Coleção pessoal de LeandrahCaramori

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Não adianta se negar, negar seus instintos. Ser inferior é abdicar de quem você é pra refletir em quem você nunca será.

Mesmo que os hábitos mudem, mesmo que um ou outro se destaque, ainda é incontestável a idéia de que a mulher vai ser sempre inferior. Digo inferior por causa das prioridades da nossa sociedade, na onde o mais forte tem o poder, na onde quem tem o poder define as forças.

Mulher sempre foi mais frágil, mais sensível e mais tantas outras coisas comuns de se notar num corpo feminino, mas não é questão de escolha, é questão de instintos.

Nasceu em 52, virou gente em 59, mulher do José em 70. Repugnou José, viveu com José, desafiou José e depois chorou por ele.

Hoje a noite ta calma aos meus olhos. Só o movimento da chuva que embala pensamentos vagos e apressados, que não se entregam por pensarem que não precisam intensificar como pensamentos. É o desenho da boca deixado na xícara com tinta de café, é o grito da vinheta clichê da televisão, dublagens tão artificiais como voz de telemarketing, fumaça do cigarro aposentado no cinzeiro que incomoda tentando chamar atenção. São meus amores fúteis tomando espaço no meu tempo. Passo mais uma noite em claro? Evito o papel em branco? Qual o meu papel? Esqueceram de me entregar o roteiro hoje... Basta sorrir e desviar a intenção de se destacar, deixar que o açude feito a partir da minha compreensão desmorone e deixe meu ego transbordar e se afogar nele mesmo

Não preciso saber o limite da minha voz pra poder gritar, não preciso consentir com o clima da tarde pra deixar de me suspender em sentimentos estrangeiros. É verdade clandestina que me intriga, é mentira clichê que me surpreende.

Não sou livre, mas tenho liberdade pra pensar que sou.

Não suporto pensar que ainda estou presa a mim, prisão perpetua de carne e cigarros. Pulmão defumado. Coração diabético.

Eu não rezo, eu viro mais um copo.

Eu não procuro direção, eu me entrego a mim mesma.

É tão pequeno o presente quando avaliado o que já é passado...

Livre de tentações, vivo a margem do meu próprio ego. Sobrevivo a cada momento sem nunca pertencer a nenhum.

Me desculpem, eu não consigo ser mais clara que isso, na verdade, eu não quero ser mais clara que isso.

Eu realmente não consigo pensar em ser contra a legalização, talvez pareça confusa e pouco objetiva. Mas me cansa toda essa idéia de vida, sendo que a própria vida, já viva, não é vivida!

As vezes chego a pensar, por intervenção de raciocínio subconsciente, que se fossemos todos hermafroditas, o aborto nunca teria sido proibido e não pelo motivo maior de sobrecarga do mundo, mas por motivos em que a censura do sabor não existiria por saber que o modo de degustar seria o mesmo.

Se tratando de aborto, o assunto não é subjetivo e não digo isso pela aquela velha história de “vida interrompida, é assassinato e ninguém pode contestar”, digo por envolver questões políticas, éticas, morais e principalmente teológicas.

Deixar que meu maxilar defina a direção do meu sono e me ver como uma caverna inabitável, na onde o único lobo que me apavora, me deixando sempre desperta para as minhas insanidades, é o que uiva rente aos meus tímpanos, com hálito quente nos meus ouvidos... De dentro pra fora.

Essas são as minhas horas de chorar letras, de encharcar o meu redor com frases, verbos e rimas só pra chamar atenção. De resgatar o que eu absorvi e que embolorou, tirar as manchas esverdeadas e me preparar pra uma nova congestão, vomitar e comer o que saiu inteiro, respirar a fumaça que saiu em pânico do meu cérebro em pane.

Assim como o choro, que expele os excessos do ego de forma liquida, as palavras brincam com uma forma de chorar a seco pra não molhar o papel.

Dona da casa dos pesares que faz feira na segunda, a primeira não se lembra, a quarta vai pra quinta dos infernos. Sexta dos sentidos, das garrafas ao pé da mesa, não há comentário que espere, não há oração que o guarde, não há sentido que o disserte, não há sapato que a calce.