Coleção pessoal de IsaacNGomes

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Refletiu em seus olhos o mar e as estrelas; lua prateada nasce sobre sua cabeça com digníssima beleza.

Seu olhar era o meu céu, o brilho neles provindo dos cosmos; quem entenderá o coração que veem com estranhos olhos?

Águas perturbadas, não cries ondas, sejas calma; meu amor por ti é brilhoso, da magnitude solar, e seu conforto, não que eu esteja errado, é frio e gracioso, ó lua nas espelhadas águas portentoso.

Tal como a água, que varre a terra, forte e impetuosa, me vens e vai-te quando retorna; foi-se também aquele olhar, a beleza que meus olhos desabam em pesar agora.

Ondas turbulentas, doces como és, por que me fazes sentir o salgado das lágrimas? Seca-me os lábios, alegra-me a face.

Noite após noite, seu espelho sereno me revela, brilha as estrelas, a lua, e nas águas, ela me será eterna.

Frio, gêmeo do sol, todavia, quente, provindo da lua.
Ó, areia torturante, cujos mares me são sufocantes, de mim tenha piedade.
Ó, céus anuviados, encoberta minha face, tampa meus olhos, beija-me de sombras e ventos ruidosos.
Tu me vens, e logo vais-te.
Tu enches-me, e logo esvazias-me.
Aqui te encontrei, e aqui meus olhos não a ti enxergam.
Ó! Por qual terra andaria tal perna? Acaso o vento esfria seu corpo? O sol esquentá-lo-ias sua face?
Será o vazio nascido por teu espírito, frio, imenso, adorador do calor e do conforto?
Acaso dize-me que não há existência do meu ser?
Respondei-me, tu que andas entre o sol e a lua, por que partes em meu lamento? Por que minha voz não a ti clama? Por que minhas pernas não para ti caminham? Por que meus olhos marejam, choram, brilham quando em ti penso? Por que meu vazio chama por ti? Seria eu incompleto, necessitado de ti? Se, porventura, meu amor não vem suficientemente para ti, por qual razão o teu amor me vem suficientemente a mim?
Aqui ficarei, com o vazio gerado.
O barro lamacento em algum canto de horizontes desolados.
Meu corpo sente, meu coração chora, meus pensamentos mentem.
Frio eu sinto, todavia, o calor me aquece; de donde vens, ó calor que me segue?
O tempo escoa, como águas da chuva no solo.
Abençoada terra, a qual cai lágrimas doces, germinando teu solo.
Outra semente, a dita antecessora de brotinhos, distendê-lo-ia.

⁠O uivo do vento, a sinfonia do mundo.
Seu nascimento não se é explicado, nem seus caminhos tens conhecimento.
Misterioso és, sopro universal, banhado por ti sou em momentos serenos; que benção divina, em teus abraços, foi-me confiado.
Esfria meu espírito, para que se aquiete; meus olhos, para que enxergue; meus pensamentos, o qual este padece.
Os ventos trouxeram-me, e tiraram de minha posse.
Semelhante a um sopro, assim passou-se minha vida, e de mesmo modo passei a viver.
Quanta ironia dos ventos que é passageiro, de semelhança a vida.
Traz quem, e me deixa sem quem.
Tal é a vida, um uivo do vento, a sinfonia divina.

⁠Deixar-se cair é a salvação, como Lúcifer caindo dos céus; ele e seus irmãos antes da incompreensível criação.

Pobre Adão, tolo e inocente, caindo na perdição quando, pela solidão, caiu em tentação; ó, Eva, por que derribaste tu de tal alto santuário? Acaso cair era sua única predileção?

Serpente que rasteja por todo o chão, cair ainda mais fundo é sua maior ambição? Teus irmãos choram em arrependimento; pedem asas para voar, e não mais desejam ao inferno retornar.

Gritam os tolos “Caiam!”, derrubando os que do alto estão; pobres almas tolas que, como Eva, sucumbem a tentação.

Avisam os sábios “Subirei contigo! Não ficarás!”, e teus pés flutuam do solo, ao santuário outrora proibido, pois em ti não se encontra antigo castigo.