Coleção pessoal de Gladstonjunior

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“Extra! Extra! Descoberto o primeiro caso de vida após a morte, trata-se de um jovem, muito lindo por sinal, que foi encontrado após ter sido abandonado pelo amor de sua vida. Em relato à bolha de São Paulo, afirmou não saber qual o seu nome, mas pelas vestes humildes que trajava, acredita-se ser algum professor da rede pública. O rapaz gritava insistentemente Helena! Helena! Especialistas afirmam se tratar de protestos contra o Governo de turno, por isso a insistência do mancebo em vociferar: ele não! Ele não!” ⁠

“aos que como eu vivem pelo amor, mesmo porque não há vida sem ele, próxima parada: desilusão.” ⁠

⁠“Amantes... uns que hoje são, outros que o foram ontem, têm incomum a urgência de amar. Despedaçam-se... rasgam-se... e no fim vivem pela própria cumplicidade mútua. Buscando-se por onde vão... querendo-se a todo tempo. Tempo este, vilão implacável, a ser o carrasco que os fustigará até o próximo encontro. Oxalá, cuida-se de açoite e não de morte.”

“A saudade corta, pujantemente, cada fibra do peito daqueles que a suportam. Em tais circunstâncias, dirigem-se direto ao despenhadeiro ou ao abismo: despedaçam-se ou somem-se.” ⁠

“Quer dizer, então, que o vírus, elitista a não mais poder, não entra nos ônibus, mas, ávido por conhecimento, vai às escolas.” ⁠

“não me atenho à tecnicalidade jurídica, à filigrana processual, a chicanas dos causídicos de plantão, ao tão propalado devido processo legal, às virgulações, aqui e ali, aplicadas, tampouco às minúcias retóricas e às minudências inverossímeis; agarro-me, quando todo o bom senso já se mandou, ao mérito (matéria factual), isto é: tal situação, deveras, aconteceu? A pessoa que está sendo acusada de ter cometido o fato ou ter participado, realmente, concorreu para tanto? Acredite, qualquer que defenda o processo e, notadamente, escamoteia os fatos não é senão um tolo, quando menos, ou, quando muito, defensor de ilegalidades e de quem as comete.” ⁠

“A atmosfera fétida e nauseabunda imbricada na ambiência caótica da falta de educação, com alguns espasmos, deixava-me sorver, concomitantemente, oxigênio, que é imprescindível à vida, e toda sorte de estultice, que é inerente aos tolos de cognição e soezes de caracteres.” ⁠

“Qualquer desatino ou rompante no comportamento, outrora tão benfazejo e suave, naquela pessoa tão inabalavelmente ínclita e impoluta, torna-se, diga-se, digno de repúdio quando vem eivado de autoritarismo camuflado de ensinamento comportamental ou travestido de uma pleura superior aristocrática. Vale lembrar: a minha liberdade vai até o limite da sua liberdade.” ⁠

“De maneira sibilina, sem qualquer sopeso, chegaste à minha alcova e tomaste, mediante mais fluida sorrelfa, cada tostão de minha algibeira. Arrependimentos? Jamais! Nem todo ouro do Multiverso, ainda que o houvesse, conduzir-me-ia à quimera de seu olhar.” ⁠

“Hoje sou calmaria em teus olhos, visto que já fui tempestade tropical a ser contida pelo ímpeto da misericórdia divina, desisto de permanecer ínclito e impoluto diante da inércia eloquente da escassez de gravidade.” ⁠

“Difícil cindir meu coração em duas partes iguais, pois já o tens em toda sua plenitude. A mim sobeja, tão somente, um laivo de vivacidade que insiste em permear meus átrios e ventríloquos, como se a saudade os fosse preencher tal como faria um aluvião de rubros glóbulos. Mas não. Ainda que seja uma marionete, obtusa e tenaz, nas sábias mãos do ventríloquo do multiverso, não permitiria que minhas mãos, não tão vicejas assim, deixasse de, ainda que de soslaio, tangenciar sua alva pele.” ⁠

“Dizer que você é o grande e único amor de minha vida é, sem a mais ínfima dúvida, confessar o óbvio ululante dos possuidores de corações que não servem senão para o belicoso ato de amar.” ⁠

“Tão logo seja despejado em outra vida, após deixar esta, irei procurar-lhe onde quer que estejas. Na remota hipótese de ainda não estares, espero-te o tempo que for.” ⁠

“posso até mostrar o meu Mundo, meus valores, minhas ideias, meu comportamento, meus hábitos minhas manias ou, ainda, minhas preferências, mas jamais imporei qualquer desses destaques a quem quer que seja. A individualidade de cada um é um direito inalienável e indisponível.” ⁠

“tendo em conta a dificuldade que há em encontrar uma pessoa tão semelhante a você, na mesma época, no mesmo planeta e no mesmo diapasão; não pode ser — e não é — obra do acaso.” ⁠

“Se eu tolher, ainda que por alguns instantes, a liberdade mínima de alguém que seja... por favor, suplico-lhes... mostrem-me, sem rodeios, o reflexo desta atitude diante dos meus olhos. Tão logo recobre minha consciência, lembrem-me do episódio fatídico para que este não se torne trivial.” ⁠

“Não posso dar-lhe nada que já não tenhas dentro de ti. Vou até o limite tênue entre sua voraz percepção e sua fugaz disposição em sorver algo de mim. Posso apontar-lhe o caminho, mostrar-lhe a direção ou falar-lhe das chaves que abrem as portas do castelo, mas quem deve construí-lo, em gélida análise, é você.” ⁠

“Ah, que loucura viver nessa doçura de pensamento e candura de sentimento. Só de imaginar, ainda que de viés, minha língua protraída tocando seus lábios diminutos, deslizando pelos maiores, ainda que pelos outrora pelos, tivesse de passar para em seu interior descansar.” ⁠

“Peço, incansavelmente, aos anjos e às fadas, uma dilação em meus taciturnos e exíguos dias, pois és minha dileção e sabes minha direção.” ⁠

“fi-lo porque qui-lo, aliás, diga-se, um quilo contém mil gramas, mas não me venha com essas filigranas.” ⁠