Coleção pessoal de juanfumis
Um dos grandes prazeres da vida é o de se sentar e admirar essa dança una que ocorre entre a escolha e a aceitação.
Tambem é ouvir essa musica que compõe melodias entre o presente que é o livre arbitrio, e as grandiosas lições que são ensinadas pelo destino.
É sobre ler uma história, que conta sem um pingo de medo a escolha de um caminho, porém também narra o saber e a aceitação que se existe em um destino.
Também é sobre uma oração, que agradece por tudo, e pede para que essa balança ocorra com uma leveza e tranquilidade no coração, para que ocorra com uma bela confiança, que nós humildemente chamamos de fé.
E pensar que eu sempre acreditei buscar a luz.
Mas não, o que eu sembre busquei foi a escuridão desse mundo.
Pois lá estão os que precisam de boas palavras, lá estão as histórias horríveis e a possibilidade de calor humano, a possibilidade de um verdadeiro amor.
Tudo o que eu sempre busquei nasceu da escuridão. Assim como a mim.
O quão bom é abraçar os que vivem em escuridão pois somente esses sabem o que é a luz.
As métricas do homem, possuem sua base nos demônios.
Por isso existe a audácia de se dizerem bons.
O pior sentimento do homem
Não é o de falhar com um amigo;
Não é o de falhar com um parceiro;
Não é o de falhar consigo mesmo;
Nem mesmo é o sentimento de alguem cometer falta e traição com ele;
O pior sentimento que o homem pode ter é o arrependimento de quem traiu e entristeceu a Deus.
Ele possui todos os rostos;
Ele é branco, negro, e pardo;
Ele é pobre e também rico;
É feminino e ao mesmo tempo masculino;
Possui todas as vozes;
Todos os cabelos, formas e tamanhos;
Ele anda com o melhor dos carros, e também anda a pé;
Das Suas mãos transbordam ouro e prata;
Da Sua boca brilha luz;
Do Seu suspiro sai fogo;
Seus olhos são Diamantes;
Os fios de Seus cabelos são como o mais forte dos raios, e a mais densa das trevas;
O Seu interior são como vulcões, tornados, tempestades e também como a brisa do dia mais calmo;
E ainda assim é o mais humilde.
Suas formas são de feras e animais, mas seu coração e alma de homem.
E Seu amor, é proporcional a expansão do universo.
Ele é sem fim, e também o menor que se encontra.
Sempre criando o próprio tormento para que haja uma salvação.
E ainda tem coragem de se chamar cristão?
Você não segue a verdade, você não vive o roupão.
Roupão este que veste por fora, apenas para apresentação.
Mas que por baixo, no fundo do peito, um sujo demônio reside no coração.
O quão cansativo é o teatro?
Já não cansou de tanta atuação?!
O quão cansativa é a tormenta que te divide em "Legião"?
Talvez você devesse se afogar nas águas da verdade em busca da salvação.
Mas cuidado, pois se vacilar os demônios nadarão.
Aqui eu me reencontro.
Porém sem me encontrar.
A única coisa encontrada é dor.
Desencontrando o verdadeiro amar.
Qual o motivo da sua ausência?
1001 respostas surgirão...
Todas elas rumo a falência.
Tomará que meu encontro não seja em vão...
Pois ele não aguenta mais se desencontrar consigo mesmo.
O meu diviso coração.
"Unidade"
Eu queria salva-los
Mas é tão difícil
Eu queria acalma-los
Mas parece impossível
Eu queria dizer
Mas você não ouviu
Eu tentei mostrar
Mas você sequer viu
Será que eu não sei?
Ou eles que não querem olhar?
A resposta de tudo
A resposta do mundo é amar
E cuidado com o ódio
Pois ele vai te matar
Fazendo o belo horrendo ficar
Então meu amigo
Não deixe a lente enganar
Pois para ver o amor basta olhar
Descendo do ônibus, no entardecer da noite encontrou uma figura unica.
Um velho cego, vestindo trapos com uma lata na mão...
Ele rapidamente percebe o jovem e avança sobre ele.
"Meu jovem, gostaria de ouvir uma verdade?"
Ele sorri maldosamente, com tantas janelas quanto um arranha-céu.
O jovem para se livrar do louco, sem dar muita bola diz logo que sim.
O louco então empurra a caneca e pede um trocado para o goró.
"Ah... eu já deveria saber", e com certa tristeza tira uma moeda do bolso e joga dentro da caneca.
Com o barulho da lataria, o cego fica feliz, e da uma grande lambida nos beiços. Certamente não é uma bela cena de se ver.
O jovem desnorteado com a visão, pega logo seu rumo, e sai depressa sem perder muito tempo com o pobre coitado.
Porem uma mão no ombro logo o impede se continuar o seu caminho.
Um tremendo frio atinge o jovem passando pelas suas roupas, pele e parando na espinha.
Ele se arrepia.
Logo uma voz, tão rouca como de um velho cão de caça, é sussurrada em seus ouvidos.
Você cumpriu com a sua parte, agora deixe-me cumprir com a minha.
O jovem estava aterrorizado não sabia o que havia mudado, se era a postura, o jeito de falar, ou até a própria aura do mendigo.
E ali então escutou coisas que ficariam guardadas pra sempre em sua memória.
"Você me acha um louco correto?"
"Deixe-me te dizer uma coisa..."
"Enquanto os loucos dizem aos quatro ventos o que é o verdadeiro amor, os sãos os matam e os crucificam."
"Enquanto os loucos estão presos em manicômios, o sãos estão soltos por ai fazendo guerras"
"Enquanto os loucos estão te pedindo para ter fé em si mesmo, os sãos estão por ai falando sobre tudo que você não tem"
Os olhos do mendigo, logo viraram fogo, e sua pele se avermelhou. Tudo parecia derreter enquanto o garoto caia lentamente para trás.
Até quê....
Levantando desesperadamente o jovem acordou, olhando o relógio o pânico tomou conta.
Estava meia hora atrasado para o serviço.
Correu para se arrumar e pegar o ônibus.
Porém o jovem mal sabia o que o destino lhe reservara...
A figura de Jesus para alguem afastado é como a figura de um eclipse.
Uma imensa luz, obstruída pelo escarnecer do homem.
Me pego perguntando... em que dia será que essa lua ira se mover?
Até lá eu só ouço um som, e somente uma frase passa em minha mente cada vez que coloco a cabeça no travesseiro.
"Vinde a mim todos aqueles que estão cansados e oprimidos, e eu os aliviarei."
No Mundo o ciclo foi criado.
E no Deserto o ciclo foi quebrado.
Para então ser cuspido e açoitado.
E depois o "Porco" foi crucificado.
Não séria o ciclo tremendamente engraçado?
"Ó Deus, me de uma arma para matar meu ex-amado."
"Ó Deus, corte meu pescoço pois sou um pobre coitado."
"Deus não me ouve, será eu amaldiçoado?"
"Ó Deus seu bastardo desgraçado!"
Engraçado o seu Deus, o velhinho de cajado.
O Deus que é sádico e amargurado.
Aquele que vive bem longe, o Deus expulso do gramado.
O Deus que da sua alma está separado.
Pobre macaco que foi ignorado.
Buscou fora, o que dentro seria encontrado.
"Pensamento de Macaco" por Juan F. Fumis
As Sombras só podem ser vistas se houver Luz.
Assim também o Vazio só poder ser visto se houver amor.
A Escuridão bate a porta, a Luz revelou-se.
Novamente o pistoleiro se encontra na decisão.
Pois a chama que arde dentro foi alimentada com a mais pura gasolina.
Escalar a montanha ou se jogar na ravina?
Fazer oque tem que ser feito ou começar a chacina?
O Vazio te olha... o medo bate a porta.
"Será que não está na hora de escolher?" - Uma das imensas e perdidas fragmentações pergunta.
Tem que ser escolhido, ou a este lugar retornaremos novamente.
Basta escolher as consequências, escolher a interpretação, dessa imensa simulação.
Se tornar o monstro ou travar a imensa batalha para mata-lo.
O que o pistoleiro sabe é que o motivo mudará, mas no final ele sempre acabará com uma bala na cabeça.
Abençoados sejam, pistoleiros.
Não há caminho senão a rendição.
Não há caminho senão o amor.
Se jogue, na mais pura obsessão.
Se jogue, na mais pura tranquilidade.
A cada vez que eu olho, o canto do quarto fica cada vez mais escuro.
As pessoas fazem cada vez menos sentido.
Os livros já não ensinam oque eu busco.
E Deus já não me responde mais.
Qual será a solução?
O fundo do poço...
Quando você se torna seu juiz, seu carcereiro e prisioneiro.
É se render ao seu opositor.
É cair na armadilha e se tornar escravo de si mesmo.
Preso nas correntes da mesmice, em que a vida faz questão que só possam ser quebradas e não escapadas.
Fugir não é a solução.
Quebrar e recomeçar, aprender e mudar, metamorfose e evolução.
Enquanto os problemas não forem resolvidos, enquanto dividas existirem, enquanto o garoto não se tornar homem, e o homem não se tornar sábio as correntes da vida sempre nos trarão de volta aonde começamos.
O fundo do poço...
"Paradoxo" - Juan Fumis