Coleção pessoal de helenagruber

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A Moral não me ajuda. Sou antagônico nato. Sou uma daquelas pessoas que são feitas para exceções, não para regras.
(De Profundis)

A música cria para nós um passado que ignorávamos e desperta em nós tristezas que tinham sido dissimuladas às nossas lágrimas.

Perversidade é um mito inventado por gente boa para explicar o que os outros têm de curiosamente atractivo.

Por detrás da alegria e do riso, pode haver uma natureza vulgar, dura e insensível. Mas, por detrás do sofrimento, há sempre sofrimento. Ao contrário do prazer, a dor não tem máscara.

Razão é a inteligência fazendo exercícios; a imaginação é a inteligência com uma ereção.

DO AMOROSO ESQUECIMENTO

Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?

Quem luta com monstros deve velar por que, ao fazê-lo, não se transforme também em monstro. E se tu olhares, durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti.

Vale a pena viver - nem que seja para dizer que não vale a pena...

Neste mundo, há apenas duas tragédias: uma a de não satisfazermos os nossos desejos, e a outra a de os satisfazermos.

O pessimista é uma pessoa que, podendo escolher entre dois males, prefere ambos.

O estado proíbe ao indivíduo a prática de atos infratores, não porque deseje aboli-los, mas sim porque quer monopolizá-los.

O que Pedro pensa de Paulo diz mais sobre Pedro do que Paulo.

Quase

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

Senti frio. Senti medo. Senti falta. Corri pra tentar chegar antes mas por meros instantes cheguei atrasado. Menti pra evitar estragar e quando acordei já estava estragado. Bebi pra esquecer que bebia pra esquecer o que eu não esquecia. Gritei pra arrancar do meu peito o passado imperfeito que tanto me afligia. Chorei pra lavar a alma e os olhos incrédulos no que nao enxergavam. Escrevi por insegurança pra manter a eperança,pra desabafar. Rezei pra não te ver. Pensei pra te alcançar. Vivi pra não morrer. Cai pra levantar. Calei por falta de opção e interlocutor. Amei por falta de amor. Beijei a boca errada ,sem paixão,sem desejo e com gosto de nada. Lembrei de voce todo dia vivi a agonia de um condenado. Lembrei de voce todo dia e por covardia estive calada!

Precisamos de uma imensa coragem pra dizer à alguém que a amamos. Mas porque será que precisamos de uma coragem tão maior pra dizer que não gostamos?

Conseguimos colocar nosso coração numa bandeja, e entrega-lo dizendo: Tome, é seu, não o quero sem você.
Mas, quando somos os que o recebem, simplesmente não conseguimos recusá-lo. Tampouco conseguimos aceitá-lo. O deixamos lá, simplesmente.
Se conseguíssemos devolvê-lo, a pessoa o pegaria de volta. Magoado, mas batendo.
Mas não o fazemos, o deixamos lá até que a pessoa perceba e o pegue de volta sozinha. Mas então, o encontra seco, frio. E nem sempre ele volta a bater. E nem sempre, ele volta a ser o mesmo.
Deveríamos pensar antes de fazer isso com alguém. Quase todos já sofremos por isso uma vez. Então porque não podemos simplesmente evitar o sofrimento de outro alguém? Porque, se sabemos o quanto dói, fazemos ao próximo exatamente como nos foi feito?
Somos assim, um bando de imbecis.

Então meu amor, porque não pode procurar coragem dentro de si mesmo, e devolver meu coração. Enquanto ele ainda bate, enquanto ele ainda luta pra manter-se quente? Ele está fora de mim desde aquele dia, já é tempo demais.
Ou o pega, ou o deixa ir. A escolha é sua, mas por favor, escolha logo.

Provas de amor não existem. Quem ama simplesmente acredita. A prova está dentro dela, pulsando, latejando e sentindo. A quem não ama, não há provas suficientes que se possa dar, e nenhuma delas trará esse amor. Se ela não sente dentro dela, ela não vai sentir, e se sente, ela não precisa de provas...

Oh, traga-me os maus homens de volta, que os bons já me magoaram o suficiente. Ao menos dos maus já sabemos o que esperar. Os bons nos surpreendem e destroem antes que percebamos.

Tentei descobrir na alma alguma coisa mais profunda do que não saber nada sobre as coisas profundas.
Consegui não descobrir.

E, aquele
Que não morou nunca em seus próprios abismos
Nem andou em promiscuidade com os seus fantasmas
Não foi marcado. Não será exposto
Às fraquezas, ao desalento, ao amor, ao poema.

A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos.