Coleção pessoal de germanabarroso

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Basta uma taça de vinho
Para aflorar o calor
Retido no ventre

Troca de olhares
Vai além da admiração
É desejo físico
Implícito
Quente
Desequilíbrio

Minha dor é forte
Mas isso é só meu
Não me incomode amor
Não precisa ficar aqui
Vá se divertir
Não fique por mim
É tedioso eu lhe digo

É doloroso
Não diga nada

Não me diga o que fazer
Não me diga o que seguir
Isso é só o que digo
Não fique comigo

É doloroso
Não diga nada
Somente vá

Eu não sinto mais nada
Eu quero ficar só
Ficar só
Isso é só meu

Diga apenas adeus
E me deixe chorar
Sem se preocupar

É dolorido
Mas voce precisa ir
E não voltar mais

Eu quero ficar só
Ficar só e nada mais.

Rotineiramente
Desperto-me com música
Presença que faz-me única
Falta que faz-me desnuda

O belo rende
O triste abafa
O silêncio, um amuleto farsante
Que poupa fortalezas
Da fragilidade velada em sorrisos

O simples me atrai
Cheiro de história antiga
Máscaras e adornos
Cores que atraem olhares
De forma orgânica e minimalista
Com ou sem nexo
Basta atrair
Me conduzir a sensações
Entre música e poesia
Arrepio e suspiro
Atrair e permitir

E então percorrerei
Hoje, sem temor e dor
Um trajeto longo de faixas
Destino de lembranças marcantes
Querida e complexa
Mas irei mesmo assim, é preciso
Uma necessidade de libertar me
A busca da serenidade
Na cidade que marcou
historias e síndromes
Que me fez chorar
E me faz amar

Ouça o clamor
O cheiro da flor
Sem pudor
com toque, calor
com beijo, sabor
Mas nem sempre amor

Não dá mais
O reflexo da nudez sufoca
Atinge, briga e ofende

Domine
Caminhe pelos picos
Se movendo nas curvas e fissuras
Observe os grãos de areia repentinos
Almeje, cheire, sinta sede
Alimente-se dessa natureza
Que é lava
Que é sua
Que é única

Uma dúvida constante
O que sobressai no amor?
Apenas afeto, lado a lado
E palavras vastas
Ou a busca pelo prazer eterno
Fisico mental
Toque e paladar
Palpitação.

Ela luta todos os dias
é uma ação obrigatória da vida
sem feição, sem expectativa
deprime
não alcança
e cansa.

O que ela realmente sente nem sempre está expressado nas palavras escritas, mas na sombra da caneta sobre o papel.

Ela sente prazer em sabotar seus sonhos
De sentir que sua vida não tem o mesmo calor
Sente a todo momento que está chegando o fim
Desistência seria um escolha sadia ou temida?
Cessaria o sofrimento ou revelaria mais dor?

Ela prometeu a si mesma
Que não iria se expor
E tampouco postar seu retrato
Descumpriu
É uma necessidade
Busca de adrenalina momentânea
Passa e logo adiante
Sente-se traida, fingida
Ela deseja se apagar.

Deitada e aflita
Sua mente é manipulada
Por um sentimento vago
Palpitação, calafrio
Música

Quão sombrio é a interrupção.
Seleção de valores, egocentrismo.
Sentimento seria uma alternativa?

Amanhã ela recomeça
Uma nova tentativa de reverter seus doze fracassos passados
A difamação contra seu corpo
Desfazer seus contornos

Ela em sua rebeldia , tudo tão fácil
Motivação de suas bobeiras sadias
Palpite alheio fundamentado em mentiras
Não a feria
Ela curtia a vida

Ela sente falta de si mesmo
De quando andava sem tropeços
Viajar sem medo
Aguardava o ensejo
Para se sentir livre