Coleção pessoal de ivalentim

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Não é que a vida ande sendo fácil, mas venho tentando ao máximo ser feliz com o que eu tenho. Acredito que a chave para a felicidade é só tentar não reclamar de tudo. Tá chovendo? Se molha. Não deu certo? Tenta de novo. Terminou? Bola pra frente. Se atrasou? Aproveite a vista. Chorar sobre o leite derramado não resolve nada. Nossas energias e pensamentos influenciam diretamente o ambiente em nossa volta e as direções que nossas vidas tomam. Por isso, tenha mais gratidão e menos aborrecimentos, experimente dar bom dia à estranhos e evite xingar no trânsito, deixe pra lá, peça desculpas, perdoe, respire fundo e conte até três. A vida é uma só e não há pausas. Não perca tempo com bobagens.

A música que tocava no bar, abafada, dizia… “sempre depois das brigas, nós nos amamos muito”. A letra é linda, mas pensei cá comigo, em todas as vezes que a gente brigou e eu te odiei tanto que poderia te dar um soco, mesmo nesses momentos, eu me preocupei com sua gripe, com aquela sua prova de amanhã, com seus problemas, ainda sim, quis cuidar, te proteger, te amar. Nas brigas é que meu amor se tornava maior. Não há momento mais oportuno.

A gente finge que esquece, finge que deixou pra lá, finge que não tem tanta importância ou que não foi nada demais. A gente deixa nosso orgulho e nossas vontades de lado. Se anula. Se entrega. Faz malabarismo. Tudo isso pra ter a companhia de alguém. Tudo isso por sentir que, por essa pessoa, vale o risco, o trabalho e até a queda.

Eu te amo porque todos os dias com você são dias bons. Porque até no dia que a gente briga, continua sendo um dia bom, pelo simples fato de ter você nele. E um dia sem você é um dia perdido. Eu te amo também pela vontade que eu sinto de te matar quando você se atrasa, mas esquecer disso no segundo que eu te vejo e só pensar em correr pros teus braços pra fugir desse mundo, ser só eu e você. E tá tudo bem, mesmo que tudo ao nosso redor não esteja bem, contanto que um tenha o outro, a gente dá um jeitinho e aguenta qualquer coisa. Eu te amo, não por mim, não por você, eu te amo por nós e por tudo que somos juntos.

Às vezes é difícil não se machucar. Mas em alguns casos - como o meu - sempre é difícil. Sou sensibilíssima. Me dói qualquer palavra dita e mal interpretada ou algum gesto pequeno e imperceptível. Gosto de remoer e me doer até pelo que não aconteceu – mas poderia – e pelo que poderá eventualmente acontecer no futuro. Até por coisas que deveriam passar despercebidas. Comigo, elas não passam e sim grudam no cérebro, me fazem pensar e sentir coisas ruins e querer correr pro lado contrário, amedrontada. Fico sentida por besteira e magoada por coisas bobas, sim. É mais um lado chato de ser exagerada: meus dramas também são.

E é assim que a gente vai vivendo, sabe? Errando pra aprender. Se decepcionando pra se proteger. Se machucando pra crescer. Chorando pra sorrir. A gente cai uma vez, pra aprender a se levantar em outra. No fim, tudo que for bom, verdadeiro, tudo o que realmente nos fizer bem, permanece.

Do que já doeu, já sufocou, já foi insuportável e jurou que nunca ia passar, só restou lembrança. Junto da sensação de que todas as coisas eternas passam, e não há nada que seja infinito, a não ser o que se está vivendo no momento. Porque tudo não tem um fim, até ter: quando dor é cessada e inesperadamente suportada, quando as promessas são quebradas, as palavras perdem o sentido e os amores se vão. E a graça disso tudo é que você sempre vai estar pronto pra mais, mesmo pensando lá atrás que nunca esteve pronto pra nada. Sempre está. E sempre vai estar. A nossa vida só pára pra recomeçar novamente.

Nunca sequer gostei de refrigerante na vida, mas semana passada fui ao médico e ele proibiu terminantemente de beber. Saindo do consultório, me veio a vontade louca de tomar um gole e sentir aquele líquido gaseificado e aromatizado artificialmente passando pela minha garganta. No outro dia, nada mais já me importava na vida a não ser esse bendito fruto proibido. Eu só tinha olhos para o refrigerante. Só pensava no refrigerante. Acordava e ia dormir querendo refrigerante. Não por gostar, mas por saber que eu não posso. É mais ou menos assim com você.

E qual é a minha definição de amor?
Tenho o nome de uma música do Chico Buarque, bem antiguinha, a que meu pai cantava no karaokê do bar próximo à sua casa. Depois que eu nasci, ele passou a me levar junto e no final da música fazia questão de dedicá-la pra mim. E eu ficava na mesa, morrendo de vergonha e pedindo que ele parasse com aquilo. Mas ele sempre fazia novamente. Ele sempre cantava a música do meu nome e dedicava pra mim. Por anos. E nunca sequer ficou com raiva ou magoado por eu sentir vergonha dele por isso. Isso é amor.
Quando eu era pequena, sempre que minha mãe chegava do trabalho, eu perguntava se ela tinha trazido presente. E ela, todo santo dia, antes de ir pra casa, passava no supermercado e comprava alguma coisa, mesmo que fosse apenas um bombom. Ela nunca voltava pra casa de mãos vazias. Nunca quis me decepcionar. Isso é amor.
Aos oito, vi uma gelatina no chão perto do caixa do supermercado e a peguei. Ao atravessar a rua, mostrei pra minha tia. Que me fez voltar, devolver e me desculpar pelo roubo. Ela sempre me fez ser e querer ser uma pessoa melhor. Isso também é amor.
Um dia falei pro meu namorado que não gostava de flores, porque eram apenas um presente fútil que se dá quando não se quer ter esforço pra agradar uma mulher. Mais uma grande tirada do capitalismo. Ri e completei que só iria gostar se ele mesmo fizesse a flor. Então ele passou o dia inteiro tentando fazer uma flor de origami por vídeos da internet, pra me dar. E foi o melhor presente que eu já recebi.
É isso.
O amor é isso.
É a música do karaokê,
o bombom do supermercado,
a lição sobre a gelatina,
a flor de origami.
O amor é o detalhe.

Tenho a mania de sabotar minha própria felicidade pelo medo de que ela seja tirada de mim no momento seguinte. Apenas por obra do bom e velho destino, que acaba com o tudo e o transforma em nada em questão de segundos. Por isso, antes de me acostumar com a história de ser feliz, já penso em dez maneiras diferentes de correr pro lado contrário. Pelo menos tenho a quem culpar estragando tudo antes que se estrague por conta própria.

A gente acaba quase sempre se acostumando com uma porção de coisas na vida, por medo da solidão ou pela segurança da estabilidade. Sempre me adaptei a muitas delas, vivo constantemente no modo automático e quase sempre nada me desperta interesse, é tudo um grande borrão pra mim, passam perto e eu não sinto, dançam vestidos de palhaço na minha frente e eu só bocejo. Quase nada me toca. É difícil achar algo que me faça sentir vontade de olhar uma segunda vez ou ter alguém com quem eu queira ficar perto por horas. Ainda não descobri se sou a defeituosa ou se o mundo que é defeituoso. Mas eu já te falei sobre essas coisas. Já te falei também, e aliás, quero repetir, que você é a exceção no meio disso. Você é minha não-adaptação.

Depois que passa nem parece que foi real. De concreto só as lembranças meio embaralhadas, que a cada dia se tornam mais confusas e apagadas. Tudo muito distante e improvável. Um grande abismo surgido e a pergunta que ecoa, “pra onde foi tudo isso aí, aqui dentro de mim?". As provas aparecem por todos os lados: os textos rabiscados, os recados deixados, as músicas mandadas madrugadas à dentro. Tudo foi vivido, mas nada me lembra na pele o que eu sentia. Mas é isso. O fim da linha no amor não é quando acaba, é quando você sente que nunca existiu.

Se eu não entendo, não é você que vai entender. Mas deixa pra lá. Uma hora essa sensação ruim passa e eu volto a ser normal. Mas agora eu só penso em me afundar na cama e passar uns bons meses sem sair dela.

Vejo fulana reclamando de ciclano porque ciclano a machucou. Não sei se é meu espírito narcisista falando mais alto, mas penso que ninguém machuca ninguém. Quem machuca é você mesmo. O outro nunca teria o controle absoluto de te ferir se você não deixasse isso acontecer, a gente é que se permite machucar. Por isso não culpo ninguém que já me fez algo ruim, tenho em mente que eu mesma que fiz algo de ruim pra mim colocando essa pessoa na minha vida. E que sirva de lição. Da próxima eu aprendo. Não me levem a mal, porque às vezes até vale a pena se machucar por certas pessoas. Mas o que eu levo pra mim é que cada um tem que responder por si mesmo na vida. Todas as minhas dores e problemas são pessoais e intransferíveis. Carregar mágoas e apontar culpados é correr em círculos.

Ah, sua boba. Você e esse teatrinho de ser durona. Quem vê até pensa, quem vê até imagina que você é assim, tão má, tão fria, tão perversa. Mal sabem eles como você é delicada, gentil e amável. Não com todos, aliás, com ninguém. Até com sua mãe você aprendeu a não ser tão sentimentalista. Você guarda toda essa delicadeza por medo, eu sei. As pessoas te pisam quando você é assim. Então você prefere usar essa máscara aí. Meus parabéns, viu? Engana meio mundo, mas não a mim. Conheço o aperto em seu coração à noite, conheço o choro baixinho, conheço seu gosto por comédia romântica, conheço você. Já te fizeram sofrer, e muito, eu sei. Sei também que você finge não se importar, mas se importa até demais. Sei que se preocupa, sei que ama, sei que sente. Você simplesmente esconde isso. Se bem que no fundo, ainda resta uma pequena esperança contida no seu coração. Você, disfarçadamente, ainda tem fé de que tudo vá dar certo. Amor, família, amigos. Um futuro, um príncipe, uma história de amor. Você, no fim, continua sendo apenas uma garotinha que se entrega demais, que sente demais, que se machuca demais.

De um jeito ou de outro, sigo bem. Com cabeça erguida, peito estufado e sempre adiante, porque a vida não pára. Levo comigo algumas feridas, decepções, traumas, muito aprendizado, amadurecimento e várias lições de moral. Sigo confiante para a próxima, porque sim, terão vários outros momentos ruins. E em alguns deles eu vou pensar que não dá mais pra aguentar, mas eu sei que sempre vou me erguer novamente e prosseguir, como tenho feito há muito tempo. O negócio é não duvidar do quão forte eu sou e do quanto posso suportar.

Dói, mas a gente aprende. Machuca, mas com o tempo passa. Amadurecemos, aprendemos e nos tornamos melhores com as experiências ruins. Que no fundo, não são tão ruins, pois acrescentam e muito na nossa vida. Com os erros do passado, aprendemos o que é certo. Com as mágoas anteriores, aprendemos quem realmente merece estar do nosso lado. Então não se desespere e não surte, apenas espere. Espere só mais um pouquinho. Tudo passa, nossos momentos ruins também.

É meio clichê dizer que tudo vai passar. Mas a vida é um puro clichê. É clichê dizer que tudo vai ficar bem também, mas é a pura verdade. Viver pode ser complicado, doloroso e cheio de altos e baixos. Tem dias que até sair da cama é difícil. Mas sabe o que acontece? Acontece que terão sempre os outros dias, as outras pessoas, os outros momentos e as outras histórias que fazem tudo valer a pena. Terão sempre recomeços, novas chances, surpresas, acasos e encontros que podem mudar tudo. É só ter paciência. Paciência, força e fé.

Deixo a máscara cair e me permito olhar pra você só um pouquinho. Você me olha também. E o nó na garganta só aumenta. Quase dois segundos depois, a gente se recompõe e volta a tentar ignorar a presença um do outro, descruzando o olhar. E eu, mentalmente, torcendo pra que um dia possa descruzar minha vida da sua também.

Te vejo passar por mim e minha maior vontade é te puxar pra perto. Mas não olho. Nem você. Fingimos que não sabemos da existência um do outro. Porém, mesmo sem olhar, conto teus passos e quase posso sentir tua respiração. O silêncio entre a gente é gritante. Me pergunto o que houve de errado. Eu sei, eu sempre botei a culpa em você, mas nunca foi somente sua culpa. Eu errei demais também, e agora é tão tarde pra me desculpar. Mas, em que momento chegamos nisso? Digo, de você passar e eu nem sequer poder chamar por você e falar casualmente. Éramos tudo antigamente. Hoje não podemos mais olhar um para o outro. E eu sinto um aperto enorme no coração só de imaginar você seguindo em frente. Eu sei, eu sei, você já seguiu, e eu também, mas é duro imaginar. Minha vontade é de gritar “Sabe a blusa que ele ta usando? Ele usa o tempo todo porque uma vez eu a elogiei. Sabe o cabelo? Eu impliquei com o corte estranho que ele fazia até ele cortar assim. Sabe essa piada? Fui eu que contei. Eu era a primeira pessoa da lista de contato dele, e você não o conhece. Não como eu conheço. Não sabe as manias e não vai aprender a lidar com os defeitos dele como eu lidei.” Que raiva. Às vezes me dá uma vontade louca de te ligar e voltar no tempo só por alguns instantes. Só pra saber se você se cuida sem mim. Só pra você me contar do seu dia e eu brigar com você na parte que você fala de alguma garota loira e legal. Eu sinto falta de nós dois, só pra constar. Sinto falta do tempo que eu te ligava de madrugada pra chorar e fazer drama, e você sempre me fazia sorrir. E eu acho que nós poderíamos ter dado certo, se quiséssemos […] Deixo a máscara cair e me permito olhar pra você só um pouquinho. Você me olha também. E o nó na garganta só aumenta. Quase dois segundos depois, a gente se recompõe e volta a tentar ignorar a presença um do outro, descruzando o olhar. E eu, mentalmente, torcendo pra que um dia possa descruzar minha vida da sua também.