Coleção pessoal de KellyLobo

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⁠Tenho a generosidade de uma mãe que acaba de dar à luz.
A mãe com os seus pontos, sua recém dor, seu cansaço antigo e acumulado: hormônios a flor da pele - oferece os seios, a mão e o colo - leite e companhia jorrando afetos.

Já fui de uma insana ingenuidade. Só o céu testemunhou o tamanho do estrago que o excesso de minha doçura me causou.

Porém, não sou mais tão fraterna com os moços barbados.
Graças! Não pode ser ruim, é para me proteger.

Salvo um tamanho considerável de egoísmo; mas somente uso se for necessário: é para dizer não aos que abusam do sim.

⁠Vestida de Ametista para impactar as trevas.

Dionísio, guarde essa flecha machista, estou protegida sob o escudo da ninfa feminista, feito das pedras da terra e do oceano por Ártemis.

Com o meu Chakra azul Índigo pressinto o seu alvo, a sua sede é de sangue feminil. Mas o meu sumo exige sacrifícios, não vai beber de mim sem antes perder o teu coração.

Acendam às fogueira – às Bruxas não se queimam!
Mamãe dizia – quem brinca com fogo se queima.
O aviso foi dado.

⁠Há tantas coisas inúteis ocupando espaços úteis.
Há tantas coisas preciosas sem espaços necessários,
e sem espaços – esgotam-se.
E esgotando-se – se perdem na inexistência.
E perdendo-as
– não se consegue mais encontrá-las.

⁠Rasgo o peito para fazer da carne,
o papel, e do sangue, a tinta.

Mas não importa.

Esse é só mais um poema qualquer,
que escrevo por motivos quaisquer.

Amanhã talvez, mas hoje não.
Não importa, eu ainda não morri;
não completamente.

Tudo que eu sei,
se resume em quase nada.
Mas eu sei o suficiente para sentir
a dor e a alegria de existir.

Eu sei.
O poema só vive de verdade
depois que poeta morre literalmente.

⁠Não pedirei mais permissões,
nem tampouco evitarei sentir
as trevas de minha sina.

Sofrerei com a tua partida,
e chorarei o pranto da criança que sou.

⁠Tentei derrubar
os muros do teu coração.

Ao invés disso,
torci os punhos,
trinquei o peito,
quebrei a cara,
e despenquei,

Caí
do alto das expectativas.
Caí
tristemente na dura solidão.
Caí
no grande vazio.

Vazio esse que sempre fica
quando tudo acaba
e quando todos se vão.

⁠É um erro gravíssimo cortar a própria índole para adequar-se
na maneira
dos outros.

É impossível esquivar-se
de todos os golpes do destino.

Não há como burlar
as emoções para sempre.

A dor é inevitável;
uma hora ou outra
a gente sente o drama.