Coleção pessoal de keylafogaca

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A. de amor

Sinto a sua presença tênue
Quase que em esboço
Na nuvem que passa
Corrida no azul.
Em mim está
Como nota tocada,
A cada segundo respirado,
Numa madrugada acordada,
Em um amanhecer dourado,
No entardecer rosado.
Mesmo que nossos sonhos
Distantes estejam,
A verdade sobre o amor cai
No revérbero que não desvanece
Jamais.
A sua canção é doce,
misto de mar e paz.
A sua pele é seda clara,
Convida o meu sentimento
Que emerge em açodamento,
Voa como borboleta
E amerissa na flor.
Ah, esse amor meu!
Deveria ser fincado
À placabilidade
Mas teima
Em ser desvairado.

A casa dos sentimentos

Eu sou uma casa
E abrigo os meus sentimentos.
Às vezes um invasor não bate à porta,
Simplesmente entra,
Aconchega-se na cama macia e vermelha
Que pulsa na cavidade
Do peito.
Deleito-me em devaneio a sonhar
Com a possibilidade de novas aventuras
Com o forasteiro
Encontrar.
Oras,
Por que não sossega e fica de vez?
Um bom intruso sabe como permanecer, mas...
Eu sou uma casa móvel
E abrigo os meus sentimentos
Hora dispersos, mas sempre inquilinos fiéis.
Dentro de nossa mansão particular
Há recortes de uma vida,
Há lembranças,
Algumas delas nunca vão embora
E basta que o antigo e primeiro residente
De encontro ao imóvel ambulante
Abrace-o com brando sorriso
E luz emanando dos olhos,
Para que o presente seja passado
E o passado seja novamente o presente.
Eu sou uma casa,
Abrigo os meus sentimentos
E não há hoje
Que possa perpetuar
Enquanto latente
Em mim
Durar.

Tenho medo desse medo
Que pode afugentar
O signo da liberdade
De elemento ar,
Aquele que anseia pelo espaço
E desfaz de qualquer nó
Que planeia apertar
Nada sou de concreto
Para ameaçar,
Apenas uma ave rapina
Abrindo asas aladas,
Vislumbrando a terra, o tempo
E espreitando a hora certa
De pousar
Tive o mundo nas mãos,
Caronas para viajar,
Malas quase prontas,
Cheiros longínquos a me esperar
Mãos estrangeiras
Querendo os meus dedos cruzar,
Nas Alvenarias de Portugal
Eu poderia chegar
Mas aonde fui parar
Com esse desejo
Que custa a cicatrizar?
Talvez seja uma queloide
No dorso do peito
Que jamais fechará
De olhos fechados
Quase sempre,
Lanço-me em vastos campos
De flores raras,
Vejo-te alba
Com a alma da borboleta a bordejar,
Surtindo como doce efeito
Entre nuvens de sonho
Fazendo o meu coração
Abrandar
Eu não quero conflitar
Ou ser como uma teimosia
A desatinar
Mas o amor é algo que não se estanca,
Pondera-se
Com o desejo permanente de cuidar
Mesmo que sendo fuligem solitária
Da maria fumaça que passa,
Ele jamais deixará de amar.

Ano novo

Um novo tempo para romper,
Um novo tempo para florir,
Um novo tempo para crescer,
Um novo tempo para seguir,
Um novo tempo para nascer,
Um novo tempo para viver,
Um novo tempo para transcender,
Um novo tempo para aquecer,
Um novo tempo para amar,
Um novo tempo para sentir,
Um novo tempo para permitir,
Um novo tempo para sorrir.

Respeitemos aos idosos

O idoso é aquele ser que está prestes a nascer de novo!
Em seu rosto, cada marca que traz, revela uma estrada percorrida;
Uma alegria, um sofrimento, um filho criado, um neto formado...
O idoso é uma árvore de sabedoria e bondade;
É aquele que sabe lhe acarinhar diante suas necessidades.
É aquele que vai lhe dizer:
_ Não siga por esse caminho, você não se dará bem! Eu já vivi isso!
É uma fonte de vida inesgotável embora muitos pensem o contrário.
O idoso é aquele ser que está mais próximo de Deus, assim como as crianças!
Ele tem sempre boas histórias para contar.
Viveu em épocas melhores, ou piores...
Época de boas colheitas, nazismo ou ditadura...
Ele saiu vivo e ficou para a semente, sempre dando bons frutos.
Se não houver mais idosos em nosso planeta
É sinal de que o ser humano não está vivendo nada bem!
Mas graças a Deus teremos muitas cabecinhas brancas e floridas
Para nos contagiar de alegria e paz.

Quando sentir que o coração está se preparando para entrar em luto...
Esqueça quem o matou, assim ele ascenderá ao jardim do paraíso, em pedido de paz, erguendo uma bandeira branca.

Socorro!
Quem poderá salvar um coração, que perdido, pensa estar adoecido?
Quem poderá segurar esse coração com mãos firmes,
Sem deixar que ele escape por entre os dedos?
Ajudem o coração, que desatinado, saiu em busca do vazio
Para se alojar em um peito desconhecido.
Abrigou-se em vagas palavras, no breu da solidão...
E de tanto pular, correndo o mundo afora...
Deixou pequenas gotas de sangue semeadas pelo chão!
A Terra seca, compadecida, resolveu ajudá-lo:
_ Pobre Coração, sua dor se tornará extinta!
_ Verdade?
_ Sim. Olhe para mim! Estou começando a florescer!
_ Que beleza!
_ Não percebe? Do seu sangue germinado no fundo da minha terra, nasceu a Rosa Vermelha.

A gente quer ter o mundo nas mãos. Às vezes só fazer parte dele já basta. O tempo que o mundo nos oferece é precioso!

Ao poeta e político Benedicto Monteiro


A força das águas inunda de beleza a Amazônia. A Terra Molhada, caída, traz a lembrança dos que partiram, mas deixa também o cheiro da saudade, a saudade cristã, aquela saudade que vem com Deus, provedor da natureza, do Alenquer, das barrancas, da poesia e da rede dos pescadores no Tocantins.
A força da amazônia traz a voz dos cantores perdidos, traz o grito da esperança, traz a alegria dos filhos paridos à beira do rio... filhos tantos de Botos que se perdem na correnteza! Filhos que crescem na fantasia dos curupiras e vão amadurecendo indo embora no Carro dos Milagres!
A Amazônia é a força e todos os filhos molhados e tingidos pelo seu verde, no coração da mata, são tingidos também pela alma dos poetas inusitados, dos diplomatas e dos heróis não combatidos, dos políticos honrados guardados no chão de Belém, um horizonte sem fim.

O que Vinicius de Moraes cantaria em acalanto a Darlene Glória

Aqui em Paris vê-se as folhas de outonos caídas ao chão, e quando muda a estação entrando o inverno, já é verão na terra de Tupinambá. Terra de viçosas palmeiras onde deixei à espera a minha eterna Ipanema, onde todos os casais, encontram-se, em êxtase constante, apaixonados, assustados, entrevados, ao medo de serem exilados. Nos jazigos empoeirados dos seus mortos inocentes, as poeiras se afastam dando espaço para o sol sair da sua nascente, adorando a mulher amante, ofegante! E os meus olhos marejados passeiam na vontade de amar o solo fértil da minha terra brasileira com a sua música faceira. O samba das brancas, da moreninha, da loura e da pretinha! É, Toquinho, meu camarada! Vejo quase distante, à paisana, com a sua beleza estonteante, musa feminina, quase angelical, em sua glória magistral. Bem apessoada essa mocinha chamada Darlene Glória! Furacão! Estrela do mais novo cinema nacional.
Tonzinho, querido, peça ao Baden que soletre em acordes a poesia da mulher amada!
Glorinha, bonitinha, as suas mãos pequeninas cabem em minhas mãos que hoje estão tão sós escrevendo versos aos amigos queridos.
Filha minha, creio que por aí esteja difícil de passar A banda do Chico... E aqui, visto-me em saudade!
Tão logo retorno ao Brasil, mas antes, conte-me da sua arte.

A paixão é uma coisa que acontece de repente, prendendo-nos em sua chama, envolvendo-nos, até mesmo nos tirando o chão. Por vezes é perigosa, por vezes é mais branda, depende da personalidade de quem a sente! Aí vem o amor, mais tardar o amor... Logo mais quando tudo já é passado! Há a lembrança daquela paixão que tocou o fundo do nosso coração e nos fez respirar mais forte! Por vezes podemos vivê-la, algumas horas, não! Quando nos é permitido, quando nos aceitam e nos aceitamos, ousamos arriscar! Quantas vezes nos apaixonamos até encontrarmos a pessoa certa? E quando encontramos muitas vezes não podemos viver! Ou se vivemos não sabemos entender! E se entendemos queremos crescer... Na paz, na esperança... No bem querer!

Por el amor perdí la cabeza!
¡Ella está aquí!
¡Sí, aquí!
¡Ella es una artista! ¿Quién es ella? ¡Mil caras!
Ángel ... ¡Mujer que vivió el dolor!
¡Es la falta de mi piso!
¡Pero es mi paz!
¡Al mismo tiempo, es la calma que viene a mi alma!
¡Una repentina tormenta de amor!
Yo la conocía de antes, pero era sólo la estrella de mis sueños.
Yo sólo sabía de sus características en fotografías. ¡Eso es lo que podría tener!
¡Solamente las fotos!
¡Sólo los artículos de su fama. Viví mi infancia en el conocimiento de amor por ella. Sonriendo ... ¡Feliz!
Perdiéndome en tantos juegos con otros niños...
¡Pero yo era una chica diferente!
¡Me gustaba jugar! Pero también me gustaba leer y ver películas culturales de cine brasileño.

¡Yo me crié! ¿Y ahora?
El amor existe en los diferentes espacios... ¡En el tiempo!
¡La religión separa la humanidad, separando el amor!
¿Y la fe?
¡La fe es independiente de la religión, se une a la gente!
¡Un prejuicio es capaz de herir el amor!
¡El juicio es capaz de destruir un sentimiento!
Duermo y sueño con ella y ella es muy querida.
¡La señora actriz!
¡Una mujer diferente!
¡Nunca voy a hablar de este amor!
¡Él va a morir conmigo!
Él será suavizado por nubes blancas que pasan en el gran cielo.
¡Ah, mi preciosa!
¡Mi ternura! Mi amor!
Yo no duermo porque sueño despierta...
Adiós, mi querida! Me enfrento a dormir!
Hasta hoy!

Amor, amor, amor...

Agora dormes no silêncio
Da chuvosa madrugada...
Ao cheiro da terra molhada!
Acorda!
Encorajar-me-ei na esperança
De livre
Emaranhar-me em suas mãos perpétuas!
Encontrar-me-ia no afago dos seus braços
Se nada fosse errado!
Songes et mensonges
Apenas!

Eu sou artista!

Eu amo, desamo
Armo, desarmo
Beijo, esbofeteio
Mostro os dentes em alegria
Abro a boca pra chorar!
Galante, atrevida!
Sou louca, santa...
Destemida, medrosa...
Aventureira...
Dramática...
Múltiplas faces!
Sou artista!
Pedalando na vida...
Encenando!
Levando flores e sorrisos
Mágoas ou tristezas...
chorando o canto...
vivendo histórias...
colorindo sonhos...
Imaginando nuvens!
Sou artista
Com o violão componho!
Sou escultura?!
Esculpida por erros, acertos.
Sou artista!
Homem, mulher!
Garra de pai...
Seio de mãe...
Mente livre!
Sou artista!
Independente!
Dona de mim!
Tiro o chapéu...
Abraço o sol!
Danço na chuva!
Pinto a folia
E da arte sou cria!

A vida é feita de pequenas delicadezas e sutilezas!

Eu te amo

Eu te amo porque sou artista!
Eu te amo sem que saibas!
O amor, em chamas, permanece
Em mim!
Eu te amo sem que notes...
E tudo eu faço...
''Apenas que te agrade''...
Eu te amo dentro da eternidade
No alvoroço do dia...
No silêncio da madrugada!
Eu te amo, simplesmente...
Com o intuito, latente,
De morar em teu peito
Extravasando a razão...
E sem dó ou compaixão
Rasgo-me em felicidade!
Como um livro de página marcada!
Na quietude da alma...
Eu te amo de forma clara!
Como retrucar este amor?
Ele vive no presente
Com a esperança no futuro!
Eu te amo calmamente!
Às vezes de forma desesperada!
Sem que o sono chegue...
Eu anseio ver o nascer da alvorada!
Eu te amo...
É fácil dizer!
E não queiras saber
Se é para ti esta verdade!

A chuva chegou levantando o cheiro da terra; inundando mares.
Para uns a chuva é poema, para outros, tragédia anunciada. Mas chuva é mãe! Piedosa, chega no leito do sertão, nutrindo o chão.
Chuva:
Lágrima filtrada! Forma poças que logo são pisadas. Com o vento segue o fluxo arrastando para longe a mágoa, e surge, de repente, de forma branda, no peito de quem ama, no colo da mulher amada.

Apaixonar-se. Apaixonar-se! Apaixonar-se?
A palavra: entrelaço.
Pernas, bocas, braços; de conjunto viram forma única.
O que distante está de nossas mãos pode se tornar certeza.
Quando há destino; quando há a paixão cármica enlaçada ao amor;
Pode custar, demorar a acontecer...
Mas uma hora não se poderá mais fugir.
O destino empurrará para o caminho certo.
A paixão cármica cerra os olhos para tudo o que a mente condena.
O errado vira certo.
O certo se transforma em beleza concreta.
As pernas, as bocas, os braços de outrora
Harmonizam-se e completam-se
Ainda que distantes geograficamente.

Há um momento em que precisamos parar para refletir sobre o amor que damos e recebemos.
É sábio amar, porém, este amor só tem validade se as suas ações forem realmente prestativas e leais, senão, é amor enganado; ou melhor, não é amor.
Hoje digo:
Amo mais do que ontem. E amanhã, sendo outro dia, obviamente amarei mais.
Você é parte de mim, parte de um todo. Talvez, sendo parte de um sentimento tão forte, seja uma pessoa privilegiada e eu também.
Dizem que o amor é um sentimento natural nascido dentro da gente. Sim! Somos filhos de Deus, nascemos com a semente. Outros dizem que não há como diminuir ou crescer um sentimento já existente. São cálculos e pensamentos de terceiros. Mas cada um sabe de si e como é nutrido esse amor. Meu pensamento é que se cultivado, ele floresce; e se o deixamos de lado, ele adormece. Morrer, seria algo muito primitivo. Somos mais nobres!

Silêncio do amor.

Tudo acontece!
Mas como a gente pode imaginar que com a gente?
Há quantos anos vejo você?
De quando te vi com tamanho encantamento
E você se espantou;
Lembra-se?
E agora, em silêncio, sigo.
Assim, seguirei pela eternidade,
Sentindo o mesmo amor.
Dentro do peito é extravasado,
E na vida, calado.
Eu te vejo e a sua imagem é a de antes.
Como outrora,
Onde as fotos eram em branco e preto.
Nada enxergo que te modifique.
O mesmo semblante.
Tudo no mesmo lugar.
A mesma forma, a mesma ternura...
E eu sempre a te olhar, talvez perceba.
O tempo chega, o único inimigo.
Atroz, feroz, às vezes quer fazer as pazes
Com o hoje.
Mas ele sempre está correndo.
E é a única coisa que não deixa de passar.
Mas ainda assim,
Você, em sua timidez, com uma beleza tênue,
Arranca-me suspiros, até,
Quando repouso a mente na delicadeza
da imaginação.
Uma paixão completamente contida.
Abençoada, sacramentada em meu eu,
E não nasceu no agora.
Ela, do passado, renasceu no presente.
Jamais será dita para não ser condenada.
Aproveito, à maneira que posso, ao lado seu.
Vendo-te como uma luz infinda ao cantar.
Sempre a despertar;
Sempre a nascer;
Sempre a viver!
E eu, buscando crescer.
Passando, com o tempo...
Até que, com o mesmo tempo, eu possa transcender
Em nuvens de sonhos,
Em sonhos de sono,
Em sono de leito,
Em leito de morte,
Em morte de vida.
Além!

(Poema inspirado no filme Ensina-me a viver)