Coleção pessoal de giovanasavieto

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Hoje vejo as suposições como formas de obstruir as verdades, a fim de proporcionar razão à falta de lógica; À falta de realidade que existe em nossas certezas formadas através de um quarto de exemplo: Um terço de veracidade.
Veracidade apenas por iludir a existência e, através disso, existir.
O que um dia foi essência, hoje é doença.
Nos juntamos aos semelhantes pela facilidade de convívio e compreensão, mas e os que não se juntam? Qual é o diagnóstico?
O que falta na verdade é a essência, e na doença, as suposições.
Nada é como parece até fecharmos os olhos.

Procurar o destino quando se possui as coordenadas, se resume a apenas estar atento. Entretanto, buscar a direção sem nenhum conhecimento, se baseia em perder-se na esperança de encontrar-se, abraçado pelo acaso... Pela totalidade de opções e de inseguranças.
Prefiro a certeza de um sentimento sólido, ao invés do conforto de uma espera.
Por isso, não me dêem receitas, não me dêem soluções, me dêem circunstâncias.
Porque o que me falta não são sentimentos, e sim estradas.
Porque o que me falta não é amor, e sim alguém para amar.

Quem não espera, desespera

Os pesares levaram minha essência, minha verdadeira poesia está presa no óbvio.

Preferi sintetizar as palavras para te aprender, e te viver.
De todos os seres humanos que eu desejei ser, escolhi ser você.
Com você.

Aonde estiveres esta noite, não fique tão perto de mudar a minha mente.

Talvez não seja por falta de inteligência, mas sim por ausência de caminhos paralelos às escolhas.
Quando se tem apenas uma concepção sobre a realidade, as dúvidas se resumem a apenas uma direção: A normalidade padrão da vida. É tão fácil aceitar o "bom senso" quando se é inteligente. Entretanto, quando se é possível encarar o real como mero resultado do surreal, a vida se torna pequena demais para se caber nela. Essa insuficiência se transforma em enigmáticas peças de museus nunca entendidas pela humanidade.
A arte não pode ser entendida através da inteligência, pois a inteligência é humana, e a arte apenas é alcançada fora do ambiente terrestre.

E embora eu possua apenas dois gelos e um copo d'água, quero te convidar para um jantar em minha sala de estar. Não quero expandir meu olhar nem capturar sua expressão: Nossa relação será sólida.
As taças continuarão no armário enquanto não houver amor: Guarde este vinho, não será preciso.

Gostaria que teus lábios me causassem lágrimas, e que procurássemos conforto na neblina de um abismo (agora sinto o vento cortando o espaço entre nós)

Nada é como parece até fecharmos os olhos

O perímetro da vida é a paciência

Uma hora e meia dentro do meio tempo. Dentro da meia metade, do pedaço e do inteiro.Pouco tempo dentro da lâmpada, da chama, do gelo. Pouca hora, pouca cor, pouco nós.Novamente como uma fada em chamas. Novamente como um soldado sem farda. Novamente, novamente… Como faz para se ter uma nova mente?Muito perto, muito perto da distância, do silêncio, da ignorância.Muito longe, muito longe do primeiro, do segredo, da repugnância. Muito tempo, muito tempo, muito templo, muito tento. E quando o muito se torna pouco, que os pensamentos tomem o lugar do vento.
Muito vento, muito vento, pouco tempo.

Antes, era guiado pela urgência, pelo desespero, pelo imutável desejo de transformar sua sobrevivência em vida.
Meias palavras, meios refrões.
Pseudo-tudo.
Hoje, o início resulta da necessidade, da dormência que contempla os membros de forma familiar e envolvente. Tudo se transformou na vontade de ferir para causar algum tipo de reação, de dor ou alívio.

Estou no vácuo, onde qualquer ruído pode ser um grito ardente e exprimido. Estou no momento de sentir saudades do que eu era, e do que ainda vou ser.

Algumas luzes, pouco azuis, ofuscam meus olhos agora.
Não me atrevo a ultrapassa-las, seria uma queda branda demais para sossegar meu ego. Talvez eu não tenha dito, mas procuro um precipício em você: Algo como o prazer e o desespero.

As vezes são quase 100 anos,
Sempre me parece passageiro

Às seis horas da manhã terá um banco vazio na padaria, ao lado da máquina de café.
O jornaleiro encostará sua bicicleta no prato do dia e trará algumas maçãs velhas para o passarinho da senhora de cabelos tingidos.
Será uma manhã laranja, dessas feito primavera. Dessas que arrepiam os ombros.
"Um pingado, meu Senhor"
Na mesma intensidade com que a criança rabiscará o bloco de notas, o fluído esquentará o copo quadriculado, que escurecendo os olhos, causará rachaduras nos lábios enquanto se transforma numa mistura homogênea e clara, clara como o leite.
Será uma estranha maneira de sentir paz.
Será como o homem correndo em plena avenida, como os pés seguindo para o trabalho, como a música nas janelas dos ônibus.
Às sete horas da manhã, ainda terá um banco vazio na padaria, ao lado da máquina de café.
A moça de preto pintará os olhos timidamente em seu espelho quebrado e o homem bocejará ao olhar o sinal vermelho.
O sol refletirá no toldo amarelo, agora com mais fervor, arrepiando também a espinha. Será possível ouvir a mangueira molhando o quintal e a ambulância atropelando o meio fio.
O banco vazio na padaria será tomado por belas calças importadas, de um azul raro, sandálias vermelhas. Será uma estranha forma de sentir paz, uma vez que o vazio fará ser notável os detalhes, e incontestavelmente, a presença.
Os dias serão reais como a espera. A espera de que às seis horas da manhã, talvez num dia cinza, desses de inverno, seu jeans desbotado ocupe o banco vazio da padaria.

Tenho pouco menos que meia vida e o meu pensar pesa uma eternidade.
Meu corpo pede cansaço, minha alma pede descanso.
Sinto falta daquilo que me é inédito;
Sinto falta de sentidos aguçados, não apenas inquietos.
Tenho pouco mais de duas moedas e não posso partir. Não posso encontrar.
Meus ouvidos pedem pássaros.
Passos, laços, cascos!
Minhas pernas pedem pressa, minha mente pede calma.
Tenho pouco menos da metade de mim.
Tenho só aquilo que não me parece inédito,
Encontro só aquilo que me é interdito:
Um pouco mais da metade de mim;
Pouco mais do inteiro de mim.

Enquanto jogo minhas palavras, concluo que a realidade é muito pouco. Que o que temos é muito pouco para satisfazer nossas próprias esperanças. Portanto, se somos predestinados a partilhar tudo o que temos, quem irá se arriscar a partilhar comigo?

Busco um equilíbrio que tire totalmente minha razão, mas que ao mesmo tempo me certifique de que era exatamente isso o que eu procurava.

Os dias passam muito rapidamente e eu sinceramente não os sinto, e nem quero os sentir. Permitir que o tempo influencie minhas atitudes não me faz ser uma pessoa íntegra, pelo contrário, me faz perder a hora e o pensamento. Por esta razão, não me faça andar sobre o muro, correndo o risco de esquecer que a superfície ocupa pouco menos que a sola dos meus pés.