Coleção pessoal de Lalice

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⁠Oh, sim, eu estou tão cansado
Mas não pra dizer
Que eu não acredito mais em você

⁠Eu presto atenção no que eles dizem
Mas eles não dizem nada

Atormentada vida

Andava feliz
Muito feliz
Mas tinha algo
Tinha algo no caminho
Alguma coisa no caminho

⁠Querer

Queria querer
o que quero
Queria fazer
o que quero
Queria saber
o que quero
No momento
só quero

À deriva

Se é amor,
eu não sei.

Só sei
que amo.

Amo com amor.

⁠Padecida flor

Noite escura,
Levai-me deste mundo,
Pois nestas terras
Nada me resta.

Oh, grande amiga!
Morte companheira,
De sofrer já basta,
De viver não vivo mais.

Confissões de uns olhos

Seus olhos
Instigantes
Um doce toque
De tempestade

Sua superfície
Suave
Deseja mostrar
Tantas profundezas

Sua alma
Acalma turbulenta
A pele sensível
Ao calor ardente

Contraditório

⁠Triste, triste,
Confuso,
Feliz.

Uma hora,
Devaneio em pesadelo.
Outrora,
Em nuvens passo adiante.

De que forma instável
Poderia eu
Ser formado?

⁠Uma luz em seus céus

Escuro céu
Abriga um brilho
Brilho passado
Anos de distância
Apenas uma luz
Em seus céus

Universo ábdito
Traz uma poeira
Poeira estelar
Substância da vida
Apenas uma luz
Em seus céus

Estrela compacta
Funde matéria
Matéria nuclear
Dimensões deformadas
Apenas uma luz
Em seus céus

⁠Tempos planetários

Parado,
Tudo observo
Nada compreendo
Onde estou?
O fim, o fim, o fim.
Tímido chegou
Mas já se apressou.
A vista
Claramente escura.
O que houve?
Um passageiro:
O tempo.

Tão distante, parece o fim

⁠A marca perpétua e árdua da vida
Deixou de lado toda alegria e emoção
Machucou infinitamente a superfície
Depois cravou o fogo sobre o sangue
A dor da chama quente ardente
Muito maior que a perda da própria vida
Não pode ser mais curada
Todas as feridas permanecem abertas
E somente a morte pode salvar da dor

⁠Lentamente

Lenta
Solenemente
Toco tua pele
Descubro tua mente
Sensível reage
Inconscientemente

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia

Meu eu barulhento

Ei, eu!
Poderia ficar em silêncio?
Só quero sossego.

Morte, heroína do fim

Em meu lar, uma cobra
Rastejando humilde e lenta
Arrastando um rato e sua sobra
Rato que, pela própria vida, não lamenta

A solidão da vida
Carregava sua carcaça já decomposta
Facilitando apenas sua ida
Acompanhada da morte feliz e disposta

Salvação que chegara no lar
Onde uma deplorável mente morava
Sozinha e sem lugar
Enquanto com o fim caminhava

⁠Vizinhos: Música country na casa ao lado

Já passava da meia noite
As botas batiam as solas no chão
O som do banjo soou alto
Um chapéu voou rumo ao sertão

Com seu cinto afivelado
O vizinho não pôde se conter
Ergueu logo seu laço
E seu quadril começou a remexer

⁠Pensamento

Penso, penso, penso.
Todo o tempo, penso.
Mas qual tal motivo?
Se não fosse tu,
Não seria pensamento.
Penso, penso, penso.
Tu és meu passatempo.

⁠Sintonia

Lembro-me!
Olhava os astros contigo,
Cantarolava melodias sem sentido,
Éramos apenas sintonia.

Nosso amor
Pela superfície era tímido,
Mas nas profundezas estava contido,
Éramos apenas sintonia.

Olhos mar, mar
Escondes nas profundezas
As ondas do teu olhar

Olhos mar, mar
Abras o caminho
Para eu navegar

Olhos mar, mar

Café é uma criação divina de Dionísio para os sóbrios.