Coleção pessoal de italo0140
Propósito não se acha... constrói-se. Não é um tesouro enterrado, é um caminho pavimentado com escolhas, erros, tentativas e recomeços. É moldado no silêncio das madrugadas, nas quedas que ensinam mais do que as vitórias. É quando você para de procurar sentido nas coisas e começa a dar sentido a elas. Propósito é ação com alma, não destino pronto.
Se eu pudesse saber o quanto de mim ainda vive em você... Se seu coração ainda pulsa diferente quando escuta aquela música, se sua pele ainda lembra o toque que só existia entre nós. O amor que tivemos não foi desses que o tempo leva com o vento... foi daqueles que se cravam na alma, que doem mesmo depois de tanto silêncio. Às vezes me pergunto se você também fecha os olhos e se perde nos mesmos instantes que ainda moram em mim. Porque, mesmo longe, mesmo depois, há amores que nunca dizem adeus... apenas se escondem onde ninguém mais vê.
Por todo este tempo, eu vivi... respirei, caminhei, cumpri os dias como quem atravessa paisagens sem se deter nelas. Estive presente, mas não inteiro. Fiz o que se esperava, sorri quando era preciso, calei o que gritava por dentro. E, ainda assim, algo sempre faltava.
Agora entendo: eu vivi, sim… mas nunca tive uma vida que fosse verdadeiramente minha. Nunca abracei meus próprios desejos sem medo. Nunca me permiti ser, apenas ser, sem me moldar ao olhar dos outros.
Talvez, só agora, ao reconhecer essa ausência, eu comece a construir o que é meu... um caminho onde viver não seja apenas existir, mas pertencer a mim mesmo. E nisso, finalmente, pode nascer uma vida.
Apega-te à tua verdade, não à que o mundo impõe, mas àquela que pulsa no silêncio quando estás só. Essa verdade íntima, que resiste mesmo nas noites mais longas, é a chama que não se apaga. Nela habita tua essência mais pura, e quem se ancora em si mesmo, por mais que o vento sopre ou as marés mudem, nunca se perde.
Infelizmente, o dinheiro não ajuda com o que mais desejo na vida: compreender este mundo. Ele compra livros, experiências, até algum tempo... mas não me dá respostas. E quanto mais vejo, mais confuso tudo parece. As coisas se repetem, os erros se acumulam, e as certezas se dissolvem diante do caos disfarçado de rotina.
Talvez o erro esteja justamente em esperar sentido de algo que nunca prometeu lógica. O mundo não se organiza para agradar nossa compreensão. Ele apenas é. A natureza segue, indiferente. A dor acontece, com ou sem motivo. O amor chega e vai, sem roteiro. O mundo não se curva à nossa busca por sentido.
Mas mesmo assim, eu não consigo apenas aceitar. Não sei viver na superfície. Sinto que preciso ir além, aprofundar, mergulhar mesmo sem saber se há fundo. Porque há um tipo de alma que não se satisfaz com o raso, que precisa tocar o enigma, mesmo que isso custe paz.
Talvez eu nunca compreenda. Mas ainda assim, eu preciso tentar.
A maioria se agarra ao passado como quem teme o vazio — são moldadas por ausências, traumas e repetições que não cessam. Caminham carregando escombros de si mesmas, como se a dor fosse identidade. Mas eu sou inquietação em carne. Não aceito ser resultado, sou processo. Não me prendo ao que me moldou, porque sei: o que me molda agora é o próprio caminhar. Recuso as certezas confortáveis do que fui. Refaço-me, mesmo sem garantias. Há algo de sagrado nessa travessia sem mapa, como se o próprio ato de transformar-se fosse o destino. Não sei o propósito — talvez ele nem exista —, mas sigo, porque estagnar é morrer, e eu escolho o abismo de me tornar.
Eu penso tanto em você… Te quero com uma fome que não se sacia, um desejo que me incendeia por dentro e arde em silêncio. É loucura sentir saudade de um corpo que nunca toquei, mas é teu nome que meus lábios murmuram nas madrugadas quentes, como uma oração proibida. Mesmo sem te conhecer, minha pele já te reconhece, como se teu toque estivesse gravado em mim desde antes do tempo.
Sabe… certas dores não gritam. Elas silenciam a alma devagar, como quem fecha as cortinas de um teatro depois do fim. Algumas feridas não sangram mais, mas seguem abertas dentro da gente, como páginas que o tempo não teve coragem de virar.
Elas criam um véu — sutil, quase invisível — sobre tudo o que fomos antes do abismo. E é nesse véu que a alma aprende a respirar diferente, com mais cautela, com menos fé. Nunca tente levantar esse véu… Ele não é esquecimento. É sobrevivência.
Ser fiel a si mesmo é o primeiro passo para não se perder no outro. Quando quem amamos não está, percebemos o quanto a vida é dura — e curta. Esperar finais felizes parece ingênuo diante da realidade que insiste em nos quebrar.
Mas há força na dor. As partes que se quebram revelam quem realmente somos. A ausência do outro escancara a necessidade de presença de si. E quando dizemos “nunca mais”, talvez estejamos, enfim, dizendo “agora, sim” — para nós mesmos.
O tempo é um tirano silencioso.
Não estende a mão, não consola.
Ele leva sem pedir licença,
rouba risos, desfaz promessas,
e castiga com a saudade.
Mas talvez sua crueldade seja arte —
uma forma estranha de ensinar.
Pois só no vazio que ele deixa,
floresce o que somos capazes de ser.
Quando a saudade apertar e o silêncio da noite pesar sobre teu peito, fecha os olhos devagar e deixa que teu coração me encontre no abrigo dos sonhos. Estarei lá, entre brisas e estrelas, esperando por ti com o mesmo sorriso que desenhava no teu mundo quando éramos presença. Sussurra meu nome ao vento do teu subconsciente e permita que a memória dos nossos instantes se faça viva, como se o tempo jamais tivesse nos separado. Pois, mesmo longe da tua pele, nunca estive distante do teu sentir — sou verso escondido na tua alma, abraço eterno entre os véus do sono.
Era uma vez um quase-amor. Intenso, confuso, bonito… mas mal vivido. Não faltava sentimento — faltava coragem. Ela amava com presença, ele respondia com ausência. E nesse vai e vem, perderam um ao outro sem nunca terem se tido por inteiro.
Ela foi embora pra se proteger. Ele ficou, tentando disfarçar saudade com distrações. No fim, o que restou foi silêncio onde havia conexão, e um “poderia ter sido” que pesa mais que qualquer adeus.
Por desentendimentos ao longo do tempo, eles se separaram, e a vida os levou por caminhos distintos. Mas o homem, fiel ao juramento feito em silêncio, manteve sua promessa apesar dos anos. Ele conheceu outros corpos, é verdade — buscou consolo em abraços passageiros e bocas que nunca o prenderam. Contudo, seu coração permaneceu inabalável, prisioneiro de um único amor. Porque, embora o tempo apagasse rostos e desfizesse lembranças, aquela mulher continuava sendo a única poesia que sua alma sabia recitar.
Era uma vez um quase-amor...
Desses que não se nomeiam com facilidade, mas se sentem na pele, no peito e até nas pausas da respiração. Um sentimento que nasceu rápido demais, intenso demais — talvez demais para caber nos moldes do que se espera de um amor tranquilo.
Ele chegou como quem não queria nada, mas logo tomou tudo. Fez morada nas conversas, nos olhares trocados, nas entrelinhas não ditas. E ela, mesmo desconfiada, se entregou como quem reconhece uma alma antiga. Havia ali uma conexão que não precisava de explicação. Só existia.
Mas era um laço torto. Um passo à frente, dois atrás. Um carinho de manhã, um silêncio à noite. A ausência dele não era total, mas era constante o suficiente pra doer. Ele aparecia, mas não permanecia. Dizia muito, mas demonstrava pouco. E ela, ainda assim, insistia. Não por falta de amor-próprio, mas porque acreditava — talvez mais do que devia.
Ver o afeto dele derramado em outros cantos era como se olhar no espelho e não se reconhecer. Era se dar conta de que o espaço que ocupava era pequeno demais para o tamanho do que sentia. Ela saiu das redes dele, mas nunca conseguiu sair, de verdade, da memória. Porque amor que marca, marca até no silêncio.
E ele? Ele sentia. Sentia a falta, o peso da ausência dela, o vazio onde antes havia vida. Só não sabia — ou não conseguia — dizer. Talvez porque nunca aprendeu que o amor precisa ser assumido, não disfarçado. Que sentimento escondido vira ferida em quem espera.
No fim, ficaram os dois: ela com o peito cheio de palavras engolidas, ele com a alma carregada de tudo que não soube viver. Não houve briga, nem ponto final. Só um "quase" que doeu mais do que qualquer fim.
Porque há amores que não terminam, apenas se perdem.
E há pessoas que, mesmo indo embora, continuam morando em nós.
Feito eco.
Feito lição.
Feito eternidade disfarçada de acaso.
Quando estou na tua presença, não sou apenas eu—sou um universo inteiro que se refaz. Minhas células, antes dispersas no caos do tempo, alinham-se como estrelas traçando constelações invisíveis, todas girando em torno de ti.
Minha pele sente diferente, como se cada poro aprendesse a respirar um ar que só existe quando estás por perto. Meu sangue corre em outro ritmo, pulsando um compasso que não conhecia antes de teus olhos cruzarem os meus. Até meus ossos, firmes e silenciosos, parecem vibrar com a melodia do teu nome.
Se te aproximas, tudo se ilumina—cada molécula dança, cada neurônio se acende, cada batimento do meu coração entoa teu nome sem que eu precise dizê-lo. És a força que reescreve minha existência, a tempestade que me desorganiza para depois me refazer mais vivo, mais intenso, mais teu.
E se um dia partires, não sei se voltarei a ser eu. Pois, sem ti, até minhas células esqueceriam quem são.
Eu estava pensando em você. Pensando em nós. No que fomos, no que poderíamos ter sido. Tantas vezes me peguei viajando nesse mesmo caminho, refazendo nossos passos, buscando respostas no silêncio da saudade. Mas, sempre que abro os olhos, percebo... era só um sonho. Um sonho que insiste em viver dentro de mim.
O tempo passou, a vida seguiu seu rumo, mas há amores que não se apagam. Você se tornou parte de mim de um jeito que nem a distância, nem os dias, nem a ausência puderam desfazer. Seu nome ainda ecoa nos meus pensamentos, sua lembrança ainda aquece meu coração.
Talvez nossa história tenha ficado inacabada, presa entre o que sentimos e o que o destino decidiu. Mas se existe uma verdade que o tempo me ensinou, é que o amor se vive, às vezes se perde, mas nunca se esquece. E eu sei... vou te amar para sempre.
Um amor forte, mas que, por razões do destino, seguiu caminhos distintos. Talvez não fosse o tempo certo, talvez o universo tenha outros planos… Mas quem sabe, em outra vida, os reencontros não precisem de despedidas.
A vida nos transformou em estranhos que se conhecem profundamente. Eu não faço parte do seu dia, não ilumino suas manhãs nem aqueço suas noites solitárias. Somos apenas uma lembrança perfeita, uma possibilidade que nunca encontrou seu destino. Talvez sejamos isso: um amor eterno, mas condenado a existir apenas na saudade.
Nômades da Vida
Você me disse que somos nômades, almas errantes que se perderam em caminhos contrários. Cada passo que damos nos afasta ainda mais, tornando-nos lembranças dispersas no tempo, como folhas levadas pelo vento. As escolhas, implacáveis, nos arrancaram dos abraços possíveis, deixando apenas um rastro de memórias que insistem em sobreviver.
Não importam títulos, cidades ou conquistas. Nada disso pesa mais que a ausência que agora preenche os nossos dias. Você não se importa com vaidades; o que te toca é a verdade silenciosa dos sentimentos que a vida tentou sufocar. Entre nós, não há vitórias que compensem as perdas invisíveis.
Você confessou que ainda me ama — com a força de um tsunami avassalador. Mas o amor, sem presença, se torna um poema inacabado, uma melodia sem refrão. E assim, seguimos separados, com corações que ainda pulsam por uma história que jamais será escrita.
A vida nos transformou em estranhos que se conhecem profundamente. Eu não faço parte do seu dia, não ilumino suas manhãs nem aqueço suas noites solitárias. Somos apenas uma lembrança perfeita, uma possibilidade que nunca encontrou seu destino. Talvez sejamos isso: um amor eterno, mas condenado a existir apenas na saudade.
Há sentimentos que desafiam o tempo, sobrevivem ao vento impiedoso dos anos e se escondem nas sombras do inconsciente, florescendo inesperadamente em um suspiro ou em uma lembrança fugaz. O amor que carrego por ela é assim: uma chama que arde, mesmo sem combustível aparente, alimentada por memórias que já não sei se são reais ou apenas fragmentos embaçados pela saudade.
Não sei mais por que a amo, mas a verdade é que essa pergunta já perdeu o sentido. Amo porque é inevitável, porque está tatuado na minha alma, como um eco que ressoa mesmo quando o mundo silencia. Ela vive em mim, entre as palavras que não foram ditas, entre os gestos interrompidos e as promessas que ficaram suspensas no ar.
Há dias em que esse amor me aquece, envolvendo-me com um calor suave, quase nostálgico. Mas há outros em que ele me corta, trazendo uma dor sutil e persistente — a dor da ausência, da impossibilidade, daquilo que o tempo levou, mas jamais apagou. A saudade é uma presença constante, um fio invisível que me puxa para o passado, mesmo quando tento avançar.
Quase vinte anos se passaram, mas o coração não entende de calendários. Ele apenas sente. E eu sinto — o amor, a dor, e a saudade entrelaçados em um nó que me mantém vivo, lembrando-me de que algumas histórias não precisam de um final, porque continuam a ser escritas dentro de nós.