Coleção pessoal de josaneph

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Quem é ela?
Josane é uma leonina teimosa
E exageradamente subjetiva
Que acredita que a vida
não se resume a uma poupança cheia
e sim numa cabeça cheia de bons pensamentos,
casa cheia de amigos,
família cheia de bons domingos
e amores cheios de paixões.
Por isso sua conta bancária vive cheia dessa vida
e quer abandoná-la.
(Agosto de 2003)

Ali, na beirinha, quantas noites eram dias
Alguém que já se foi, contava histórias pra chorar
Chorar de alegria, do homem sempre menino
Do menino contador de causos que gostava de cantar…
(homenagem a um grande homem, out/2010)

Meu pai ligou no celular agora pouco.
Eu: oi pai mais lindo do mundo…
Pai: tá… só liguei por que não vi uma ligação sua aqui no celular… agora que pegou… não tinha nenhuma mensagem com ligação sua…
Eu: é que todo dia alguém me fala como você tá… seja a Carol ou a Renata… mas então… como cê tá? Volta quando?
Pai: sei… ô Jô, é que passei pela cidade de Felixlândia, lembrei de você…
Eu: certo pai… vou ter que colocar isso no blog…
(risadas…)

Pessoa feliz é foda!

Fico exageradamente fascinada pelo subjetivo, até pelo superlativo de qualquer adjetivo, como “exageradamente fascinada”. Um poema, uma musica, uma folha que cai ao meu lado, um pingo de chuva, tudo me atrai, me transforma. Tudo isso me move. Sabe quando chove a noite e a luz do carro reflete a chuva no pára-brisa? É minha cena preferida.
Meu maior medo, de todos, sem duvida, é perder essa visão que tenho sobre a vida, sobre as coisas que para tantos são insignificantes.

No meio destes objetos nômades
Meu coração é estrada, sem placas, sem sinal
sem faixas e com multas altas

Uma estrada longa com sol insistente
e tal, como ele, meu amor ainda caminha
E quando é noite, o céu é estrelado
tão claro, que parece dia
e a gente dorme junto, mesmo longe

A saudade faz carinho
enquanto o sono não vem
E eu te desejo boa noite
e toco no seu rosto em pensamento

Então você me abraça forte
me diz que tudo vai ficar bem
e eu fecho os olhos...

Meus presentes preferidos:

Muitas bolinhas de sabão
Guerrinha de bexiga com água
Chuvinha na hora de dormir
Mãos dadas no cinema
Amigos velhos com histórias novas
Música no pôr do sol
Pés descalços nos finais de semana
Casa cheia
Brincadeira com travesseiro
Risadas de fazer doer barriga
Beijo quente
Abraço demorado
Cafuné nas costas
Amor dentro da banheira
Piscina com velas em volta a noite
Chiclete com recheio
Gente divertida por perto
Cochilo embaixo de árvore
Roda de viola
Novas receitas culinárias
Careta pra fazer criança rir no carro
Lua cheia na rede
Piquenique no parque
Família contando piada
Edredon com cheiro de confort
Sorvete de pistache e chocolate
Leite com canela no frio
Batida de coco no verão
Trabalho bem feito
Céu estrelado com beijo
Truco com baralho marcado
Colchão na varanda
Cantoria debaixo do chuveiro
Prosa boa no boteco
e algumas ressacas pra rir da noite anterior

Mãe,
Eu guardei esse segredo 31 anos. Mas agora vou contar. Quando eu nasci, tinha duas meninas esperando junto comigo na salinha. É um lugar onde a gente fica antes de nascer. Uma foi e a outra menina ia ser sua filha. Eu ia depois. Mãe, ela era tão bonita. Inteligente, educada e ia ser médica quando crescesse. Ficamos conversando enquanto não chegava nossa hora. Ela me disse que já tinha planos. Que a mãe dela ia chamar Rose e o pai Paulo. Que ia ser a primeira filha. Nem te conto, acredita que ela tinha olhos azuis, igual do Vô Lando? Então, o telão ligou e apareceu você. Aí, eu te vi. É, é segredo. Mas antes de nascer, a gente vê a mãe da gente num telão. E eu me encantei por você, pelos seus olhos, pelo seu sorriso… Então, eu não tive duvida! Convenci a menina a deixar eu ir no lugar dela. Tá, tá… não foi bem aprovado por parte dela, ok? Mas eu era mais forte e mais esperta… corri primeiro… (mãe, ô menina boba aquela!).
Desculpa mãe. Eu tinha que te contar. Eu sei que tenho um monte de defeito… sou bagunceira, falo demais, não virei médica, não tenho objetivos claros na vida, não tenho olhos azuis, falo palavrão, conto piada suja, não lavo meu carro, não sei fazer arroz, falo da vida alheia, não tenho casa própria… (tá bom né?) É que… eu sei que não sou nada do que você esperava e com certeza estou na lista das piores filhas que uma mãe pode desejar… mas eu te amo. Eu me orgulho do que você é, todos os dias. Seu caráter, sua determinação. E eu sempre, sempre vou estar ao seu lado. E acredite mãe, aquela menina era muito chata mãe… no final você ia me preferir, eu acho… pelo menos eu faço você rir, alem de chorar muitas vezes.

Te amo!

Só as crianças (e os que realmente ainda tem uma criança no coração como eu) sabem o quanto é importante apagar as velas de um bolo de aniversário.

Mesmo quando diz que a poesia não faz mais parte da sua vida
Ou quando contesta a lógica das abelhas
e se despede com beijo no rosto
Eu ainda a desejo
Ainda a desejo como aquela primeira manhã
Quando seu corpo se afastou do meu pela primeira vez
até a noite chegar….

Uma amiga escreveu assim:
“As vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido”.
E eu respondi:
“As vezes ouço a banda passar; e só de ouvir já saio atrás do trio elétrico”

Minha família é daquela que se junta no final de semana
Toca moda caipira, faz churrasco e bebe cerveja
Tem gente que conta piada, outros que contam “causo”
Cachaça boa não falta pra quem chega
E caldo forte no fogão é pra “arribá” quem parte.

Eu não sei se um dia minha roupa vai ter o cheiro daquele seu moletom. Ou se vou aprender a fazer arroz. Se vou pagar as contas de água e luz todo mês ou parcelar uma viagem para o nordeste com você. Eu não sei de quase nada mais. E não quero pensar tanto. Eu sei que odeio dormir sem ventilador…

Vô Gustim
Contador de piada. Gordinho, vivia pra baixo e pra cima na cidade que morava numa motinha. Gostava de passarinhos e tinha um monte em casa. Adorava pegar a gente e colocar no colo pra contar historias. Fazia a gente rir. Minha mãe me disse que ele costumava falar de mim quando eu era pequena, por que eu saia correndo pela casa e acabava com qualquer paz… ele dizia “ih, Rose, essa menina vai dar trabalho quando crescer…”. Eu acho que meus avôs sabiam das coisas.

Vô Orlando
Lembrando dele com seu shortinho azul de nadar dando ponta na piscina do sitio. E quando ele parava de mergulhar e ficava com os braços abertos girando pra fazer onda. Ficava olhando pra gente, com aqueles olhos tão claros que pareciam bolinhas de céu.

Me aparece assim, de repente
na noite mais fria, sem metáfora
mas sonhadoras…
esquenta, nuvens, abraça, chove
E eu li outro dia uma frase de Quintana
que dizia… “tão bom morrer de amor
e continuar vivendo”
Pensei, enquanto o carro partia…
“tão bom acordar e continuar sonhando”

E continuo beijando a vida
como se ela usasse uma aliança
com meu nome nos dedos…

Querida Clarice,
Ainda bem que a gente é assim, né? Eu também vejo bosques nas nuvens. Outro dia mesmo, passou um jacaré e um elefante. Vi da minha janela enquanto lia o que você escreveu. Depois eu adormeci coberta com suas palavras e foi tão macio. Adoro fins de semana com janela de olhos abertos, vento fresco trazendo folhinhas de árvores pra dentro do quarto e cheiro de livro velho na cabeceira.

Glauco Villa Boas. O próprio nome parece que já abraça a gente. A verdade é que pessoas que nascem para fazer outras sorrirem deviam ter visto permanente nesse mundo e viver pra sempre.

Sortilegios...
Só foi eu dizer
cheiro de laranja
e água com dois corpos
que olhando pro céu
rindo, brincou
“Parece poeta baiana
enchendo a gente de mel”
Mas nem baiana eu sou
E muito menos poeta!

Escudo
De nada lhe adiantará escudos pesados
Forte mesmo ficarão seus braços ao carregá-los
Entenda quando digo que um coração não se deve proteger
Seria como segurar um pequeno pássaro com as mãos
Alegando proteção contra os predadores
E privando-lhe do vôo