Coleção pessoal de jurandi_franca

Encontrados 17 pensamentos na coleção de jurandi_franca

Amar é tão bom
Que até o sofrer
De amor faz bem

No silêncio da madrugada
Em que se ouvem grandes barulhos
Das atitudes de nosso subconsciente
Coisas que aconteceram acontecem, vividas.
Presas ao passado na gaveta da mente esquecidas
Consciência ausente do mundo
No reflexo desses acontecimentos
Tal como a luz de um flash em fração de segundo
Corpo em repouso de um sono profundo.

Vem e volta torna-se vida
De algum lugar, do real distante.
Relativo ao consciente
Do passado ao presente até o submerso do futuro
Saltando a janela da mente
Faz-nos viver em um mundo paralelo a realidade
Dormindo ou acordado é a mesma verdade.

Gramaticando

Dois pontos para acariciar
Sopa de texto palavra e letra
Já podem tomar
E a vírgula, só pode chupar, só pode chupar
E nós......só estamos na treta
Opaa pera aí alguém quer falar
De espaço para o travessão entrar
Falando de gramática é isso que a gente acredita
Cuidado ponto de exclamação
Ele vomita!
Para entender isso você tem que estudar
Ponto de interrogação é sempre na frente
A traz não dá!!
Gramaticando, ticando ticando ticando
Grama ticando
Palavrinha vai acentuando
Palavrão também acentua meu irmão
Isso te parece vulgar?
Melhor maneira de se aprender de se estudar

Dos traços de contorno
Do rosto a um olhar que brilha
Arte final criação divina
Doar-te ei o meu coração
Para que nele seja inquilina
A custo de nada, só por esse olhar que fascina
Mulher já formada, com um meigo jeitinho de menina
Não a razão que se explique
Pelo o destino ou pela a sina
Do olhar ao desejo sobre ti fique

Sonho sem sono

Cara de sono cachorro sem dono
De casa fugiu
Cansado e com fume arrego pediu
Sem colo, o homem sozinho se viu.
Longe do aconchego pó ai pelo o beco sentindo frio
Lembranças do olhar meigo
Perdeu o sossego
O amor reagiu
Vagando em fim, sem solução.
Abrindo os olhos, vendo a ilusão.
A saudade aperta minha porta aberta
Do seu amor ainda sou dono
Sonho sem sono dono do seu coração

Desde moço
Jamais fui o inverso
E mesmo quando
Serei
Pele e osso
Mesmo assim serei
Poeta no universo

És minha, Menina

Trilhei caminhos.
Foram poucas flores
São muitos espinhos.
Fui palha do moinho.
Poucas alegrias
São muitas dores.
Que é como o vento
Vá pra onde fores.
Jamais deixarei
De ter saudades
De ter amores.
Não desanimarei
E não perderei o encanto.
Acima de tudo está o amor.
És minha,
Menina rosa, menina flor.
Menina dos olhos.
Menina
Meu amor.

A casa de minha infância

Uma cidadezinha na verdade uma vila
Quase esquecida
Por alguma propriedade rural engolida
Das poucas ruas posso lembrar-me do lado esquerdo
Da casinha quase na esquina
Não é essa aqui
Aquela La subindo a Rua La em cima
Com pintura a cal amarela desbotada
Partes que já caiu o reboco
O celebro se agita a recordação vem aos poucos
A rua de terra batida
Época de muita poeira
Em outrora uma massa vermelha grudadeira
A frente um pé de sete copas dos grandes
Cerca de madeira
Há estou vivendo de novo
Num pequeno cômodo uma velha tarimba
Em cima um colchão de palha
Na parede pendurado num prego
Meu picuá e estilingue
Pela a janela vejo onde hoje é pasto
Já foi uma grande palhada
Ao pé de macaúba me vejo a sua sombra
Apanhando coco muito usado em casada.

Poeta da madrugada
Amores perdido pela a estrada
Noite dividida
Quase sem sono
Boêmio na vida
Parte de costela
Sofrência assumida
Descaso
De face caída
Caminhar pela a estrada de terra
Flor amarela
O outro lado da cerca
Mina de água
Salivar por desejo amoroso
Sinistro
As mesmas teclas da vida insistem
Amor
Ao longo desta sinuosa estrada
Tenho visto
Boêmio na vida
Poeta da madrugada
Não desisto

Eternamente
Somos nesta terra
Como poeira de tempo passado
Trazida pelo vento do incerto
Para uma vida vindoura
Cubra esse momento de presente
Pois a vida se vai a um vapor
Momentos vividos
Contentes
Para um futuro transpor
Eternamente
Que pode para trás ter deixado?
Lembranças, legado
De outros a duras penas
Do solo fértil preparado
A semente
Quando o tempo de si passado
A semente abraçada com o solo vida
Nascerá o sucessor
Viver
Como se fosse único o instante
Encenando borboletas no jardim
Pois bem cedo é passado para além do bem cedo
E quando o tempo pela escuridão
Há de estar coberto
Seremos o principio, o meio, o fim.
Eternamente

O vento que balança o arbusto
É o mesmo que baila o pó
No qual se tornará
Quando a luz do sol
Não será útil aos olhos
Crepúsculo no final da vereda
Dos pés não haverá pegadas
Apaga- se a luz do corpo
No escuro seguirá pela a alameda
Não a sentimentos
No sereno da noite dá fruto a alma
Flores colhidas no jardim de Sarom
Repousa na duvida
Destino sem saber
Silenciosa, passageira
Perceba se em vida
Antes
Fardos não tão poucos leves
Arrastado por si mesmo
A vida em turno
Flores
Espinhos, aroma perfumado
Não há vida
Fim no começo

Diz se as escritas desde a antiguidade
Pelos os caminhos da história
Do jardim
Nascida entre as coisas puras e belas
De todas
As flores não é flor
Experiência de todo ser só por ser
Tomada uma parte de um todo
Companheira
Primogénita maternidade
Assim se propõe
Carregando consigo a luz do criador
Persistência
Beleza e sensualidade da flor
Abrangente
Coragem e a força do amor
Mãe

Vinha de uma criança

A oração não vinha de uma torre de ferro por ter sabor a sangue,
Não vinha de um idioma refinado por ser estranha a nossa língua,
Não era proveniente de perfumes nem de gente elegante
Não eram caminhos estreitos
Restaurantes de cinco estrelas ou casas com piscina
Não eram artistas
Não era arte
Não era o museu do Louvre
Não era Paris nem Nice
Era a Síria
Era uma criança
Tisnada de cinzento
Coberta de farrapos num panorama lúgubre
Com a morte acariciando-lhe a fome e a sede.
Era uma criança que clamou a um Deus bom por um mundo de paz
Pequena alma que rogou ao senhor
Por uma pomba branca com a folha de oliveira no bico
Mas levou-a o vento da guerra
Produto do soprar desprezível da morte
Quando eles acreditavam no leve murmurar da brisa da justiça
Se Paris merece um minuto de silencio,
Síria merece que o mundo inteiro se cale para sempre

Este de hoje que é seu
Desse é não é, ou deixa de ser
Porém não poderá ser meu
Por tantos vai e vem
Nesta vida marcada por encontros
E desencontros
O maior desengano é saber
que é de alguém

Não é difícil viver por ti
Difícil é viver por mim
Pensando em ti

Simplicidade

Que possa ter de alma
A sensibilidade de sentir na face
Ventos que driblam montanhas
Embala se no vale
Enchendo os pulmões de esperança
Neste momento único
Não há lembrança de saudade
Uma parcial da vida feito de escolha
Entre tantos outros meios
Simplicidade
Das pedras posso ver livremente
Vapor
Escolho a felicidade
Brisa fresca
Alegra se coração, aquece o amor.
Juntos e ao mesmo tempo é bom ver-te
Mesmo para um coração denodo
Vazio
Abre um sinal verde
Em curto intervalo de tempo leve
Chuvisco
Inesquecível sensação
De ver, viver.
Face gelada da constante brisa
Esvoaçado fio capilar
Ventos da montanha
Uma vida inteira a se lembrar

Jurandi França

Não é o amor
Sequer o amar
É apenas uma lembrança
Na qual não quero lembrar