Coleção pessoal de GabrieldeArruda

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⁠A arte é o véu dourado que oculta, por breves momentos, o rosto grotesco da existência.

⁠Entre minha costela esquerda e o baço,
ele instalou seu ateliê:
um ser que não é meu,
e que, no entanto, me conhece mais do que eu.

Não trouxe flores —
apenas o silêncio que já habitava minha boca
antes mesmo que eu aprendesse a mentir.

Veio como vêm as coisas irremediáveis:
sem alarde,
sem pedir licença,
sem se importar se eu estava pronto.

Chegou sem fazer barulho,
apenas se aninhou,
como se sempre tivesse estado ali.
Como se o corpo fosse seu
antes de ser meu.

Limitou-se a ocupar o espaço
que eu, ingênuo, julgava vazio.

Não paga aluguel,
mas exige tudo: os sonhos que engoli antes de sonhar,
as margens dos meus livros
sujas de hesitações,
a primeira palavra
que travei na garganta.

Não fala.
Não precisa.
É o hiato entre um pensamento e outro,
o instante suspenso antes do tombo,
a sombra que se alonga no meu cansaço.

Ele não dorme.
Fica acordado à noite,
costurando meus pesadelos.
E quando meu corpo — traidor — se entrega ao sono,
ele deita-se ao meu lado
e sonha os meus sonhos
melhor do que eu.

Às vezes, penso que sou ele.
Ou que ele me esculpiu
enquanto eu fingia estar vivo.

Move-se sob a pele,
apaga-me aos poucos no reflexo do espelho, mistura seu medo com meu suor.
Seus argumentos crescem em meus interstícios,
como ervas daninhas entre rachaduras.

Já tentei revoltas.
Ergui fortalezas de papel.
Quis incendiar a casa toda.
Tentei ser dono de mim.
Mas como arrancar da carne
aquilo que já se tornou carne?

Há dias em que temo
que esse vazio
seja a única herança que deixarei.
A certeza de que, um dia,
vou olhar para dentro
e não reconhecer
nem o vazio.

Talvez um dia eu acorde,
e ele terá ido embora.
Ou talvez eu acorde,
e já não reste
ninguém.

Nasci com a costura torta —
o ponto que falhou
no tear dos bem-nascidos.


Sou o objeto sem função
na prateleira dos vivos:
nem útil como faca,
nem belo como flor.


Nunca fui feito para o brilho fácil,
para os abraços que não doem,
para os dias que se encaixam certos.


Até que Ela chegou.
Não com luz,
não com promessas,
mas com uma presença que não exigia nada, que não pedia luta nem resistências vãs.


Seus dedos traziam o frio
das últimas maçanetas tocadas.


Veio como o óxido vem —
sem pressa, sem aviso,
apenas a certeza
de que tudo que é ferro
um dia lhe pertence.


Se me quiseres triste, sê-lo-ei sem drama.
Se me quiseres calado, darei o silêncio como prece.
Pois és tu, afinal,
a única que não me cobra explicações,
nem julga o vazio que me habita,
nem exige máscaras para ocultar o cansaço.


Não me seduzes com promessas de alívio,
não me ameaças com a eternidade.
És apenas o alívio concreto,
o abraço que não exige
que eu me reconstrua.


Quando Ela abriu os braços,
eu já estava nu de esperanças,
leve de despedidas.
Deitei-me em seu colo de sombra,
e Ela não me pediu
que fingisse ser feliz.


Deitei-me ao seu lado,
como quem enfim encontra onde repousar a dor.
Ela me acolheu sem palavras,
e eu a beijei.


Lábios de fibra de carbono.
Língua de chumbo fundido.
O sabor:
sal de lágrimas não choradas
e o cobre dos últimos
segundos.

⁠Na calçada onde o concreto se racha,
Sob passos apressados, vejo figuras:
Mendigos, esses monumentos esculpidos pela dor e pelo abandono,
Partes da paisagem, sombras de aversas.
Estátuas esquecidas em praças que ignoramos,
Com rostos e histórias, mas nós, indiferentes,
Passamos como se o tempo não os reclamasse,
Mergulhando na rotina, nas horas lentas.
Hoje me interrogo: o que é ser visível?
A roupa que visto, o bem que acumulo,
É só camuflagem, armadura que me isola.
Sob essa fachada, frágil e cativa,
Sinto a tênue linha entre ser e não ser. Vida miserável...
Eu, que me nomeio alguém, sou apenas um rosto entre muitas máscaras,
Um nome sem significado na memória do mundo.
Se eu me apagasse, quantos chorariam a ausência?
A vida seguiria, indiferente às minhas lutas.
Um mendigo cai, e a rua devora o corpo,
Com a mesma indiferença que o ignorou em vida.
Passam as gentes, a calçada permanece,
E a vida avança, sem pausas, sem lamentos.
A invisibilidade é pena pesada;
E eu, tão próximo desse triste destino,
Percebo que o meu endereço é só um nome,
Uma casa, talvez, mas não um lar.
Fernando disse sabiamente: “Hoje não há mendigo que eu não inveje,
Só por não ser eu.” Na imensidão citadina,
Todos somos mendigos, de afeto, de memória, de um sentido,
Buscando ser vistos, mesmo que por um breve instante,
Nessa profunda solidão que é viver.

⁠Sem dúvida, garanto-vos que saber demais
É como tapar os ouvidos, e não saber nada.
Se eu adoecesse, reconheceria isso:
Quem realmente deseja entender também escolhe sofrer.
O que sei sobre os conceitos e as ideias?
De que vale o conhecimento que nasce do fenômeno,
E de que serve a intuição sensível
Em relação ao conceito do intelecto?
É uma razão incondicionada das coisas,
Mas que razão há nos animais e nos homens (que também são animais)?
Não podemos conhecer ou experimentar o mundo todo,
Mas ele é real e existe, como uma totalidade metafísica.
Entre todos os filósofos, creio que tudo isso é falso,
E há razão suficiente no não saber.

⁠⁠Estou à procura de algo, o quê? Não faço a mínima ideia,
E isso realmente importa? Sinceramente, tanto faz...
Mas oh, maldito desejo que pulsa!
O tédio de não possuir o que desconheço,
E a ânsia por algo que não se sabe.
Como posso querer o que nunca vi,
Se, talvez, querer nunca foi?
Nem sei se ainda existe,
Ou se apenas existiu, ou se pode existir.
Para onde vou, tudo que encontro
Pertence a alguém, pertence a alguém,
Tudo tem posses e senhores,
E a mim, que restará?
A quem ou a que pertenço? Sei lá!
Tudo tem nome, tudo tem endereço,
mas eu permaneço desconhecido, incerto.
Talvez eu não seja deste mundo, e, sinceramente, tanto faz!

⁠Há um buraco negro em meu peito,
um abismo que devora a luz que sou,
deixando a minha alma inquieta, fora da órbita.
Um universo na minha mente se expande,
planetas de pensamentos que colidem e se metamorfoseiam;
tanta imensidão não cabe neste corpo tão diminuto,
que agoniza sob o peso da própria grandeza.
Meus amores e sonhos, infinitos na sua finitude,
são tão distantes quanto as estrelas que piscam longínquas.
Ah... metafísica! Em nenhum mundo encontro disposição,
apenas o fardo de estar indisposto,
cansado de aqui, cansado de lá,
Alá me acuda, ou Deus, que fiz eu aos deuses?
Estou cansado de teologia,
cansado de qualquer lugar que me aprisione.

⁠Eu tenho o péssimo hábito
de amar tudo aquilo
que me escapa à mão.
Talvez o amor, em essência,
seja um desejo inatingível,
perseguindo incansavelmente
o próprio rabo, como um cão à roda.
Carrego em minha pequenez
a cruel ironia
dos sonhos que, alçados,
se erguem como montanhas firmes,
e que, num instante breve,
se desmoronam em montes de areia.
Soterrado pela rotina,
pela futilidade do dia-a-dia,
sinto o peso da realidade
que escorre entre meus dedos
como areia numa ampulheta.
Talvez esperar que o mundo
se despenhe em barranco,
e morrer deitado à sombra
não seja de toda a má ideia.

⁠⁠Eu vivo um dia de cada vez,
Levanto-me cedo, enfrento o trem,
E volto tarde, sem ninguém.
Construo sonhos de papelão,
Como um mendigo,
Mãos calejadas, olhos cansados,
Essência perdida.
Vivo um dia de cada vez,
Como se fosse o último,
Não por querer viver,
Mas por precisar comer.
Construo um lar de solidão,
Como um empregado,
Com tijolos de suor e dor,
E paredes de ilusões.
Vivo um dia de cada vez,
Como se fosse uma prisão,
Não por querer viver,
Mas por não ser ninguém.
Construo uma vida de incertezas,
Enfrento a vida, e me perco,
Sem coragem para lutar…

⁠⁠Eu acredito em Deus, mas me pergunto se Ele crê em mim,
assim como cremos na Sua chuva, e no seu Sol.
O que é real? As paredes sólidas e frias de concreto,
concreto, a realidade concreta. Ou a memória fugaz
de um abraço quente e terno, terno, visto o terno,
chego ao trabalho, olho-me no espelho, e não vejo nada.
Cego, vejo além do espelho e enxergo através da realidade sensível,
sensível, atravesso as aparências em busca de algo que transcenda o tangível.
Mas então o espelho despedaça-se diante dos meus olhos,
como coisa real, um mosaico de sentimentos e lembranças,
desfaz-se e reconstrói-se a cada instante. Cada caco reflete uma versão minha,
mas, entre tantos, quem realmente sou eu?
Há tantos de mim que não podem tantos estarem certos, e entre tantos, perdi-me.

⁠⁠⁠Eu sinto uma profunda dor silenciosa...
Gosto do som da música, do percurso
da minha casa até o trabalho;
estou sempre ouvindo música.
Em casa e no trabalho, ouço o barulho
dos carros, dos comboios e de toda a gente.
Chego em casa, ligo a televisão e ouço o noticiário:
outra vítima do silêncio se atirou
nos ruidosos trilhos do trem.
No trabalho, ouço o rádio, que toca uma música ridícula, e
minh'alma sofrida dança desolada.
Gosto do som da chuva, lágrimas do céu;
até os homens choram, silenciosamente.
E o choro da terra é abafado
pelos nossos gritos ambiciosos;
ouço o barulho das fábricas, corro para o campo,
e a chuva, tempestuosamente,
em seu suave cair, encharca meu coração ressecado.
Gosto do canto dos pássaros;
da minha cama me levanto,
e nela me deito, ouvindo os tordos ao amanhecer
e os urutaus ao anoitecer que, calmamente,
levam distante meu espírito atormentado.
Gosto de deitar-me e dormir
com o barulho do ventilador;
porque gosto de barulho,
assim silencio os gritos sussurrados
em minha cabeça. E eu, que tenho sido tão quieto,
se os ouço e me falam, descanso resignado.

⁠Sublime

Fiz grandes e nobres propósitos, mas sou tão pequeno,
Sim, tão pequeno e insignificante.
Observo as grandes cidades de concreto e aço,
Entre arranha-céus que roçam o céu,
Vejo pessoas cruzando as ruas, e os carros.
Há vielas estreitas, onde cada pequeno passo
Descobre o encanto revelado pelo tempo,
Que talvez se perca nesta vida vulgar,
Mas permanece gravado em grafites vulgares.
Vida vulgar, vulgar, como um mendigo verdadeiro.
Vou ao campo e vejo os animais, e as crianças,
Nos vastos jardins, entre rosas delicadas e lírios em flor,
O perfume suave que enche o ar, e o vento que acha meu cabelo.
Cada pétala, um juramento de amor...
Assim saibamos valorizar o simples, o modesto, o singelo.
Descobrir o sublime no cotidiano, no ordinário,
Na essência real das coisas,
Encontrar a beleza que transcende o mundano,
A verdade mais metafísica.
Por trás de cada nascer e pôr do sol dourando o céu,
Onde há pequenos planetas distantes,
Sob os verdes tapetes e vastos campos,
E na imensidão divina, onde o céu se alarga no firmamento.
Sempre há pequenos milagres a perceber,
Em cada gesto simples, um mundo descoberto,
Na plenitude do ser e do existir,
Onde a grandeza habita nas igrejas e casas, e nas mentes,
Onde podemos vislumbrar o infinito num beco e ouvir a voz de Deus num viaduto.
Mas sou, e serei sempre, o que não soube, fiz de mim sublime, humano.

⁠Às vezes, uma tristeza tão penetrante
Invade e arrebata minha alma,
Levando-a para um lugar desconhecido,
Onde me perco e não me encontro,
Onde não existem portas nem janelas,
Apenas uma estrada longa rumo ao mistério da vida.
Inseguro, volto minha atenção para trás,
Com os olhos sobre os ombros,
E o peso das minhas decisões sobre as costas,
Tropeço nas minhas incertezas.
Rendido, me entrego ao chão,
Derramo-me sobre a cama e inicio um novo dia nessa velha rotina.
E mesmo quando acordado, eu converso comigo mesmo, tenho o hábito de conversar sozinho.
Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto.
Eu penso demais, e a minha cabeça pesa toneladas.
Lembro de coisas que gostaria de ter esquecido e imagino coisas que gostaria que não tivessem acontecido.
Deus, com sua ironia, me amaldiçoou com o pensamento, e me fez inquieto, inquisitivo.
Há um certo prazer até no cansaço que isto me dá,
Que afinal a cabeça sempre serve para qualquer coisa.

⁠Parassonia

Estou cansado, é claro,
Porque, a esta altura, a gente tem que estar cansado.
De que estou cansado, não sei:
De nada me serviria sabê-lo,
Pois o cansaço fica na mesma.
Estou cansado de pensar, a toda hora, há tantos anos, desde a minha mocidade.
A minha cabeça já não mais encontra repouso, noite após noite, o sono me escapa, como se temesse adentrar neste caos que é a minha mente.
Quando finalmente o apanho, sonâmbulo, eu converso com as paredes.

⁠(Des)encaixes

⁠Sou uma peça defeituosa neste quebra-cabeça da vida, tão fragmentado. Não tenho um lugar de encaixe, não. Estou desconectado das outras peças. Talvez eu deva cortar os meus excessos, minhas ásperas arestas que me impedem de encaixar-me neste tão cruel jogo.
Estou vencido, talvez tenha desistido ou mesmo nunca tenha tentado coisa alguma. Devo despir-me das ilusões, das expectativas vãs, para poder encontrar uma peça que possa me completar. Devemos lutar para conquistar o nosso espaço, mas tudo isso me pesa.
A pele que visto é errada; rasguei-me e de mim nada restou. Esta é a razão do meu sofrimento e das coisas fugidias. Quem me dera pudesse resolver este grande desafio, montar este estúpido jogo e dar-me por satisfeito.
Às vezes a vida é traiçoeira, e o destino parece um enigma insolúvel. Mas para mim, a vida nunca foi senão uma acompanhante de sentir. Compreendi finalmente que a sua beleza está na futileza. Aproveitar a vida, deixe-me ser azarado no jogo; tenho tido azar na sorte, mas a minha sorte está no amor, ah, e como eu amei.

⁠⁠Epiderme

Dentro de mim habita o verdadeiro terror,
Onde os monstros se escondem sob a pele,
Revelando a verdade que nos abate,
Não se iludam, aqueles que confiam em nós!
Não há cama que os oculte, pois não se escondem debaixo dela,
Mas por baixo dos lençóis e os seres, onde não há certezas,
Não creio em mim, com certeza, sou um monstro, não mártir, nem herói.
Mediocramente humano, foi minha vida, escravo do que nunca serei
A capacidade humana, essa sempre me aterrorizou mais que fantasmas.
Consagro a nós o desprezo, tudo isso seja o que for que sejas
Aqueles que confiam, não se enganem.

⁠Marginal

Às margens profundas do meu ser, vagueio como um rio agitado sem leito. As palavras, como pesadas pedras, afundam no abissal silêncio impenetrável.
As pobres almas que toquei, como folhas secas outonais, desprendem-se e voam para longe. Desaparecem na bruma do cruel tempo.
Ó rio, sem rumo, sem destino, és espelho da minha própria existência.
Rio sou. E fluí.
Leva-me para além.
Que eu seja a folha seca que flutua em tuas correntezas, que se despede, e que o tempo, implacável, me leve para a outra margem.⁠

⁠Impermanência

Quão alegres são as chegadas, loquazes,
E os prazeres que consigo trazem,
O espírito se incendeia, dança,
Quão tristes são as partidas, silentes,
E os prazeres que consigo levam,
O espírito se dilacera, despedaça.
Ah, estou farto, meu tolo coração, tantas vezes ridículo, deseja pelo dia
Em que os encontros superarão as despedidas. Como uma pessoa a quem lhe impõe a ter a sua desgraça.

⁠⁠O Eremita

Com lentes tingidas de um brilho sombrio,
Meus olhos, embotados de dor e lágrimas,
Veem o que outros não percebem, no silêncio confinado.
Com olhos que ultrapassam o véu da realidade,
Sou um estranho em minha terra, sem lugar para pertencer,
Amei com a quietude de estrelas esquecidas,
Sonhei com a vastidão de galáxias perdidas,
Mas meu coração é um relicário de esperanças defuntas,
Um navio sem ancoradouro, perdido em um oceano de solitária penúria.
Sou um homem que, em suas próprias marés, se consome e se afoga
E, nas profundezas da mente, se perdeu.

⁠Hoje foi o dia do meu teste final.
Temeroso entreguei a minha prova.
O professor, em seu olhar severo, me perguntou:
"Que nota devo te dar?"
Fiquei em silêncio,
E o silêncio foi o meu exame de consciência.
Revivi, no lento caminhar do tempo, o ano todo,
E percebi que faltei não apenas nas aulas,
Mas em tudo:
No estudo, no esforço, nas promessas feitas
A mim mesmo e ao que eu deveria ser.
Fui ausente, incapaz,
E, na prova, a resposta foi o reflexo de meu descaso.
Penso então:
Seria justo me dar um 10?
Seria justo, depois de minha negligência,
Receber o mesmo que aquele que se entregou,
Que se dedicou, que foi à luta?
E, se fosse assim, qual seria a verdade?
Minha vida tem sido uma série de ausências.
Faltei à Bíblia, ao rezo, à missa;
Faltei ao que é essencial, como quem falta a si mesmo.
E, diante de Deus, como posso justificar minha farsa,
Meu descaso?
Só me resta uma única resposta:
"De-me um zero, e lance-me ao inferno,
Se assim for a justiça do mundo e do homem."
Que há de mais justo em minha condenação?
E o que há em minha aprovação que não seja uma mentira?
Fui um péssimo aluno, Senhor,
E Tu foste o Mestre perfeito,
Com tua sabedoria infinita, com teu amor sem limites.
Como posso eu, um pecador,
Que falhei em tudo,
Olhar nos teus olhos e me considerar digno
De uma nota que só existe na ilusão dos que estão enganados?
Como?