Coleção pessoal de ijoreis

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Mundo Ingrato
(musica de: "Lenha na fogueira")


Já não sei se sei

Já não sei quem sou.

Mas bem que tentei,

Saber onde eu vou.



Já perdi o rumo,

Qualquer lado é lado.

Assim me consumo,

Triste e calado.



Eu estou com medo,

Ver tanta injustiça.

Que ataca cedo,

Por ter quem atiça.



Quem tinha cem casas,

Já não tem nenhuma.

É melhor ter asas,

Pra sumir com a bruma.



Será preferível

Morrer bem ligeiro;

E não ver o incrível

Mundo traiçoeiro.



Abrigar o belo

E o que é querido;

Dar nosso castelo

Prato dividido.



É bem fácil, creio,

Mas não tem virtude.

Quero ver do feio

Quem é que ajude!



Descartar ligeiro é

Mais conveniente,

Que dar travesseiro

A um indigente,



Eta mundo ingrato

Que não toma jeito.

Quem é belo eu trato;

Piso em quem há defeito.

O Tempo no Tempo



(Tempo de viver)

Cada tempo é um tempo no tempo;

Aventuras que tão pouco dura,

São levadas nas asas do vento;

Para o tempo parar não há cura.



(Tempo de sonhar)

Só a noite escura é que cura,

Na visão do sonhar belo então;

É o desejo de quem só procura

Ver o tempo escoar na ilusão.



(Tempo de desfrutar)

E há tempos que nós relutamos

Não deixá-lo passar simplesmente,

Por haver algo que desfrutamos

Deu prazer viver intensamente.



(Tempo de recordar)

Há o tempo que perpetuamos

No profundo do pensamento;

Passe o tempo que for, recordamos,

Reprisando cada momento.



(Tempo de esquecer)

Tempo há que insiste a memória

Obrigando-nos sempre lembrar,

Se queremos da nossa história

Uma parte do tempo apagar.



(Tempo de cuidar)

Esse tempo tão misterioso,

Não há sábio que o possa entender;

No relógio se faz vagaroso;

Tão veloz é no nosso viver.