Coleção pessoal de keylafogaca

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A paixão transforma as nossas emoções. Quando podemos vivê-la florida, o coração vira morada de borboletas que dançam carinhos no ar.

Um pouco da Leila Diniz que em mim há

Quem disse que eu quero que mude
A sua vida para comigo ficar?
Sobre hipótese alguma
Desejo que se desfaça do lar,
Espero, apenas, que possamos
Desfrutar,
Ah!
Entre redes, longe de tudo,
Um pouco de calma
Para podermos descansar
Dessa vida agitada
Como as ondas do mar,
Nos braços entrelaçados,
Exaustos de tanto amar!
Sei que não busca aventura,
Tão pouco eu hei de buscar,
Enquanto isso
Aproveitarei a chance
Para em seu corpo morar,
E quem sabe
Por conta própria
Decida um dia
Em mim pousar.

Se um dia
Depois
De um tenebroso
Inverno,
De um luto
Doloroso pela
Partida de um grande
Amor
A alma
Resolver se encontrar
Novamente
Em um novo sentimento,
Viva!
Sobretudo,
Sem culpas,
Pois o que é da eternidade
Jamais se apaga
E não condena
O seu modo de viver!
O verdadeiro amor
Liberta para ver feliz,
Abrace então a felicidade
E se não for possível
Ter diante do seu coração
O motivo do seu despertar,
Continue seguindo
E deixando as pegadas
Pelo caminho,
Pois um dia, não muito tarde,
A vida recomeça.

Eu vi o sanhaço
Beijando a flor
E ele me confidenciou
Que era a mim
O gesto de amor.

Eu quero lhe desejar
Um bom dia
Todos os dias,
Com essa vontade
De dizer coisas bonitas
Em cada amanhecer

Mas guardo em silêncio
A gratidão a Deus
No coração

Pelo pouco que
Desfrutei de sua presença,
Foi uma bênção,
Uma forma de oração.

Como fazer para me aproximar?
Tentei de maneira sutil
Mas não obtive uma resposta
Que calasse de vez as ideias
Do coração

Há uma grave distância
Que não me permite ir além,
Entrega-me sucintas palavras
Que não me deixam chegar

Torço para os encontros
Que a vida provém por acaso,
Pois assim, ainda que rápido,
Entro em seu abraço

Já não me cabe tanta saudade!

Morro de amor todos os dias,
Ressuscito a cada manhã
Com a esperança
De brotar em sua vida,
Perpetuar em seu corpo
E por fim continuar viva,
Cálida
Em seu perfume de rosa.

Vou-me embora para Alentejo,
Buscarei as minhas raízes,
A luz do fado em Portugal,

Ouvir Amália Rodrigues
À beira da fonte de Évora,
Depois viajar
Pelo parque natural
De Bragança
E logo uma andança pela
Capital,
Centro histórico
Do verdadeiro Paço Imperial

Lá está a minha história,
Onde guardo o meu brasão,
Depois vou para o Vale do
Rio Nabão

Volto a Lisboa,
Setúbal,
Em Chaves hei de lembrar
Da ponte de Trajano
Sobre a via Bracara

Talvez, longe de tudo,
Esqueço do amor
Que era um ideal,

E assim, com os pés gastos
De tanto caminhar,
Repouso em Tavira,
Amanheço em povoados
De Elvas, com a alma
Toda Celta,
E abro os olhos para
Recomeçar!

Acabei de ver uma pequena coisa acontecer, pode ser que seja nada, mas para quem ama, tudo pode ser.

Respeito: ato ou efeito de respeitar(-se), consideração, deferência, referência.
A palavra respeito vai além do que anuncia o dicionário. É, sobretudo, calar-se quando nada pode ser dito, é pensar nas consequências das suas ações, é proteger quem se ama independente dos seus próprios sentimentos, até mesmo quando sufocados por um nó na garganta.
A gente descobre o que é respeito quando se coloca no lugar do outro e, principalmente, quando ama, porque o amor nos faz enxergar que nem sempre tudo pode ser do jeito que se almeja, então nos resta apenas a resiliência.
O mundo anda tão egoísta que a humanidade se esqueceu desse significado.

E se você soubesse?
Queria tanto
Que soubesse
Do sentimento
Que nasceu em
Meu coração,
Mas não há forma
De dizer,
A razão desfaz
A emoção,
Desejo que esteja
Sempre no ambiente
Como um facho de luz
Banindo a escuridão,
Já entrou o outono,
As folhas
Puseram-se ao chão,
Findam os dias de canção
E o meu amor vem crescente
Como o sol de verão.

Prosa de mãe e filha,

É tão pequenino,
Ainda não sou capaz de sentir,
Mas algo pulsa dentro de mim,
Cresce, mexe,
Mexe e cresce,
Descobri!
Afagos na barriga sem fim,
Quarto rosa?
Amarelo? Lilás?
Eu não sou tradicional,
Talvez erva-doce,
Ou leve tom chá,
Tudo deve estar pronto
Para o seu nascer,
O novo despertar.
Arcos? Lacinhos?
A hora do banho,
Quem irá me ajudar?
A vovó, atenta,
Aos primeiros passos
À mamãe de primeira viagem
Aconselhar.
Vem o embrulhinho
Como um pacotinho
Trazido pelos braços do pai,
Chora criancinha, faminta,
Já sabendo aonde poderá se alimentar.
Mamãe, os meus pequenos olhos estão abertos,
Nada dispersos
E mesmo sem muito enxergar
Conheço o seu cheirinho,
Em seu colo eu quero me ninar.
Eu estava acostumada
Com a água morna,
Lugar em que me carregava
Antes de eu chegar.
Portanto, não se desespere se eu estranhar.
Deixe-me assim, embaladinha,
Toda rosada,
Ainda em posição fetal,
Há nove meses
O seu corpo era a minha casa,
Já vou crescer,
Cresci!
Faço pirraça, subo nos móveis,
_Filha, desça daí!
Perdeu os primeiros dentes,
Farei um cordão,
Nossa, como está comprida, menina!
Mãe,
Quero mochila nova,
Compra um caderno?
Um quarto de princesa?
Um livro encantado!
Quero uma festa.
O dever será em casa,
Vêm as amigas!
Filha,
Você se lembra daquele dia?
Boa noite, mamãe,
Não tranque o portão,
Volto tarde!
Cuidado filha,
Não se demore demais,
_ Esse é o meu namorado!
Mas já?
O nome dele é João,
E o que faz?
Ah, mãe, ele surfa.
Tudo acabou...
A fase da desilusão.
Filha, isso passa.
_ Ele partiu o meu coração.
Mamãe está aqui.
Mãe, ligue para os salgados,
Por favor!
A festa de colação.
_ Que orgulho, querida!
Marcha nupcial,
Papai me leva no altar.
Estou aqui, minha filha,
Para o que precisar,
A casa vazia,
Álbuns para recordar,
E mais tarde mesa
Cheia de bolos, doces e gostosuras,
O primeira neto está por chegar.
Qual será o nome?
O que iremos aproveitar?
Boa noite, vovó,
Até mais, mamãe!
Eu ligo pra senhora
Pra marcamos o jantar!

Aniversário quase sem rima

Nasceu a estrela guia
Depois do menino Jesus.
No último dia do ano,
Anunciando flores,
Tantos outros nascimentos,
Parte de um grande começo.
Nasceu a menina faceira,
Jogando tudo pro ar,
Fazendo pirraça e cara feia
Para a mãezinha que só sabe amar.
Pequeno botão
Aprendendo a viver,
A ser.
Reluz sorrisos ao brincar,
O fraterno amor
Já sabe entregar.
O coração foi o primeiro
A se formar,
Latente e ativo para a vida futura
Comemorar.
Dia 31 de dezembro ficou para trás,
E o ano acordou.
Até mais tarde!
Logo mais um fim de dezembro
Despontará
E a garotinha aniversariará
No dia em que o mundo
Solta fogos para o novo ano
Começar.

Minha alma se veste de luz,
É tempo de oração.
O amor se faz presente
Como se fosse uma estação,
Posso dizer que como o verão
Que aquece o coração.
É dia de transformação,
Peço que sejamos pessoas sãs,
Mas que sejamos, também,
Pés fora do chão,
Pois assim podemos ir alto,
Sonhar...
E desejar que em algum lugar,
O melhor de nós e dos outros
Habite.
Quisera eu ser uma ave de rapina,
Com voo silvestre longínquo
Em campos e montanhas,
Para de cima
Olhar-te, cuidar-te...
DEUS não me deu asas,
Apenas pernas para caminhar,
Quem sabe com passos serenos,
Até mesmo na eternidade
Eu consiga um dia te alcançar,
Pois a alma, mesmo que não tenha asas
Pode levitar.

Amo-te de forma quieta como o orvalho que chega numa manhã acesa de verão. Distante de sentimentos vazios, estou.
Raios de luz emano à sua vida. É porque eu vou além, muito mais além... Porque amar é viver se doando a alguém.

Hoje o dia está
Tão triste
As folhas dançaram
No arvoredo, na praça
Do Leblon,
O vento foi forte
Mudei tudo de lugar

A chuva foi fria,
Abalou
Os meus sentidos,
Pus-me a chorar

Resolvi então,
Na quietude,
Fazer canção
Que pudesse acalmar
O coração
Doente, dormente
Em pedaços, fragmentos...
Um Holocausto da paixão

Hoje o dia está cinzento
Alagou tudo aqui
Dentro de mim
Quero o gosto da sua pele
O cheiro calmo da sua cor
O abraço firme da sua dor
A ternura na face, de um beijo
Que me faça relembrar
O antigo amor.

MEDO



Medo emblemático paralisa,

A gente não anda, desliza

Medo de tudo o que agita

Medo daquilo que desvirtua,

Medo do que atiça



Medo do abraço,

Medo que até irrita

Medo do entrelaço

E também da mão amiga,



Medo,

Como os medos que se erguiam no cangaço

E medo ''inté'' das águas de março



Medo do que fica,

Medo do olho que fita,

Medo do silêncio

E das respostas -



O medo

Faz-nos olhar o relógio,

Faz-nos desligar a música

Medo da lembrança, medo



Esse medo da certeza

E de vislumbrar o futuro

Abrindo mão de uma vida

Para tragar outra vida



Naufrágio certo?

Quem sabe!



Medo,

Logo cedo

Borrão que enche de anseio

A alma aflita



Medo que degenera, que mastiga

Medo daquilo que instiga



Medo do desejo,

Medo do novo beijo,

Medo de uma flor

Cuja beleza surgiu das curvas

De um duro chão,

Medo da próxima estação,

Medo de acelerar o coração



Medo,

É só medo...



Medo da curva do rio,

Do vento no rosto

Que sopra do mar,

Medo...

Medo de amar.

POEMA INSISTÊNCIA



Amo-te tanto como o canto de soluço e pranto

Amo-te ainda na pungência de uma calma condolência

Ainda no silêncio da resposta transcendente

Amo-te loucamente tendo os olhos rasos de esperança

Numa dor que alucina, na saudade que agonia

Tenho sede de contentamento na certeza descontente

Amo-te simplesmente dessa forma insistente

Como aquele que se veste da mulher amada

Amo-te de forma desamparada

Como um apaixonado sedendo por colo

Como a criança triste que feriu o pé

Onde está a virtude se eu te amo da forma

Que alcança a infinitude?

Já não sei da razão, eu queria mesmo o desejo são

Dimensiono o esquecimento mas a persistência é como um calor

Que aquece o peito cheio de amor

Eu não tenho respostas,

Encontro sua dureza quando anseio pelo afago de sua mão

Amo-te como um ninho sozinho, aquele sem o passarinho

Que voou, voou e alcançou o céu

Vejo-te como uma caixa de surpresas

Hora sai braveza, hora sai leveza

Será que uma hora sai amor?

Amo-te almejando a desistência mas a teimosia da adolescência

Permanece na insistência.

ANDRÉA E A SUA MENINA

Menina dos olhos,
Pupila que ilumina e salta o coração
Da gestora que vê
Lá vai a mãe atrás da sua pequenina
Ainda sem muito saber o que fazer,
Arquinho, maria chiquinha,
O que de melhor há de ser?
Vestidos, sainhas,
Nenhuma noite despreocupada
Depois desse nobre nascer
Tecendo fios de sonhos,
Lá vai a mãe descortinando,
Vendo a sua garotinha crescer - pelo fio do tempo -
Os álbuns mostram a mão na barriga,
A esperança, os entrelaços,
Os primeiros sorrisos e passos
O amor se expande,
Enquanto segue rumo ao novo
Entardecer,
Como a ciranda cantada
Citada em um céu de estrelas
Fazendo a moçoila adormecer
Lá vai ela, deixando a boneca
Trocando as pequenas palavras
Por eu quero - eu vou!
Aí vem a teimosia,
As novas fantasias,
Mais dias sem sono,
Menos paciência para brincar -
A mãe que tudo facilita,
Com o elo de um amor humano
Entre as suas folhas de outono,
Deixando os seus rastros no chão,
Abre-se ao frio da próxima estação
Com o medo do futuro e da solidão
Mas logo desponta a primavera
Com suas flores, cores e a fita
Da mocidade

Agora, a mãe e a filha, mocinha esguia,
Juntas se fitam, tramam enredos,
Desatam saudades,
E...
Logo mais vêm os netos,
Os filhos dos netos,
Os novos retratos,
A próxima geração -
E tudo passa, passa
Menos a recordação.

A vida segue
E quando o coração
Propõe-se a esquecer,
Ele esquece.
Todas as estações
Terminam
E mesmo que elas
Comecem
Novamente,
Logo estamos ao final
De outra estação,
Porque para tudo
Há o seu ciclo.
A alegria,
O sofrimento,
Todos sentimentos
Transitórios.
Tanto tempo amando
O que não se pode
Ter
Faz com que a alma,
No meio do nada,
Do desconhecido,
Na noite tingida de nuvens
Num céu longínquo,
Pereça.
Mas tudo o que perece
Desperta logo mais
Para uma nova vida
Florida.
Não se pode amar
O que não é inteiro.
Engana-se aquele que acredita
Que no amor não deve haver
Recompensas,
Pois o presente da vida
É distribuir
E angariar os frutos desse amor
Espalhado.
Nutrir-se de esperança
Por fagulhas de carinho?
Não!
Não vale a pena.
Os olhos que olham
Com a paixão que vem
Do coração,
Fitam pra outro lugar
A fim de traçar novos rumos.
Por hora queria ser aquela
Criança na escola
Que não pensava no amanhã
E o que sabia
Era olhar apaixonadamente
Para a mocinha que vinha
Com o mundo nas mãos
Para levar adiante os rebentos.
Mas sozinha
A mente vagueia,
Perpassa por sonhos
Que jamais serão alcançados.
Porém,
Com o peito castigado
Ainda pelo grande amor,
Desato-me desse novelo
De dor,
Ainda que a pele branca
Como um botão de rosa alba
Pouse sobre o meu olhar.
E assim vai ficando para trás
O verão,
Junto com o seu sorriso.
Não quero mais dizer,
Espero o amanhecer.

Cabelos de raios de sol,
Não são loiros,
São cachos
Quase dourados,
Um âmbar,
Talvez sépia,
De toda forma iluminados
Um dia alguém me disse:
_ Cuidado para não morrer de amor!
Mas se é o que desejo,
Amar-te com esse louvor
Das borboletas que dançam
Suas últimas preces no ar,
Cantando suspiros em alegria
Por poder amar!
Quero a perseverança
Para trilhar nessa estrada
Ensolarada,
Em em meus braços,
Quem sabe um dia
Faças a sua morada!