre e mata mais do que se pode
Não dando espaço as palavras
Mantendo segredo doloso
Deixando a míngua dois amantes
Que nunca se amaram

Gostaria eu de poder inventar
Dentro de versos famosos e vontades literárias
O mundo de pasárgada
Onde cabe apenas a mim
A descrição

"Só é aquele que
Só esta
Só"

"O que é isso?
O indizível que tritura
Não escapa daqui
E não pode alcançar
Pra fora
Imutável, imóvel
Grosseira trapaça diária
Faz vazar meus canos
Subjuga e destrói o eu rúptil
E se entoca...some
Agora tudo se torna vazio
Novamente e com breveza"

"Ondas passam pelo meu corpo fechado
Consigo senti-las bater nos pés
E voltar melancólicas para os lábios
Minhas mãos estão frias
E ligadas a um coração desfigurado
Pulsante incansável
Mandando seus últimos suspiros viajarem
Perceberem o redor e responde-lo
Porém não há resposta mais insensata
Ingrata e gélida
Qual a que diz os olhos"

"Something inside me
Can be what get out now
I don't want it just go
If killed me inside and don't finished
Can't leave this soul
With nothing more than nothing
It wants die or live
Because we don't know"

"When the Sun goes down
The blood will rise on your hands
The darkness makes it clear after he falls
A smell of impure soul around me
But i can’t feel it, after die"

"Agora no auge da queda
Me faça odiá-lo com força
Faça-me querer vê-lo longe
Sendo gentil e calmo
Que me leva ao abismo da incerteza
Agora no final do pulo
Me faça poder permiti-lo
Querer vê-lo perto
Astuto e sagaz
Levando-me a loucura do amar"

"Escrever-lhe-ia um poema se o pudesse
Ler as entrelinhas apenas para ti
Poder amar-te sem ponto final
Garantir seu cheiro em meu ambiente
Sentir o roçar da pele como uma sinfonia
Como teclas do piano
A mais doce harmonia ao coração
Transbordando felicidade e mel
Tornando-se preto e turvo
Agora afogando meu ser sem salvação
Permitindo gritar-lhe uma morte silenciosa
Um adeus pelo vento
Que chega intocado
Como a mais bela harmonia ao coração"

Quero tornar-me tudo
E ser arte
Quero tornar-me arte
E ser tudo

Como ando só
Poeira no deserto
Dentro de todo o Universo
Sou vácuo
Passando sensações em linhas
E tentando sustentar-me nelas
Pudera eu apenas falar
Usar quem me cativa como minha folha
E nunca mais precisar escrever

O que é
a culpa?

senão a mão que
não existe mais
aguilhoando
o mesmo cão

senão o olho desse cão
que não existe
abocanhando
a mesma mão