Coleção pessoal de Gesiel_Modesto

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⁠E naquela vasta noite fria dominada pelo azul semblante da lua, o espelho prateado que reflete o espírito taciturno dos melancólicos; ao céu estrelado, pintei-o de vermelho — a cor de minha alma, dita maculada pelos vermes impositores: os parasitas de uma inata frenesi da alma rasa. Pois agora, a vastidão do infinito forja um roxo resiliente aos céus; mas um vazio roxo para mim, que me guia em um vasto mar até a borda do universo, onde aceito a solidão da resignação lúdica da vida.

⁠Meu desespero não é o que poderia ser,
Nem o que poderia ter sido,
Mas sim o desespero
Dos infinitos caminhos
Que posso escolher.

Alguns demasiadamente ruins,
Outros demasiadamente bons,
Mas nenhum completamente estável.

Isso define a vida:
A instabilidade que aparecerá
Quando menos se espera.

E isso nos define como humanos:
Sempre procurar sermos estáveis,
Mas ainda assim falhamos.

Pois esse é o mal da sociedade:
Um inevitável desacordo social,
Uma troca injusta do bem pelo mal.
Um mal disfarçado de egocentrismo.

E aqueles que o evitam
Tendem a ser o dobro do sonho,
Precisam ser demasiadamente menos humanos.

E sempre será o mesmo caminho para todos
Ao olhar para si no reflexo
De um espelho fragmentado.

Assim, percebo que não há
Como sermos humanos de fato,
Pois ser humano é não ser humano.

⁠E após a vida tirar-me aquilo que era mais importante, eis o que restou de mim:
um mísero vagalume, forçado a viver numa imensurável casca repleta de vazio