Coleção pessoal de henriquepaiva

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Não quero ser ninguém importante.
Eu quero ser eu, só.
Aliás, eu e minhas outras milhões de versões de mim.

Quando amo, perco completamente a sanidade. E todas as características que fazem de mim uma pessoa madura, desaparecem.

E o platônico cede seu lugar à realidade. E tudo permanece bem, até que se prove o contrário.

Resolvi fugir de casa para sempre amém.
Acordei e pus a mochila nas costas. Dentro dela, uma lata de ervilhas, uma maçã e um livro. Destino? Não.
Nada importa agora; nem pessoas, nem casa e nem comida. Serei anti social até o pôr do sol. Sei caminhar até o portão de casa. Depois disso, a estrada é completamente desconhecida.
Na cozinha, encontrei minha mãe.
- Vou fugir de casa para sempre – disse.
- Quando voltar toque a campainha, meu filho.
No caminho até a porta, perguntei-me qual parte do “para sempre” ela não compreendera. Passei do portão, enfim. A chuva começou. Com ela, os trovões. Com eles, meu medo.
Virei-me e hesitei por exatos três segundos em apertar a campainha. Meu lado racional insistia em não fazê-lo, mas como sempre foi vencido pela emoção. Ouvi o barulho do portão sendo destravado e corri imediatamente para os braços de minha mãe.
- Eu estava fugindo para a Terra do Nunca, mãe.

Eu cheguei ao cúmulo de achar que essa máscara era impecavelmente forte e real. Enganei-me.

A fortaleza que eu demorei meses pra contruir foi derrubada no segundo em que você sorriu pra mim. Tudo fez sentido naquele exato segundo. Percebi que não havia o “nós”, e que, por mais perfeito que fosse seu olhar, não era como eu desejei. Faltava saudade, malícia; faltava um plural naquilo.

Mas eu fui até forte, acredita? Contive-me e não derramei nenhuma lágrima. Aliás, não derramei nenhuma lágrima que você pudesse ver.

Eu estava gritando desesperado por algo que meu lado racional sabia não ser possível no momento: nós, juntos, de novo.

Atravesse o oceano e venha ao meu encontro. Traga consigo o sorriso perfeito, os chocolates, e as lágrimas para eu poder secá-las.

Você é minha vida há muito; e a ideia de dividir meu ar com alguém que não seja você é intolerável! Pensando, descobri que a única parte humanamente inteligível do meu ser é o nosso amor.

Tu me deixastes aqui e eu permaneci imutável durante todo esse tempo. Todavia, meu amor cresceu desesperado pela sua presença e eu não posso mais suportar a saudade.

Para Isabella Proença, minha vida.

Não sei por onde começar para recuperar minha sanidade. Está tudo bastante confuso ainda. Minhas mãos tremem quando penso no que vou encontrar quando voltar. Minha mente pára.
Somente o branco é real, o que confirma minha possível ignorância.

Como eu fui capaz de enganar a mim com essa tolice de amar?
Há pouco descobri que todas as cores que eu vivi nos últimos meses não passavam de cinza.
Não era amor; não o amor que eu achei que sentia. Era ligeiramente mais sóbrio e mais frio, coisa que demorei a entender e tentar querer aceitar.
A ilusão é bastante doce. A realidade tem é outro gosto.

Ó céu, derrame a chuva sobre o meu ser completamente despenteado nesse dia cinza de primavera.
Estamos mesmo na primavera, não é?

Não importa, sempre será assim.
Nós sempre teremos medo de que alguém interrompa nossos planos e acabe com nossos sonhos (os quais, inocentemente, julgávamos que seriam realizados).

Às vezes, me dá a louca. Faço coisas que jamais imaginei fazer. Me arriscar em uma tempestade com um guarda-chuvas, que atrai raios, para escrever sobre as senseções que a chuva me causa, é apenas uma dessas coisas.

Trovões, eu vos recebo com chuva, chocolate, papel e poesias; nesta ordem.