Coleção pessoal de joaofrancisco63

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Para se ser feliz até um certo ponto é preciso ter-se sofrido até esse mesmo ponto.

Poema artificial!

⁠Ontem me perguntaram de você
Eu não soube responder.
Pensei em dizer o que sabia
Mas me acanhei e fiquei calado

É vergonhoso não saber onde estamos
O mundo ficou muito violento
A bomba cai sobre nossas cabeças
Destruindo tudo, não sobra nada

Olha lá vem as coisas mudas
Que mudam tudo até meu olhar
Olha lá vem a escuridão, o obscurantismo
O medo está nos matando aos poucos

⁠Que tal um poema?
Daqueles que nos faz cócegas.
Daqueles que nos faz rir de tudo.
Daqueles que nos despertam para o vir
Daqueles que ansiamos ler
Daqueles que arrancam suspiros
Daqueles que despertam saudades
Trazendo de volta o querer
Um poema torto
Um poemo oco
Um poema seu

⁠Pelado, não está só!


Não foi você que descobriu o Brasil
mas destruiu o país
Foi você que colocou o fel na nossa boca
Você nos fez engasgar
Não será você que vai nos ensinar
Não será sua vida que vai nos pautar
Como pode alguém acreditar em você
aceitar suas desculpas e assentir que faça
Saia daqui esta não é sua casa
Este não é seu lugar, ladrão!
De sonhos, de amor, de fantasia
Que dor dilacerante olhar pra você
Não, não finja que não sabe o que houve
Não use o nosso tempo com essa embromação
A hora do canto livre há de chegar e
você não estará mais aí. Aliás nunca mais.
Tudo está fora de lugar, não se encontra ninguém
Roubaram o oxigênio, asfixiaram nossas gargantas
Cadê Bruno, cadê Dom, Chico Mendes, Irmã Dorothy
Marielle Franco, Anderson Gomes
Cadê George Floyd, Genivaldo de Jesus, João Alberto
Kathlen Romeu, e mais quantos que viraram fumaça
As mãos de sangue, o cacetete, os joelhos,
a câmara de gás lacrimogênio, a esganadura.
Os olhos vermelhos, a vingança tardia
o luto, a dor, a raiva contra a covardia
Tombarão sim, ainda que tarde, tombarão
todos aqueles que nos fizeram mal. Tombarão!

João Francisco

⁠Quem mandou Pelado agir
está contando seu vil metal
Desmatam e matam tudo.
Já não tem mais peixe, a castanha acabou.


João Francisco

⁠Póstuma poesia
Não encoste em mim, eu não vivo.
Não mergulhe em mim, eu não existo
Não acredite em mim, eu minto
Me deixe em paz, com minhas guerras

Nas entranhas da minha alma,
pulsa algo triste que não sei contar
Você está longe demais para perceber
Eles estão ali, vão pegar todo mundo

Ande com cuidado, viver é triste e perigoso
Cuidado com o que diz, eles te vigiam e controlam
Cuidado com teu vizinho, ele te inveja
O olho gordo dele é terçol, tenho água boricada.

Todos têm medo, mas ninguém sabe, o que é,
Não se assuste, eu não quero machucá-la.
Mas preciso tirar seu ar, suas forças, sua alegria.
No supermercado da vida estes artigos são luxuosos.

Calma, não fique nervoso, sei o que você quer.
Mas não tenho nada disso, sou avessa a esses luxos.
Meu enfisema pulmonar, levou meu ar.
A idade avançada levou minhas forças e alegria.
Morreram todos à minha volta.

Não tenho mais cigarros, nem posso tragá-los.
Minha companheira é a solidão,
Mantenha a calma, tenho cachaça na prateleira.
Não me mate, a morte está à espreita.

Não perca sua imunidade com coisa ruim.
Não acelere o que tem seu tempo contado.
Não encoste em mim eu não vivo.
Não encoste em mim, eu não vivo

Não mergulhe em mim, eu não existo
Não acredite em mim, eu minto
Me deixe em paz, com minhas guerras
Por que não vai embora, não te suporto

Esse ar é insuportavelmente frio.
Essa dor é escandalosa, mas não me deixa.
Se morrer eu volto, se morrer eu volto.