Coleção pessoal de Islamara22

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Felicidade

Por Islamara Costa

Antes de ontem foi o dia da felicidade. Enquanto ouvia a reportagem no rádio falando sobre uma pesquisa realizada no mundo, pra saber quais países as pessoas eram mais felizes, fiquei me perguntando se algo tão subjetivo quanto a felicidade, fosse realmente possível de ser mensurada em números.

Afinal, quem não quer ser feliz? Mas ai fica a questão: o que seria a felicidade? O que precisamos para alcança-la? A felicidade está mais para o ter, o possuir, ou, ela está dentro de nós? Na verdade, parece que hoje, a felicidade virou uma obrigação e não um sonho almejado. É como se para sermos felizes, não devêssemos passar por lutas, dores, dificuldades. Eu tenho a obrigação de parecer feliz, na atual conjuntura, quando na verdade eu deveria ter o direito de ser feliz.

Por que fazemos tanta questão de esconder a dor? Por que fingimos que não a sentimos? Por que a necessidade de sempre parecer bem aos outros? Por que damos tanto valor a aparência, ao que pensam de nós?

Não coaduno com o fato de nos entregarmos a angústia (lutei, luto e sempre lutarei com o humor deprimido), não compactuo com a ideia de vivermos a murmurar (acho que temos que sorrir apesar de...), nem de se lamentar, mas o fato é que negar o que sentimos, não fará nenhum bem a nós mesmos. Fingir que determinado sentimento não existe, não é melhor forma de lidar com ele.

Vivemos numa época de uma falsa felicidade, onde as pessoas se satisfazem pelo consumo, pelos lugares onde andam, pela marca que vestem. A felicidade parece que consiste em TER, quando na verdade isso não passa de uma fuga da realidade. Onde anda o valor do ser? Onde se anda o valor de se estar com amigos, familiares, com pessoas que amamos? Não importa o lugar e nem a atividade que você possa no momento realizar. Um bom café com bolacha, ao lado de uma pessoa querida e um bom papo, traz felicidade a qualquer alma. Agora se estamos dando mais lugar a outras necessidades do que a da nossa alma e essência, ai é outros quinhentos.

Mas eu continuo me interrogando: qual o verdadeiro sentido de vivermos para mostrar que ESTAMOS BEM, quando na realidade estamos sendo corroídos pela dor, pela angústia, pela insatisfação, enquanto tentamos mostrar justamente o contrário. E quando questiono tudo isso, faço-o com conhecimento de causa. Já vivi essa necessidade de demonstrar um bem estar, que na verdade eu não sentia e acreditem, não há coisa mais cruel nessa vida, do que você fingir, querer transparecer uma situação que não é real.

Seu olhar denuncia, suas palavras revelam nas entrelinhas, suas atitudes demonstram. Não há como escapar do que é real, do que é concreto. A receita é antes de qualquer coisa aceitar a situação existente e ter atitude diante da mesma. Não há um rol taxativo no qual lhe direcione para a solução das adversidades da vida, mas certamente fingir não sentir a dor, é sem sombra de dúvida, a pior das opções da vida. Chorar certamente não vai resolver sua dor, mas quando você resolve aceitá-la, senti-la; quando você resolve não mais se envergonhar dela, com certeza vais encontrar um meio de aliviá-la também.

Pense nisso.... não existe perfeição nem em nós e nem na vida, pra que fingir essa existência, então?. Aceite seus fracassos, seus erros, suas desgraças, como uma forma de aprendizagem para ti e para teu próximo. Seja você, seja autêntico, isso provoca um bem indescritível.

Quando você deixar sua essência falar, vais ver que muita coisa dentro de você vai mudar.

Carpie diem

Deixe livre


Por Islamara Costa

Ontem a noite, vinha eu dirigindo na estrada, concentrada no que fazia, quando o meu celular toca. Voltava de minha cidade para a cidade onde atualmente moro e pelo percurso que fazia, sabia que meu celular logo logo sairia de área.

Olhei no retrovisor, nenhum carro atrás de mim, na minha frente também não. Me apressei em pegar o celular de dentro da minha bolsa, para ver de quem se tratava. Quando me distraio um pouco tentando abrir a bolsa e dirigindo displicentemente apenas com uma mão, puxei o carro um pouco para o meio da pista, quando sou advertida por uma buzina forte, me chamando a atenção para o que eu estava fazendo.

Com um susto, solto o celular e puxo o carro de volta para a minha mão e o outro carro que surgiu logo atrás de mim, conclui com sucesso sua ultrapassagem.

Passado o susto, olho para o retrovisor e fico observando um pouco a estrada que vai sumindo. Fito em determinado ponto lá atrás, mas como vou seguindo adiante, o ponto aos poucos vai desaparecendo. Observo e percebo que tem certas coisas que é apenas uma questão de tempo para ficar para trás, mas outras nos perseguem como perseguia-me aquele carro.

Pensamos que ela não está mais ali e de repente uma buzina nos adverte, tem algo atrás de nós. O pior de tudo, é que muitas vezes, por nossa displicência, empatamos que essa coisa ultrapasse e vá embora. Ficamos com o nosso carro no meio e não deixamos aquilo ir embora de vez.

Entendi nessa hora, que na vida, assim como na direção, tão importante quanto seguir adiante, é olhar também, para trás. É estar atento aos "carros" que surgem atrás de nós e deixá-los passar. Empatar a passagem daquilo que deve ultrapassar e ir embora, é uma burrice sem igual.

Seguir em frente sim, mas não esquecer de olhar no retrovisor, para não cometer sempre os mesmos erros. Ter o cuidado para não deixar o carro da nossa vida, no meio da pista e com isso, ou atrapalhar a passagem daquilo/de quem deve seguir ou corrermos o risco de sermos atropelados pelo que vem atrás de nós.

Necessitamos analisar o passado, ver se há algo que ainda nos persegue e deixar que isso ultrapasse. É necessário sair do meio, deixar a pista livre para que o que vem lá de trás, se sinta livre e se vá.

Não dá pra ficar segurando algo que quer ir.

Se você parar para perceber, o que vem pela frente é bem maior. A vista de frente tem muito mais possibilidades. Olhe para o retrovisor e veja o quão pequeno é o que vem de trás. Saia do meio. Dê passagem. Deixe livre.

Depois disso, olhe para frente e viva todas as novas possibilidades que a estrada te dá. Isso é vida. VIVA.

Ainda resta

Por Isla Costa.

E tudo estando perdido
Restam os sonhos
Restam utopias

Em tudo perdido
Ainda há sonhos
Há alegrias.

E quando tudo estiver perdido
Há resquícios de esperança
Há alegria na dor

Em tudo perdido
Há uma renovação no hoje
Há um amanhã na cor.

Só se morrem sonhos
Só se morrem esperanças
Quando não há mais dor

Quando o fôlego morre
Quando a alma falece
Quando o espírito desvanece.

Em vida
Nada está perdido
Nada se acaba

Há esperança renascida
Há vigor na ferida
Há renascer na estrada.

[00:21, 28/03/2020] Islamara Costa:

Seguir ou recuar?

Por Islamara Costa

Sabe o conselho de seguir sempre em frente, não olhar para trás, não desistir, não recuar etc, etc, etc?

Pois é... Ontem de madrugada, enquanto dirigia voltando para casa, me peguei absorta refletindo sobre a importância das marchas de um carro e como isso pode nos deixar uma lição para a vida.

Parando em sinal vermelho (parar num sinal de madrugada em Mossoró pode não ser uma boa opção) avancei um pouco o carro, para ver se me era possível atravessar, mesmo sabendo que não deveria.

Ao avançar um pouco constatei que vinha um outro carro em alta velocidade. De imediato apertei o freio e utilizei a ré para voltar ao meu lugar devido.

Aquele movimento abrupto não me assustou, me inquietou. E se não houvesse a marcha de recuar, de voltar atrás? E se a regra fosse sempre seguir em frente? Eu com certeza estaria morta nessa hora.

Pensando nisso, percebi o quanto todos os conselhos, regras, ditados, ensinamentos, são todos relativizados. Nada é pronto e acabado e tudo, absolutamente tudo, depende do contexto.

Recuar, voltar atrás, desistir, as vezes é necessário para nos salvar a vida.

Prosseguir é a regra. Insistir é a melhor maneira de conseguir algo, mas ter perspicácia de saber o momento certo de parar, recuar ou simplesmente desistir, pode ser a melhor saída.

Se para toda regra há uma exceção, é porque certamente elas são extremamente necessária.

Apenas mais um devaneio.

Decisão

Por Islamara Costa

Quem pode prevê o que uma decisão arriscada na vida pode causar? A quem foi dado o dom de adivinhar o futuro ou de medir milimetricamente as consequências de uma decisão? Poderia alguém atestar categoricamente o que uma decisão difícil poderá acarretar em sua vida?

Certamente não há. Da mesma maneira que uma decisão pode acarretar dores, arrependimentos, agruras ou dificuldades em seu caminho, não poderá ela mudar por completo o seu percurso e contribuir para a abertura de um novo e brilhante tempo em sua vida?

Essa semana ouvi de um pastor, que as vezes ficamos esperando de Deus respostas externas, sinais mirabolantes, quando na verdade a palavra de Deus fala de forma simples e o melhor, fala ao nosso coração.

Quem de nós, em sã consciência pode desvalorizar ou desacreditar na importância que se deve dar ao coração, em momentos que nossas rígidas convicções são acometidas e abaladas, por uma grande, dolorosa, mas sincera confusão?

Ouvir o coração, as vezes pode parecer burrice, mas talvez ele nos leve as respostas mais sábias, que nos conduzirão a decisão mais acertada.

Foi doloroso para mim perceber que não se vive apenas o que se planeja. Que o manual programático da vida falha e você tem que aprender a viver também o impensável, o imprevisível, afinal, são essas coisas que nos tornam mais humanos.

O que dizer quando se resume a vida à viver apenas o que os outros esperam que você viva?

Acreditei por muito tempo que eu tinha o controle.. que eu tinha pessoas, que as coisas estavam e tinham que permanecer nos trilhos. Mas chega um momento que tudo desmorona, que suas certezas se transformam em dúvidas e ai, por mais que se tente, não se consegue fugir daquelas interrogações... e se???

Optar por ficar esperando que os outros decidam, para ver se facilita sua situação, é chegar no ápice da dor. É aquela coisa que dizem por ai: "quando a dor de não viver, for maior que a dor da mudança, a pessoa muda".

Mas é isso mesmo, sabe. O que nos custa tentar? Podemos esperar uma resposta cair do céu, para que tenhamos convicção que tomaremos a decisão acertada? Ilusório isso, não acha? A resposta não estará no seu coração? Porventura não poderá ele nos conduzir para o melhor caminho? Ele pode nos enganar, sim claro. Mas melhor seguir o que o seu coração manda ou seguir adiante fazendo exatamente aquilo que as pessoas esperam que eu faça?

Sem sombra de dúvida, a segunda opção é mais cômoda, por um tempo... porque a longo prazo, terás que conviver com o "e se". Lembre-se ai de quantos impossíveis já existiram em sua mente e hoje lhe parece tão bobo, pensar que algo do tipo seria impossível.

Em uma decisão sua vida pode virar de ponta cabeça.... estou certa? Sim, mas já parou pra pensar se você já não está de ponta cabeça e você tenha que justamente decidir dá uma guinada, para colocá-la no lugar devido?

Uma decisão pode mudar sua vida, principalmente a decisão de SER VOCÊ.