Coleção pessoal de ideniramos

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Bom dia meus queridos alunos hoje vou ensinar para vocês uma teoria muito complexa, cheia de pormenores e de regras e que não serve para absolutamente nada.

Nasci para o casamento – disse o padre.

Fernando - Pessoa“s”.

Tão bom dizer tudo em uma única linha, se Balzac tivesse descoberto isso teria tido mais tempo para dormir.

Não sou aristocrático
Não sou fidalgo de muitas posses
Também não sou Charles Bukowski
Sou relativamente educado
Um cérebro singular dentro desse país,
Dentro desse Brasil Machadiano
Graciliano – e cruel
Li alguns poetas latinos
Conheço um pouco de Shakespeare
Entendo de literatura russa
Tranquei a faculdade
Mesmo sendo um dos melhores da classe
Devotei-me as letras desde a adolescência
Estou sempre em movimento
Procurando metáforas, sons, ritmos,
Significados
Posso dizer com certeza
Que um dia serei reconhecido como poeta
(mesmo medíocre)
E essa terra, essa pátria, esse tempo,
Esse século disforme
Saberão que um sangue lírico
Correu pelas artérias de aço das entranhas estranhas da loucura e jorrou poesia nos muros alheios.

Todo poeta é brega
Até tu Maiakoviski!

Derrame o mel
De teus lábios
Na minha boca
Mel do mel mais puro
Abelha minha
Mulher de flores

Leia meus hieróglifos
Diga-me o que decifras
Desses olhos cansados
Dessas pálpebras aflitas

Dizer-se poeta
Plasmar sentimentos
Temperados com dor
Provocar sentidos alheios
A suspirarem de emoção
- Artífice do vento!
- Homem de ninguém!
Nem a lua retribui teu lirismo
Teu pão é pedra
Tua vida - cinzas
Maldito és na terra
De teu exílio!

Queria que fosses minha
Que vivesses a cantar junto a mim
Sob o alpendre, no verão,
Pela rua, entre as nuvens,
Ter-te e te amar, amar-te para não te perder.

Eu quisera teu amor
Como nunca quis nenhum
Eu dissera: amo-te tantas vezes
Em meus sonhos ou fora deles
Eu fora teu, somente teu

Agora na mais absoluta solidão
Sou um vaso quebrado
Onde não mais vicejam flores,
Uma alma vazia,
Uma razão desmesurada,
Qualquer fragmento inócuo
De uma vida desatinada.

Tinha um caminho no meio da pedra
Ou uma pedra no meio do caminho
Ou uma foto do Drummond no meio do livro
Sei que meus olhos tropeçaram em algum ponto da página

Para Franz Kafka

Fui destinado à solidão
A vagar sozinho pela casa
Às vezes, no meio da noite,
Procuro respostas para a metafísica do absurdo.

Lá no céu distante
Uma nuvem se desfaz
Então a chuva cai
E molha meu rosto
E molha meu sapato
E molha até um papel que havia no meu bolso com o número do celular da mulher que conheci ainda pouco, quando o tempo ainda estava bom e a chuva parecia ser algo impossível!

Eis que eu fiquei ali parado
à margem do que eu poderia ter sido
cantando as glórias do futuro,
As glórias que jamais chegaram
Que nem se quer me conheceram

Por um instante, por um mísero instante,
Divaguei no labirinto do tempo
E vi linhas projetarem-se em meu rosto,
Minha barba tornando-se alva como a neve,
Por fim, minha inocência foi roubada.
Só por um mísero e maldito instante!

Desespero - tua beleza é visceral!

O homem de sobretudo preto diz:

- Te amo de amor revoltado, te quero com um querer revolucionário.

Entre um bom café e a filosofia é difícil encontrar quem escolha a filosofia.

Eis um paradoxo:

Mais sorte para o seu azar da próxima vez!